Justiça Climática e Energia: O Brasil que Queremos Levar à COP30
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Justiça climática exige integração entre energia, sociedade e políticas públicas, defendem especialistas
O painel “Justiça Climática e Energia: o Brasil que queremos levar à COP30”, realizado nesta quinta-feira (30/10) no Brazil Windpower 2025, discutiu o papel do setor energético e das instituições na construção de um modelo de desenvolvimento que una transição energética, inclusão social e sustentabilidade. A sessão foi moderada por Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica) e enviada especial para Energia da COP30, com participação de Rodrigo Sluminsky (Gaia Silva Gaede Advogados), Viviane Romeiro (CEBDS) e Fernando Mosna (ANEEL).
Abrindo o debate, Elbia Gannoum destacou que a COP30 será uma conferência de implementação, e que o sucesso da transição depende do engajamento da sociedade e das instituições reguladoras. “A justiça climática envolve construir um novo modelo econômico que respeite os limites do planeta e da sociedade. A energia é parte essencial disso, porque o acesso universal é também uma forma de justiça”, afirmou.
Rodrigo Sluminsky ressaltou que a justiça climática passa por redistribuir de forma mais equitativa os benefícios do desenvolvimento econômico gerado pela descarbonização. Ele relembrou o impacto transformador da energia eólica em regiões como João Câmara (RN), que combinaram geração de energia e crescimento local. “Mesmo sem usar o termo na época, já estávamos praticando justiça climática ao levar desenvolvimento e renda para comunidades do interior”, observou.
Na sequência, Viviane Romeiro, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), destacou que a justiça climática deixou de ser um conceito periférico e passou a integrar a agenda corporativa. “A COP30 será a COP das pessoas. Precisamos colocar o componente humano no centro das políticas de clima e de energia”, afirmou. Ela citou avanços como o Plano de Transformação Ecológica do Ministério da Fazenda e o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões, que já incorporam critérios de redistribuição de benefícios e participação comunitária.
Os participantes concordaram que o Brasil tem condições únicas para unir transição energética e inclusão social, e que a COP30 será o momento de mostrar ao mundo um país capaz de combinar eficiência, equidade e desenvolvimento sustentável.
Aneel defende regulação inclusiva e papel social da energia na justiça climática
No painel “Justiça Climática e Energia: o Brasil que queremos levar à COP30”, realizado no Brazil Windpower 2025, o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)
estacou o papel estratégico do órgão regulador na agenda climática e na transição energética brasileira.
Segundo ele, a justiça climática está diretamente ligada ao equilíbrio entre sociedade, economia e limites ambientais, exigindo novos modelos de desenvolvimento. “Quando falamos de justiça climática, falamos de envolver a sociedade na discussão do clima e de construir um modelo econômico que respeite os limites do planeta e da própria sociedade”, afirmou.
O diretor ressaltou que o Brasil já possui avanços significativos em inclusão e acesso à energia, alcançando quase universalização do atendimento por meio de programas históricos como o Luz para Todos. “Garantir o acesso à energia é também garantir justiça. O país tem um legado importante nessa área e precisa continuar ampliando oportunidades, especialmente para as populações mais vulneráveis”, disse.
Ele reforçou ainda que a COP30 será uma conferência de implementação, em que a ação concreta da sociedade, do setor produtivo e das instituições será determinante. “A transição energética só será bem-sucedida se for inclusiva. O regulador tem papel essencial em assegurar equilíbrio entre sustentabilidade, segurança e justiça social”, concluiu.
Energia eólica deixa de ser megawatt para virar missão social
Os painéis realizados nesta quinta-feira (30/10) no Brazil Windpower 2025 evidenciaram como a energia eólica consolidou-se não apenas como fonte limpa, mas como vetor de desenvolvimento regional e inclusão social. O tema foi central no debate “Justiça Climática e Energia: o Brasil que queremos levar à COP30”, que reuniu representantes do setor elétrico, jurídico e empresarial.
Elbia Gannoum (ABEEólica) e Rodrigo Sluminsky (Gaia Silva Gaede Advogados) relembraram o impacto da eólica em regiões como João Câmara (RN), onde parques transformaram o perfil econômico local e elevaram indicadores sociais. Para ambos, o conceito de justiça climática precisa incluir a redistribuição dos benefícios da descarbonização, garantindo que o avanço tecnológico se traduza em prosperidade nas comunidades.
Viviane Romeiro, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), afirmou que a COP30 será a COP das pessoas, voltada a integrar clima, sociedade e natureza. Ela destacou o papel das empresas na construção de uma transição justa, baseada em novos instrumentos de política pública e na inclusão de critérios sociais em mecanismos como o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões.
COP30 marca virada da retórica à ação na transição energética brasileira
Ao longo dos painéis desta quinta-feira (30/10), o Brazil Windpower 2025 mostrou consenso entre especialistas: o Brasil entra agora na fase de implementação da transição energética, com foco em resultados concretos, regulação estável e compromisso social.
Os participantes reforçaram que a COP30 será a conferência da execução, e que a liderança brasileira dependerá da capacidade de integrar políticas públicas, inovação tecnológica e equidade social. Elbia Gannoum (ABEEólica) lembrou que o país já alcançou 99,9% de atendimento elétrico e precisa avançar na integração entre energia e desenvolvimento humano.
Fernando Mosna (ANEEL) destacou o papel do regulador em garantir justiça e acesso, enquanto Viviane Romeiro (CEBDS) defendeu que as empresas precisam adotar métricas de justiça climática e de redistribuição de benefícios. A convergência entre inclusão, energia limpa e eficiência, afirmaram os painelistas, pode consolidar o Brasil como um referência global na transição justa.
Aneel quer levar à COP30 modelo brasileiro que combina acesso, renováveis e consumidor no centro
Na continuação do painel “Justiça Climática e Energia: o Brasil que queremos levar à COP30”, no Brazil Windpower 2025, o representante da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) defendeu que o Brasil já tem um caso concreto de justiça climática para apresentar em Belém: universalização quase total do acesso à energia combinada com exigência crescente de fontes renováveis, inclusive em sistemas isolados.
Segundo ele, o país vem mostrando que dá para fazer inclusão energética sem repetir o caminho fóssil. Os leilões mais recentes para atendimento de comunidades fora do Sistema Interligado Nacional já trazem percentual mínimo de renováveis, o que, na visão da Aneel, é justiça climática aplicada: “não é só levar energia, é levar energia limpa para populações que historicamente ficaram de fora”.
O dirigente chamou atenção para a transversalidade da agenda: NDC brasileira, Plano de Transformação Ecológica, Plano Clima e até o Plano Safra já trazem metas de redução de emissões, mas isso só funciona se “todo mundo falar a mesma língua” e se os instrumentos financeiros não se perderem no caminho (ex.: captar barato e emprestar caro). Para ele, a adaptação vai ser o teste ético da COP30, porque não haverá dinheiro para tudo e será preciso priorizar quem está na ponta e é mais vulnerável.
Outro ponto destacado foi o de ouvir as comunidades antes de levar a energia. Ele citou casos em que o fornecimento foi feito sem diálogo e a tensão/voltagem não atendia aos equipamentos locais, mostrando que “justiça climática não é dar um tique na planilha, é envolver quem vai usar”. Por isso, defendeu colocar o consumidor no centro do debate regulatório, com abertura de mercado e tarifas que não inviabilizem regiões mais pobres do Norte. “Não basta chegar. Tem que chegar certo”, resumiu.
Justiça climática deve combinar redistribuição, integração setorial e transição justa, afirmam especialistas
No painel “Justiça Climática e Energia: o Brasil que queremos levar à COP30”, realizado no Brazil Windpower 2025, Rodrigo Sluminsky (Gaia Silva Gaede Advogados) e Viviane Romeiro (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável - CEBDS) destacaram que a justiça climática deve unir redistribuição de benefícios, integração entre setores e fortalecimento das políticas públicas.
Para Rodrigo Sluminsky, o conceito de justiça climática no setor energético vai além da mitigação e passa pela distribuição equitativa dos ganhos econômicos e sociais da transição. Ele relembrou a experiência da energia eólica no Rio Grande do Norte, onde os primeiros parques transformaram economias locais e elevaram o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). “Mesmo sem usar o termo, já praticávamos justiça climática ao levar desenvolvimento a regiões antes esquecidas”, afirmou.
Viviane Romeiro ressaltou que a COP30 será a COP das pessoas, com foco em colocar a sociedade no centro da transição energética e econômica. Ela lembrou que o Plano de Transformação Ecológica e o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões já incorporam elementos de transição justa e redistribuição de benefícios. “O desafio é fazer com que as empresas internalizem a agenda de justiça climática como parte de sua estratégia de negócios, com impacto social real”, disse.
Ambos concordaram que a transição energética só será efetiva se ocorrer de forma transversal, conectando energia, clima, agronegócio e indústria. “O Brasil tem a chance de mostrar que desenvolvimento e justiça climática podem caminhar juntos — e a COP30 é a vitrine ideal para isso”, concluiu Viviane.
Brasil leva à COP30 um modelo próprio de justiça climática energética
Os debates do Brazil Windpower 2025 mostraram que o Brasil já constrói um modelo próprio de justiça climática energética, ancorado na combinação entre universalização do acesso, expansão das fontes renováveis e inclusão social. O tema esteve no centro das discussões do painel “Justiça Climática e Energia: o Brasil que queremos levar à COP30”, que reuniu representantes da ABEEólica, Aneel, CEBDS e especialistas do setor elétrico.
A Aneel apresentou avanços regulatórios que garantem energia limpa a comunidades isoladas, reforçando que levar energia renovável a quem ainda não está conectado ao sistema é também uma forma de justiça climática. Já Rodrigo Sluminsky (Gaia Silva Gaede Advogados) destacou que a energia eólica se tornou vetor de desenvolvimento econômico no Nordeste, gerando emprego e renda.
Para Viviane Romeiro, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), a transição precisa ser transversal e participativa. “O Brasil chega à COP30 com uma história concreta de inclusão e energia limpa. Nosso desafio agora é ampliar escala e alinhar os instrumentos de política pública a essa visão”, afirmou.
Da teoria à prática: como o Brasil está aplicando a justiça climática no setor elétrico
Os painéis sobre justiça climática no Brazil Windpower 2025 destacaram que o Brasil começa a transformar o conceito em realidade. A ANEEL já incorporou critérios de renovabilidade mínima nos leilões para atendimento de sistemas isolados, medida que leva energia limpa a comunidades amazônicas e reforça o compromisso de inclusão energética com sustentabilidade.
Rodrigo Sluminsky, sócio do Gaia Silva Gaede Advogados, lembrou que o país evoluiu ao redistribuir os benefícios da descarbonização, e que a energia eólica foi o primeiro exemplo prático dessa integração entre meio ambiente e desenvolvimento regional. “O que antes era apenas geração elétrica virou instrumento de crescimento local e justiça social”, afirmou.
Segundo Viviane Romeiro, diretora de Clima, Energia e Finanças Sustentáveis do CEBDS, o Plano de Transformação Ecológica e o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões são provas de que o Brasil está internalizando a justiça climática na regulação e nas estratégias empresariais. “Estamos vendo uma mudança de mentalidade: a agenda climática deixou de ser setorial e passou a orientar decisões econômicas e sociais”, completou.
A COP das pessoas: inclusão social entra no centro da transição energética
O Brazil Windpower 2025 reforçou que a COP30 será a COP das pessoas — marcada pela inclusão social e pela necessidade de colocar comunidades e consumidores no centro da transição energética. Especialistas defenderam que o sucesso das metas climáticas dependerá da participação das populações vulneráveis e da integração entre energia, economia e justiça social.
Viviane Romeiro, diretora de Clima, Energia e Finanças Sustentáveis do CEBDS, destacou que a COP30 será “uma conferência de implementação com olhar humano”, voltada a garantir que políticas de transição justa cheguem à ponta. Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica) e enviada especial para Energia da COP30, afirmou que a energia é também instrumento de equilíbrio social, e que o Brasil tem o dever de transformar seu potencial renovável em prosperidade compartilhada.
Na mesma linha, Fernando Mosna, diretor da ANEEL, ressaltou que o acesso universal à energia precisa ser acompanhado de educação, diálogo e renovabilidade, princípios que tornam a transição mais inclusiva. A convergência entre sustentabilidade e justiça social, afirmaram os painelistas, é o que pode consolidar o Brasil como referência global em transição energética justa.
Rumo à COP 30: As Contribuições do Setor Eólico para a Agenda Climática Brasileira
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Brasil parte em posição de vantagem na transição energética, afirma Elbia Gannoum
Durante o painel “Rumo à COP30: contribuições do setor eólico para a agenda climática”, realizado nesta quinta-feira (30/10) no Brazil Windpower 2025, a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica), Elbia Gannoum, destacou que o Brasil parte de uma posição privilegiada para enfrentar os desafios da transição energética.
Segundo Elbia, o país construiu ao longo de mais de um século uma matriz elétrica 99% interligada e com 99,9% de atendimento da população, resultado de políticas como os programas Luz no Campo e Luz para Todos. “Enquanto o mundo ainda enfrenta o desafio de levar energia limpa às comunidades e ao setor produtivo, o Brasil já superou essa etapa e parte de uma posição confortável do ponto de vista social”, afirmou.
A executiva também ressaltou a importância de o país encarar a discussão sobre o papel do petróleo e do gás natural na economia global. “Não dá para fingir que eles não são relevantes. A transição exige diálogo, aprendizado e posicionamento — e é isso que esperamos da COP30: mostrar o Brasil no lugar que ele merece, mas também com realismo sobre nossos desafios”, disse.
Entre esses desafios, Elbia apontou a dimensão social da transição energética, tema que tem sido trabalhado pela ABEEólica e que será abordado em novas iniciativas do setor. Ela reforçou ainda a necessidade de integrar adaptação e mitigação às políticas climáticas. “Não dá mais para pensar apenas em mitigar. A temperatura do planeta já atingiu níveis que exigem adaptação — e isso tem custo. Precisamos encarar o tema de frente”, declarou.
Encerrando sua fala, a presidente da ABEEólica defendeu que a transição energética seja vista como uma grande oportunidade de negócios. “O desafio climático pode e deve ser um bom negócio. O mundo precisa entender que fazer a transição energética é rentável — e quando isso se consolidar, teremos dado um passo decisivo para vencer o desafio do clima”, concluiu.
Brasil precisa transformar protagonismo em liderança global, afirma Thiago Tomazzoli
Durante o painel “Rumo à COP30: contribuições do setor eólico para a agenda climática”, no Brazil Windpower 2025, o diretor-presidente da Statkraft Brasil, Thiago Tomazzoli, afirmou que o Brasil ocupa posição de destaque na transição energética global, mas precisa avançar para consolidar uma liderança efetiva.
“Somos um dos poucos países que combinam escala, diversidade e baixas emissões. Já temos um diferencial competitivo real, mas o desafio agora é transformar esse protagonismo em liderança”, destacou.
Segundo o executivo, a integração inteligente entre as diferentes fontes de geração é um dos pilares para esse avanço. “Precisamos construir previsibilidade e utilizar as fontes de forma mais eficiente, evitando desperdícios e garantindo estabilidade na oferta de energia”, afirmou.
Tomazzoli ressaltou que a Statkraft tem como missão global "renew the way the world is powered" e vem ampliando sua presença no Brasil com investimentos consistentes. “Nos últimos cinco anos, investimos cerca de R$ 10 bilhões em projetos que somam mais de 1,7 GW em fontes eólicas, solares e hídricas. Nosso foco agora é operar com estabilidade e eficiência, capturando novas oportunidades e entregando energia renovável com menor desperdício”, concluiu.
Armazenamento e redes são fundamentais para a estabilidade do sistema elétrico, afirma João Brito Martins
Durante o painel “Rumo à COP30: contribuições do setor eólico para a agenda climática”, no Brazil Windpower 2025, o CEO da EDP Brasil, João Brito Martins, destacou que o avanço da transição energética depende de um sistema elétrico mais flexível, estável e preparado para integrar volumes crescentes de energia renovável.
“O curtailment é um desafio crescente, não apenas no Brasil, mas em vários mercados. Ele evidencia a necessidade de investir em redes e em armazenamento para garantir resiliência e eficiência”, afirmou.
Segundo o executivo, as redes de transmissão e distribuição devem ser vistas como viabilizadoras da transição energética e assumir um papel cada vez mais ativo na operação do sistema, especialmente diante do aumento da geração distribuída e da imprevisibilidade do consumo. “A rede é o que garante a estabilidade física e financeira do setor. Sem ela, não há como expandir de forma sustentável”, disse.
Martins defendeu que o armazenamento de energia será um elemento-chave dessa nova estrutura. “É o que vai garantir segurança, resposta rápida e equilíbrio entre oferta e demanda. O Brasil ainda está começando, mas veremos projetos em escala nos próximos meses, à medida que a regulação evolua e crie incentivos adequados”, afirmou.
O executivo destacou ainda a importância de uma regulação estável e de mecanismos de precificação adequados, que incentivem o consumo inteligente e a eficiência do sistema. “Precisamos de estabilidade regulatória para assegurar o retorno dos investimentos e de políticas que estimulem o deslocamento da demanda em horários de pico. Assim teremos um sistema menos estressado, mais eficiente e preparado para crescer com renováveis”, concluiu.
Eletrificação e digitalização das redes são decisivas para a transição energética, avaliam especialistas
Durante o painel “Rumo à COP30: contribuições do setor eólico para a agenda climática”, no Brazil Windpower 2025, a diretora executiva de Renováveis da Neoenergia, Laura Porto, destacou que a eletrificação e a digitalização das redes serão determinantes para o avanço da transição energética no Brasil.
Segundo a executiva, é essencial garantir a expansão da infraestrutura elétrica e investir na qualificação de profissionais para acompanhar a transformação tecnológica do setor. “A transição energética exige capacitação em novas tecnologias, e temos apostado fortemente na inclusão feminina e multirracial para construir uma liderança mais diversa e preparada”, afirmou.
Ela também ressaltou a necessidade de acelerar a implantação de sistemas de armazenamento e redes digitalizadas, que aumentam a eficiência e reduzem vulnerabilidades do sistema elétrico. “A digitalização será fundamental para garantir eficiência e estabilidade”, destacou.
Ao comentar a fala, Roberta Cox, Policy Director do Global Wind Energy Council (GWEC), reforçou o papel do investimento privado e da cooperação entre empresas e governos. “As empresas estão acreditando no Brasil, investindo e empregando pessoas. A transição não é uma troca simples de combustível, mas um processo contínuo de ajustes e soluções, que nos levará à excelência dos sistemas energéticos”, afirmou.
Com presença em 18 estados e uma matriz 80% renovável, a Neoenergia tem ampliado investimentos em redes, geração e projetos de engenharia verde como parte de sua estratégia para impulsionar a descarbonização do país.
Nota 30 - Eletrificação da economia e estímulo à demanda por energia limpa são caminhos para a nova industrialização verde
Durante o painel “Rumo à COP30: contribuições do setor eólico para a agenda climática”, no Brazil Windpower 2025, o diretor-presidente da EDF Power Solutions, André Salgado, defendeu que o Brasil precisa avançar na eletrificação da economia e no estímulo à demanda por energia renovável para consolidar uma nova fase de industrialização verde.
Segundo o executivo, o país vive um momento de sobreoferta conjuntural de energia, mas possui condições únicas para transformar esse cenário em oportunidade. “A responsabilidade da transição energética passa também por incentivar nossos clientes — a indústria, a mobilidade elétrica — a demandar mais energia de fontes limpas. É preciso aumentar o consumo de eletricidade renovável para fortalecer a descarbonização e atrair novos investimentos”, afirmou.
Ele destacou que o Brasil reúne vantagens competitivas para receber data centers, projetos de hidrogênio verde e novas indústrias intensivas em energia, capazes de gerar produtos com maior valor agregado. “Temos potencial para atrair uma nova indústria verde, produzindo aço verde, combustíveis sustentáveis para aviação, amônia e fertilizantes, ampliando nossa participação nas cadeias globais de baixo carbono”, disse.
Salgado também ressaltou o impacto socioeconômico da energia eólica, que hoje responde por 36 GW de potência instalada e possui 80% de nacionalização da cadeia produtiva. “Grande parte dos parques está localizada em regiões de baixo desenvolvimento humano, onde a eólica gera emprego, renda e reativa a economia local. É um vetor de inclusão e crescimento regional”, completou.
Comentando a fala, Laura Porto, diretora executiva de Renováveis da Neoenergia, concordou que a demanda é a solução estrutural da transição energética. “A eletrificação da economia precisa caminhar junto com inovação, redes inteligentes e atualização tecnológica. Esse é o salto que o setor eólico pode impulsionar: transformar o Brasil de exportador de energia bruta em produtor de soluções verdes e de alto valor agregado”, afirmou.
Fonte: CanalEnergia