Nos últimos anos, muito se falou sobre a LGPD — a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018). No entanto, à medida que surgem novas demandas e tecnologias, percebemos que o tema da proteção de dados pessoais, fundamental para a segurança e a credibilidade das empresas, parece ter perdido espaço nas discussões do dia a dia.

Neste cenário, é essencial reforçar por que a LGPD continua sendo um pilar estratégico para qualquer organização que deseja manter a confiança do mercado e a conformidade legal.
O que é a LGPD e por que ela é tão importante?
A Lei Geral de Proteção de Dados foi criada para regulamentar o tratamento de dados pessoais no Brasil, impondo às empresas e organizações a responsabilidade de proteger as informações que coletam, armazenam e utilizam.
Mais do que uma obrigação legal, a LGPD representa um compromisso ético com a privacidade e a segurança de clientes, parceiros e colaboradores. Ao seguir suas diretrizes, as empresas demonstram respeito pelos dados e direitos dos cidadãos, reforçando sua reputação e solidez no mercado.
Transparência e controle: novos padrões para a gestão de dados
Além de impor regras sobre coleta e armazenamento, a LGPD trouxe um novo olhar para a governança da informação.
Agora, não basta simplesmente armazenar dados: é necessário garantir transparência total sobre como essas informações são utilizadas e assegurar que os titulares possam exercer controle sobre seus próprios dados — incluindo a possibilidade de solicitar acesso, correção ou exclusão.
Consequências do não cumprimento da LGPD
Ignorar a LGPD pode gerar penalidades severas. Entre as principais consequências estão:
- Multas que podem chegar a 2% do faturamento anual da empresa, limitadas a R$ 50 milhões por infração;
- Suspensão parcial do funcionamento do banco de dados;
- Danos à imagem e à reputação da organização, o que pode impactar diretamente a confiança de consumidores e parceiros.
Em um ambiente altamente competitivo, reputação e credibilidade são ativos intangíveis valiosos — e que podem ser comprometidos por falhas na proteção de dados.
Como garantir a conformidade com a LGPD?
Mesmo que o tema tenha saído dos holofotes, a necessidade de estar em conformidade com a LGPD permanece mais atual do que nunca.
Confira algumas boas práticas fundamentais para garantir aderência à lei:
Mapeamento de dados
Identifique todos os pontos de coleta, armazenamento e compartilhamento de dados. Entenda quais informações são coletadas, onde estão armazenadas, quem tem acesso e por quanto tempo são retidas.
Políticas de privacidade claras
Elabore documentos acessíveis e transparentes, que expliquem de forma simples como os dados pessoais serão utilizados, com linguagem compreensível para o público-alvo.
Consentimento explícito
Garanta que a coleta de dados ocorra de forma legal, por meio de autorização livre, informada e inequívoca do titular — especialmente em formulários online, cookies e cadastros.
Segurança da informação
Implemente tecnologias de proteção de dados, como criptografia, autenticação em dois fatores e backups frequentes. Adote também boas práticas de cibersegurança para evitar vazamentos ou acessos indevidos.
Treinamento de equipes
Conscientize os colaboradores sobre suas responsabilidades no tratamento de dados. Um time bem treinado é essencial para evitar falhas humanas, que são uma das principais causas de incidentes.
Canal de atendimento ao titular
Disponibilize meios fáceis e rápidos para que os titulares possam exercer seus direitos previstos em lei, como acesso, retificação e exclusão de dados pessoais.
Mais do que lei, um diferencial competitivo
A LGPD não é apenas uma obrigação jurídica: ela é uma oportunidade para as empresas fortalecerem sua relação de confiança com clientes e parceiros.
Investir em proteção de dados é investir em reputação, competitividade e futuro. Em um mercado cada vez mais digital e exigente, respeitar a privacidade e garantir segurança são diferenciais claros.
Portanto, mesmo que o tema pareça ter perdido espaço no noticiário, revisitar as práticas de conformidade e reforçar a cultura de proteção de dados nas empresas é mais do que prudente — é estratégico.
Afinal, segurança da informação e respeito à privacidade nunca saem de moda.