- Evento reúne governadores, ministros e lideranças internacionais e lança a “Agenda 2050”, estudo que propõe caminhos para descarbonizar e (neo)industrializar o Brasil
ABERTURA OFICIAL
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Hermano Pinto destaca papel do Brazil Windpower na construção do futuro da energia eólica
O diretor de Relações Institucionais da Informa Markets, Hermano Pinto, abriu oficialmente o Brazil Windpower 2025 destacando o evento como ponto de convergência entre governo, empresas, academia e organismos internacionais na construção do futuro da energia eólica no Brasil e na América Latina.
Em sua fala, o executivo ressaltou que, após um ciclo de crescimento acelerado, o setor vive um momento de ajuste, impactado por cortes de geração, desafios regulatórios e desaceleração econômica. Segundo ele, esse cenário representa também uma oportunidade de reinvenção, impulsionada por novas demandas, como a expansão dos data centers, que colocam a transição energética como vetor de competitividade e geração de empregos.
Hermano destacou ainda o avanço da energia eólica offshore, viabilizada por nova legislação e estudos de zoneamento prioritário. “O Brasil está prestes a inaugurar uma nova indústria marítima, capaz de criar cadeias produtivas completas e uma rede de inovação ao redor do mar”, afirmou.
Com o tema “COP30 e o papel da energia eólica acelerando a descarbonização da economia”, o Brazil Windpower 2025 reúne mais de 300 palestrantes em uma programação que inclui plenárias, arenas técnicas, WindTalks, BWP Papers e o lançamento do programa Invest in Brazil Wind Energy.
“O Brazil Windpower é mais do que um evento: é um espaço de construção coletiva. É aqui que nascem as parcerias, as propostas regulatórias e as agendas que impulsionam o futuro da energia limpa no país”, concluiu Hermano Pinto.
ABEEólica defende retomada sustentável da indústria eólica brasileira
A presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica), Elbia Gannoum, afirmou durante a abertura do Brazil Windpower 2025 que o país vive um momento decisivo para a retomada sustentável da indústria eólica. O posicionamento foi apresentado no Manifesto da Indústria de Energia Eólica, lançado no evento e divulgado nas redes da entidade.
Segundo ela, o setor, que movimenta em média R$ 21 bilhões por ano, enfrenta um cenário de desaceleração após um ciclo de forte crescimento. A falta de novos contratos e o excesso de projetos em carteira têm pressionado a cadeia produtiva nacional, composta majoritariamente por empresas brasileiras.
O documento propõe medidas de curto e médio prazo para garantir previsibilidade e segurança regulatória, incluindo ajustes em políticas setoriais, revisão de subsídios e soluções para os cortes de geração que afetam principalmente os parques do Nordeste. Elbia destacou que a chamada “urgência do presente” deve orientar as decisões que vão definir o futuro do setor.
Entre os sinais de recuperação, estão iniciativas em discussão no Congresso, como a Medida Provisória nº 1.304 e o projeto relatado pelo senador Eduardo Braga, que tratam da compensação dos cortes de energia e do equilíbrio na matriz de geração. Para a presidente da ABEEólica, as medidas indicam que o mercado mantém confiança na capacidade do Brasil de atrair investimentos e preservar sua liderança na transição energética.
Brasil consolida protagonismo na transição energética rumo à COP30
Durante o Brazil Windpower 2025, a presidente executiva da ABEEólica e enviada especial de energia do Brasil para a COP30, Elbia Gannoum, destacou o papel do país como protagonista global na transição energética. Para ela, o Brasil reúne condições únicas para liderar a corrida pela descarbonização, com 93% da eletricidade proveniente de fontes renováveis e um dos menores custos de geração do mundo.
A executiva lembrou que o país chega à COP30, que será realizada em Belém, como exemplo de matriz limpa e diversificada, mas ainda precisa acelerar investimentos em infraestrutura, hidrogênio verde e integração regional. O objetivo é transformar a vantagem ambiental em vetor de desenvolvimento econômico, geração de empregos e atração de novos negócios.
Elbia também anunciou a criação de uma plataforma de investimento regional para fortalecer a atratividade dos estados com maior potencial eólico, dentro do conceito de power sharing. A iniciativa contará com a participação de governos, empresas e instituições acadêmicas, estimulando cadeias produtivas locais e inovação tecnológica.
Ao concluir sua participação, Elbia ressaltou que a COP30 deve marcar a “fase da implementação”, com foco em ações concretas para reduzir emissões e ampliar a competitividade dos países que apostam nas energias limpas.
Laura Porto alerta para momento crítico da indústria eólica e defende ação imediata
A presidenta do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica), Laura Porto, afirmou durante a abertura do Brazil Windpower 2025 que o setor vive um momento crítico, marcado por restrições de transmissão, cortes de geração, demanda reprimida e insegurança regulatória. Segundo ela, a recuperação da indústria depende de medidas urgentes para restabelecer a confiança e destravar investimentos.
Laura destacou que a Medida Provisória nº 1.304, atualmente em tramitação no Congresso Nacional, representa uma oportunidade concreta de fortalecer o arcabouço regulatório e oferecer previsibilidade ao mercado. Ela defendeu uma atuação coordenada entre os poderes público e privado, com foco em segurança jurídica e atratividade para novos projetos.
De acordo com a dirigente, a saída de fabricantes e a desaceleração de novos empreendimentos são sinais claros de alerta. “Precisamos agir e agir já”, reforçou, lembrando que o setor é composto por uma cadeia produtiva de mais de 120 fornecedores nacionais, responsável por 80% da produção dos equipamentos utilizados na geração eólica do país.
Para Laura, a retomada do crescimento passa por inovação, governança e inclusão social, mas também por soluções estruturais que garantam estabilidade ao ambiente de negócios. “O diálogo institucional precisa resultar em medidas equilibradas e definitivas. A confiança é o que vai garantir o futuro da energia limpa no Brasil”, afirmou.
A presidenta encerrou destacando que a energia eólica é mais do que uma fonte renovável: é uma alavanca de desenvolvimento econômico e social, capaz de gerar emprego, renda e interiorização do progresso nas regiões produtoras.
ABEEólica alerta para momento crítico da indústria eólica e defende ação imediata
A presidenta do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica), Laura Porto, afirmou durante a abertura do Brazil Windpower 2025 que o setor vive um momento crítico, marcado por restrições de transmissão, cortes de geração, demanda reprimida e insegurança regulatória. Segundo ela, a recuperação da indústria depende de medidas urgentes para restabelecer a confiança e destravar investimentos.
Laura destacou que a Medida Provisória nº 1.304, atualmente em tramitação no Congresso Nacional, representa uma oportunidade concreta de fortalecer o arcabouço regulatório e oferecer previsibilidade ao mercado. Ela defendeu uma atuação coordenada entre os poderes público e privado, com foco em segurança jurídica e atratividade para novos projetos.
De acordo com a dirigente, a saída de fabricantes e a desaceleração de novos empreendimentos são sinais claros de alerta. “Precisamos agir e agir já”, reforçou, lembrando que o setor é composto por uma cadeia produtiva de mais de 120 fornecedores nacionais, responsável por 80% da produção dos equipamentos utilizados na geração eólica do país.
Para Laura, a retomada do crescimento passa por inovação, governança e inclusão social, mas também por soluções estruturais que garantam estabilidade ao ambiente de negócios. “O diálogo institucional precisa resultar em medidas equilibradas e definitivas. A confiança é o que vai garantir o futuro da energia limpa no Brasil”, afirmou.
A presidenta encerrou destacando que a energia eólica é mais do que uma fonte renovável: é uma alavanca de desenvolvimento econômico e social, capaz de gerar emprego, renda e interiorização do progresso nas regiões produtoras.
Plano energético pode adicionar 100 GW em termelétricas e frear transição no Brasil
O Plano Decenal de Expansão de Energia em discussão no Brasil prevê a instalação de até 100 gigawatts (GW) em novas usinas termelétricas na próxima década, o que pode representar uma recarbonização parcial da matriz elétrica brasileira. O alerta foi feito por Ben Backwell, CEO do Global Wind Energy Council (GWEC), durante a abertura do Brazil Windpower 2025, em São Paulo.
Segundo o executivo, o país corre o risco de retroceder no avanço das energias renováveis ao apostar em tecnologias do passado, mesmo sendo uma das nações com os melhores recursos eólicos, solares e hídricos do mundo. Para ele, o Brasil deve concentrar esforços em industrialização verde, modernização das redes elétricas e integração de novas fontes limpas, em vez de expandir a geração fóssil.
Backwell afirmou que a transição energética é um processo irreversível e que o Brasil tem papel central na agenda global. Ele destacou que, em 2024, o mundo instalou quase 600 GW de energia eólica, solar e hidrelétrica, um recorde histórico, e que a expectativa é chegar a 800 GW em 2025, segundo dados do GWEC, da Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA) e da BloombergNEF.
O CEO do GWEC também ressaltou que o Brasil chega à COP30, que será realizada em Belém, como referência em descarbonização e exemplo de matriz elétrica predominantemente renovável. No entanto, ele defendeu que o país deve “olhar para as soluções do futuro, não para as do passado”, citando investimentos em infraestrutura, eletrificação e inovação tecnológica como pilares da competitividade.
“A transição energética é imparável. O Brasil tem as condições para liderar o caminho global, mas precisa garantir que suas decisões atuais reforcem — e não enfraqueçam — o legado de energia limpa que construiu”, afirmou Backwell.
BNDES impulsiona segunda onda da transição energética e amplia apoio a projetos eólicos
A diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciana Costa, afirmou durante o Brazil Windpower 2025 que o banco sinaliza continuidade no apoio ao setor eólico, tanto em projetos onshore (em terra) quanto offshore (em alto-mar), mesmo diante do cenário de desaceleração do mercado. Segundo ela, o BNDES mantém projetos em análise e segue comprometido com o financiamento da transição energética no país.
Luciana destacou que as eólicas offshore representam a segunda onda da transição energética brasileira, após uma primeira fase que consolidou o país com 90% do mix elétrico proveniente de fontes renováveis. Ela lembrou que o BNDES já financiou quase 50% da capacidade eólica instalada no Brasil, desde o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), criado no início dos anos 2000.
A executiva defendeu que o país precisa combinar o avanço da geração limpa com atração de investimentos privados, especialmente em data centers hyperscale, infraestrutura crítica para a digitalização e o aumento da demanda por eletricidade. Também destacou o potencial brasileiro na produção de hidrogênio verde e combustíveis sustentáveis de aviação (SAF).
Luciana afirmou que o baixo custo de abatimento de carbono no Brasil torna o país altamente competitivo no cenário internacional. “O mundo olha para o Brasil como solução de descarbonização, com oportunidades em energia e inovação”, disse, ao reforçar que a agenda climática nacional é também uma agenda de desenvolvimento econômico.
Ela citou ainda a Medida Provisória nº 1.304, que estabelece um teto para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), como exemplo de avanço institucional que fortalece a previsibilidade regulatória e demonstra a capacidade de diálogo do país.
Brasil precisa acelerar a regulamentação da energia eólica offshore para destravar investimentos
Durante a abertura do Brazil Windpower 2025, o Chief Business Development Officer da Ocean Winds, Rafael Munilla Muñoz, afirmou que o Brasil vive um momento decisivo para transformar seu potencial em energia eólica offshore em projetos efetivos e investimentos reais. Segundo ele, o país tem condições únicas de liderança, mas precisa avançar na publicação da regulamentação que permitirá as primeiras concessões de áreas marítimas.
Munilla destacou que a Lei nº 15.097/2025, que estabeleceu o marco legal da energia eólica offshore, foi um avanço importante após quase cinco anos de debate. No entanto, a ausência de normas complementares tem adiado a entrada em operação da nova indústria e reduzido a previsibilidade para investidores. “A lei abriu a porta, mas o mercado precisa de sinais claros dos próximos passos”, afirmou.
O executivo defendeu que o governo defina um cronograma de concessões e regras de cessão de uso das áreas marítimas, mesmo que em etapas iniciais e de menor escala, para viabilizar os primeiros investimentos e mobilizar a cadeia de suprimentos nacional. Ele reforçou que os estudos ambientais e o planejamento portuário devem ser iniciados de forma coordenada, permitindo que empresas brasileiras participem desde as fases iniciais dos projetos.
Para Munilla, a estabilidade regulatória é a principal vantagem competitiva do país e deve ser preservada para garantir confiança internacional. Ele lembrou que em outros mercados, atrasos em licenças e mudanças políticas já provocaram perda de investimentos e empregos. “O Brasil tem uma oportunidade única. É o momento de agir agora”, afirmou.
O executivo concluiu dizendo que a energia eólica offshore pode contribuir para atender o crescimento da demanda elétrica, gerar empregos qualificados e impulsionar a industrialização verde, consolidando o papel do país na transição energética global.
Governo do Rio de Janeiro destaca união entre estados e papel estratégico da energia eólica offshore
Representando o Governo do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Coelho afirmou durante o Brazil Windpower 2025 que a energia eólica offshore representa uma nova fronteira de desenvolvimento econômico e industrial para o país. A declaração foi feita durante a assinatura da Carta da Coalizão pela Energia Eólica Offshore, que reuniu os governos do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul em torno de um compromisso conjunto de expansão da geração no mar.
Segundo Coelho, o acordo simboliza a união de três estados com realidades distintas, mas com um mesmo objetivo: criar um ambiente regulatório sólido, atrair investimentos e gerar empregos qualificados. Ele ressaltou que a coalizão é um gesto de cooperação e pragmatismo entre governos e iniciativa privada, essencial para destravar regulamentações e acelerar a transição energética de forma justa e sustentável.
O representante destacou que, para o Rio de Janeiro, a agenda offshore é estratégica e pode impulsionar a reindustrialização fluminense, conectando a indústria local à inovação e à economia do mar. O estado reúne diferenciais competitivos, como infraestrutura portuária consolidada, tradição no setor de óleo e gás, centros de pesquisa e universidades de referência.
Coelho lembrou ainda o projeto-piloto conduzido em parceria com a Petrobras, como exemplo de aplicação prática da tecnologia e do potencial de geração de valor da nova matriz. “É uma experiência concreta que une sustentabilidade, tecnologia e desenvolvimento industrial”, afirmou.
Ao encerrar, ele destacou que a assinatura da carta reforça o compromisso do Rio de Janeiro com o desenvolvimento responsável e competitivo da energia eólica offshore, alinhado à Lei nº 15.097/2025 e aos princípios de sustentabilidade e uso racional dos recursos naturais. “Um futuro melhor para o vento é um futuro melhor para o mundo”, citou, em homenagem aos 20 anos do Global Wind Energy Council (GWEC).
Eduardo Leite defende ajustes regulatórios e destaca o potencial do RS na expansão da energia eólica
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou durante o Brazil Windpower 2025 que o Brasil precisa aproveitar com rapidez o período de transição energética para fortalecer sua posição global como produtor e exportador de energia limpa. Segundo ele, a vantagem competitiva do país está em sua matriz elétrica, composta por cerca de 90% de fontes renováveis, o que permite atrair empresas e indústrias comprometidas com metas de descarbonização.
Leite destacou que a transição energética é uma janela de oportunidade que não será permanente, e que o país deve realizar os ajustes necessários em seu arcabouço regulatório para estimular novos investimentos. Ele defendeu uma revisão dos incentivos setoriais, de forma a garantir uma alocação equilibrada e eficiente, favorecendo estados com infraestrutura consolidada e proximidade com centros de consumo.
O governador ressaltou que o Rio Grande do Sul possui 50 projetos de geração eólica em diferentes fases de licenciamento, com potencial de 16 gigawatts (GW) onshore, além de mais de 100 GW de capacidade mapeada para projetos offshore. Segundo ele, o estado está preparado para receber novos empreendimentos, com governança ambiental estruturada, linhas de transmissão ampliadas e portos aptos a atender a demanda da indústria eólica.
Leite destacou ainda o avanço do programa estadual de hidrogênio verde, que conta com R$ 100 milhões em financiamento público e tem como objetivo transformar a energia renovável em vetor de exportação e insumo para a produção de amônia verde e fertilizantes sustentáveis. Ele lembrou que o estado adota o modelo de plataformas flutuantes para projetos offshore, com menor impacto ambiental e maior capacidade de monitoramento dos ecossistemas marítimos.
Ao encerrar, o governador defendeu que o Brasil consolide sua liderança como exportador de energia renovável e tecnologia limpa, unindo sustentabilidade e desenvolvimento econômico. “A geração eólica é um dos motores desse futuro. Com ajustes regulatórios e incentivos bem calibrados, o país pode acelerar investimentos, distribuir renda e gerar inovação em escala nacional”, afirmou.
Jerônimo Rodrigues homenageado no BWP defende interiorização dos investimentos
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, foi homenageado durante a abertura do Brazil Windpower 2025 pelo seu papel na consolidação da Bahia como um dos principais polos de geração de energia renovável do país. Ao receber o reconhecimento, o governador destacou que a homenagem simboliza o esforço coletivo de sua equipe, do setor empresarial e do governo federal em fortalecer a transição energética no Brasil.
Em seu discurso, Jerônimo ressaltou que a expansão da geração eólica e solar tem sido decisiva para interiorizar investimentos e reduzir desigualdades regionais, levando emprego, renda e infraestrutura a áreas do semiárido nordestino. “As energias renováveis, com vento e sol, levam desenvolvimento ao interior e transformam realidades”, afirmou.
O governador também destacou a importância da Lei Estadual de Transição Energética (Proterner), aprovada recentemente pela Assembleia Legislativa da Bahia, que cria um marco legal estadual para o setor e prevê incentivos diretos à energia eólica, solar e à formação de mão de obra tecnológica. Segundo ele, a política reflete o compromisso do estado em garantir um crescimento sustentável e socialmente responsável.
Jerônimo defendeu ainda uma cooperação permanente entre governos, setor privado e universidades, reforçando que o Consórcio Nordeste tem atuado de forma articulada para acelerar projetos de data centers, baterias e novas fontes de energia. Ele agradeceu o apoio da ABEEólica e do governo federal, citando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro dos Transportes, Renan Filho, como parceiros na agenda de infraestrutura e descarbonização.
Ao encerrar, o governador destacou que a transição energética deve manter a dimensão social no centro das decisões, garantindo que as comunidades que recebem os parques eólicos também sejam beneficiadas por políticas de inclusão e desenvolvimento local. “Queremos que as torres de energia simbolizem não apenas sustentabilidade ambiental, mas também oportunidades para as pessoas que vivem ao redor delas”, afirmou.
Fátima Bezerra defende o papel da ciência na transição energética
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, afirmou durante o Brazil Windpower 2025 que o Brasil vive um momento histórico para consolidar uma transição energética justa, baseada em ciência, inovação e inclusão social. Ao lado dos governadores do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, Fátima assinou a Carta da Coalizão dos Projetos Pilotos de Energia Eólica Offshore, que simboliza a união federativa em torno de um novo paradigma energético sustentável e de baixo carbono.
Durante o discurso, a governadora ressaltou que o Rio Grande do Norte é o maior gerador de energia eólica do país, responsável por 32% da produção nacional, com uma matriz elétrica composta por 98% de fontes limpas e renováveis. Ela também destacou que o estado abriga 14 projetos offshore em tramitação no Ibama, que somam quase 25 gigawatts (GW) de potência prevista, além do primeiro porto-indústria verde do Brasil, a ser instalado em Caiçara do Norte, sob estruturação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Fátima enfatizou o papel da ciência e da tecnologia como pilares da soberania energética nacional, mencionando o projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação do SENAI-RN, o primeiro do país a obter licença prévia do Ibama para energia eólica offshore. “Esse projeto é mais que técnico — é estratégico. Ele estabelece a base científica e tecnológica para que o Brasil domine todas as etapas da cadeia de valor da eólica offshore, do desenvolvimento de componentes à operação dos parques”, afirmou.
A governadora também defendeu que a transição energética brasileira deve ter justiça social e territorial, garantindo que mulheres, povos tradicionais, comunidades quilombolas, pescadores artesanais e juventudes periféricas tenham voz e oportunidades na nova economia verde. “O vento que sopra no nosso litoral precisa gerar emprego, renda, educação e transformação social. Sem ciência, não há transição justa, e sem justiça social, não há futuro sustentável”, destacou.
Ao encerrar, Fátima afirmou que o Nordeste tem papel decisivo na nova economia verde e que o Brasil deve chegar à COP30, em Belém, com resultados concretos e projetos em execução. “O futuro da energia já começou, e o Rio Grande do Norte tem orgulho de liderar esse movimento com diálogo, responsabilidade ambiental, ciência e compromisso social”, concluiu.
Fonte: Brazil Windpower 2025