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Recursos Hídricos e Saneamento Básico

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FRAGMENTOS EXTRAÍDOS DA REVISTA SANEAR – SANEAMENTO E CRISE CLIMÁTICA: ADAPTAÇÃO JÁ! – edição nº 51

15/10/2025

- Saneamento inteligente: tecnologia vira aliada contra o colapso climático Iniciativa bilateral fortalece cooperação e troca de conhecimento entre Brasil e Holanda no setor de saneamento

FUAD MOURA, coordenador da Câmara Técnica de Inovação da Aesbe e assessor de Projetos Especiais e Novos Negócios da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb)

As mudanças no padrão climático têm gerado desafios complexos e extremos, como inundações urbanas, estiagens prolongadas e colapsos de infraestrutura, além de eventos totalmente imprevisíveis, o que muitas vezes impede ações preventivas dos responsáveis pelo saneamento e a gestão hídrica.

Nesse contexto, a tecnologia vem se mostrando uma grande aliada na resposta ágil e efetiva aos desastres climáticos. Hoje, o Brasil já conta com ferramentas como sensores inteligentes para monitoramento em tempo real, plataformas de modelagem preditiva, inteligência artificial no planejamento de redes e sistemas de alerta precoce.

Em evolução constante para enfrentar e mitigar os desafios desse novo tempo, as inovações fortalecem a resiliência urbana e operacional das companhias de saneamento, tornando-se um catalisador importante no desafio duplo em que o setor se encontra, como explica Fuad Moura, coordenador da Câmara Técnica de Inovação da Aesbe e assessor de Projetos Especiais e Novos Negócios da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb).

“As mudanças climáticas exigem respostas urgentes, e a sociedade cobra serviços mais eficientes e inclusivos. É aqui que a inovação, seja tecnológica ou gerencial, disruptiva ou incremental, torna-se nossa maior aliada. Podemos buscar, por exemplo, soluções com uso de inteligência artificial para prever crises hídricas e reduzir perdas na distribuição de água, sistemas de reúso que garantem segurança hídrica e tecnologias acessíveis e novas propostas de atuação para levar saneamento básico a comunidades vulneráveis”, avalia.

Na Aesbe, por meio da Câmara Técnica de Inovação, Moura coordena discussões sobre caminhos para transformar esse potencial em realidade. Uma das frentes analisa como as empresas podem estruturar os Programas de PDI incluindo a inovação como sistemática, não ocasional.

O objetivo é buscar meios de promover a inovação aberta, tentando conectar as companhias de saneamento com startups e universidades.

Moura cita como exemplo a Caesb, que mantém uma parceria de décadas com a Universidade de Brasília (UnB), que já rendeu frutos para o sistema produtor de água, a gestão de perdas e nos processos de tratamento de esgoto. “É sempre importante ressaltar que nossa visão de inovação vai além da tecnologia. Quando falamos em saneamento do futuro, estamos pensando tanto em eficiência operacional quanto em inclusão social. Projetos como o saneamento integrado em comunidades carentes ou soluções de autogestão para áreas rurais mostram que inovação é também sobre equidade”, completa o coordenador da Câmara Técnica de Inovação. Segundo ele, as companhias devem atuar no combate às mudanças climáticas com tecnologia, mas sem nunca perder de vista seu papel social, o que só é possível com o fortalecimento do setor: empresas comprometidas, universidades inovadoras, startups ágeis e um marco regulatório que fomente essas conexões. Sabesp usa inteligência artificial no planejamento de abastecimento e combate a vazamentos Em São Paulo, a Sabesp vem investindo em inovações que prometem deixar o saneamento mais inteligente. A empresa acaba de anunciar a contratação de um serviço para monitorar as chuvas e planejar o abastecimento de forma mais eficaz por meio do aperfeiçoamento da análise de cenários das mudanças climáticas. Uma consultoria especializada na integração de previsões meteorológicas e hidrológicas vai acompanhar os níveis dos mananciais que abastecem cerca de 22 milhões de pessoas. Com uso de inteligência artificial, a ferramenta cruza a base de dados da companhia com as previsões meteorológicas. O investimento é de R$1,5 milhão. “A Sabesp possui séries históricas de dados de armazenamento de água e do volume de chuvas que permitem analisar cenários anteriores, como uma grande seca que aconteceu em 1953 e a crise hídrica de 2014. Essa ampla base de informações, associada à tecnologia, vai ajudar a companhia a prever com mais precisão os extremos climáticos e os impactos para o sistema de abastecimento”, explica Alexandre Bueno, gerente do departamento de Recursos Hídricos da Sabesp. Os primeiros boletins diários da IA serão gerados a partir de julho. No momento, as equipes da Sabesp e os consultores estão inserindo as informações na plataforma. O projeto será implementado inicialmente nos reservatórios do Sistema Cantareira, o maior dos administrados pela companhia. Enquanto isso, outro projeto piloto na capital paulista acaba de atestar a importância do uso de inteligência artificial no saneamento. Combinada com imagens de satélite, uma nova solução identificou cinco vezes mais vazamentos que o método tradicional na região da Consolação.

INOVAÇÃO

A tecnologia, já aplicada em países como Israel e Inglaterra, foi testada pela empresa paulistana e comparou a detecção de perda de água com o modelo atual, via escuta. A região escolhida para o experimento é de alta complexidade graças às diversas interferências no subsolo, como redes de gás, energia elétrica e dados, além do tráfego de veículos intenso. Em 50 quilômetros de redes, a abordagem tradicional encontrou 14 vazamentos. A nova ferramenta detectou 81 pontos, sendo capaz de localizar vazamentos menores e praticamente indetectáveis pelo ouvido humano. A tecnologia não substitui a escuta acústica, mas as equipes passam a ser enviadas para áreas onde há maior probabilidade de grandes vazamentos. “Isso melhora o direcionamento das equipes, aumenta a eficiência do trabalho e traz resultados cada vez melhores”, explica Débora Pierini Longo, diretora de Operação e Manutenção da Sabesp, que confirmou a contratação da tecnologia após o sucesso dos testes. Cidades que concentram 17% de toda a perda de água das áreas que a companhia atende, como São Paulo, Suzano, Barueri, Itaquaquecetuba e Osasco, receberão a inovação. Inovar para resistir e universalizar Diante de um cenário climático cada vez mais desafiador, o setor de saneamento se vê diante da urgência de inovar para sobreviver — e de evoluir para garantir equidade. Casos como o da Sabesp e iniciativas coordenadas pela Aesbe mostram que a tecnologia, quando aliada a uma visão estratégica e inclusiva, pode transformar crises em oportunidades. O caminho está traçado: investir em soluções inteligentes, promover parcerias com centros de pesquisa e fortalecer o papel social das companhias públicas. Só assim será possível enfrentar os impactos das mudanças climáticas com resiliência, eficiência e compromisso com a universalização do saneamento.

- SUSTENTABILIDADE

Reúso de água – De alternativa emergencial à estratégia essencial para a segurança hídrica e a sustentabilidade urbana

Reciclar para garantir o futuro faz com que o reúso de água se firme como solução estratégica na América Latina. Entidades do setor apontam os avanços e desafios para consolidar essa prática essencial, transformando mentalidades e impulsionando investimentos para a segurança hídrica duradoura.

Acrescente pressão sobre os recursos hídricos, impulsionada pelas mudanças climáticas, pelo aumento populacional e pela intensificação do consumo, tem direcionado o olhar para o reúso de água como uma solução estratégica e de caráter permanente. A América Latina, palco de crescente vulnerabilidade hídrica, testemunha uma transformação na percepção e na prática do reúso de água. O que antes era considerado uma solução emergencial, impulsionada por crises de abastecimento em grandes centros urbanos e setores econômicos essenciais, hoje se consolida como pilar fundamental para garantir a segurança hídrica, reduzir a pressão sobre mananciais, otimizar a eficiência dos sistemas urbanos e promover a sustentabilidade. Nesse cenário de transformação, o Instituto Reúso de Água vem atuando na promoção e no avanço dessa prática no Brasil. Ana Silvia Santos, fundadora e CEO do Instituto, destaca que a percepção e a prática do reúso de água no Brasil têm experimentado avanços significativos nos últimos anos, impulsionados principalmente pela crescente preocupação com a falta d’água. “A falta d’água, seja na forma de escassez física devido a secas prolongadas, seja como estresse hídrico onde a demanda supera a oferta, é o principal motor desse avanço”, afirma. Para Ana Silvia, o marco regulatório exerce grande importância para a concretização da prática. “Para colocar o reúso em prática, é preciso um quadro regulatório bem estabelecido, algo que ainda não temos em nível nacional”, explica. No entanto, ela ressalta o progresso em algumas unidades federativas. “Hoje, em nível nacional, oito delas já possuem regulamentação com a definição de parâmetros e padrões de qualidade da água para reúso. O próprio marco legal do saneamento de 2020 indica o reúso como prioritário na gestão eficiente da água, e a partir dele vimos avanços regulatórios em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Paraná”, comenta. Embora o Instituto Reúso de Água tenha sido formalizado há dois anos, Ana explica que atuam desde 2021, com o lançamento do portal reusodeagua.org, promovendo discussões e defendendo um marco regulatório robusto. “Hoje, contamos com a confiança e o apoio de grandes empresas do setor, membros associados que incentivam nosso trabalho para impulsionar o reúso. A indústria tem sido um protagonista fundamental nesse avanço, pois a falta d’água representa um risco de falência, motivando-a a buscar ativamente soluções de reúso junto às concessionárias e companhias de saneamento”, informa. Neste âmbito, o projeto Aquapolo, implementado há 10 anos, é citado como um exemplo bem-sucedido. “O Aquapolo foi um grande marco e hoje é o maior projeto de produção de água industrial a partir do reúso na América Latina. Dez anos depois, começamos a ver projetos similares ou inspirados nele”, conta Ana Silvia.

Reúso como estratégia permanente

A consolidação do reúso como estratégia permanente para a segurança hídrica se sustenta em sólidos argumentos técnicos, econômicos e ambientais, conforme a visão do Instituto Reúso de Água. Ana Silvia aponta um conjunto de fatores interligados que reforçam essa mudança de paradigma. “Além da questão da falta d’água em suas diversas formas, temos as mudanças climáticas, que hoje são percebidas pela sociedade de maneira geral, e as mudanças nos nossos hábitos de consumo, com uma demanda crescente e, muitas vezes, insustentável”, elenca. Ela também menciona o crescimento populacional como um fator de pressão adicional. Como evidencia a especialista, a chave para uma gestão hídrica eficiente reside na compreensão de que água é uma só: “seja água residual, água de chuva, água de rio, água subterrânea, água do mar, tudo isso é água. A sensação de falta d’água que temos é, na verdade, a falta da água fácil, aquela que sempre extraímos preferencialmente de fontes superficiais e subterrâneas”, explica. A transição para um novo patamar de gestão hídrica implica a adoção de “fontes sustentáveis de água”, como águas residuais tratadas, água do mar e água da chuva, complementando a matriz hídrica, assim como ocorreu no setor energético. “No Brasil, passamos de uma matriz quase exclusivamente hidroelétrica para a incorporação de outras fontes, como eólica e solar. No setor hídrico, precisamos seguir o mesmo caminho”, defende. Do ponto de vista econômico, o reúso torna-se viável a partir do momento em que a escassez hídrica impõe custos ainda maiores. “Ficar sem água não tem preço. A viabilidade econômica não se resume ao custo da obra ou da tarifa; é preciso considerar o custo de não ter água”, argumenta Ana Silvia, citando o exemplo da Braskem, âncora do Aquapolo, que enfrentaria sérias dificuldades em uma situação de seca prolongada. Ambientalmente, o reúso representa a utilização de um recurso já disponível, contribuindo para a preservação de mananciais e a redução da descarga de efluentes em corpos hídricos. Socialmente, a disponibilidade de água impulsiona o desenvolvimento socioeconômico, sendo essencial para regiões com histórico de escassez. A CEO do Instituto Reúso de Água enfatiza, também, a disponibilidade de tecnologia, conhecimento, recursos, engenharia e infraestrutura para transformar qualquer tipo de água em água de qualidade. “A água é água, não importa de onde ela vem. Hoje temos as ferramentas para produzi-la a partir de qualquer outra fonte”, observa. Apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta desafios regulatórios significativos para a implementação em larga escala de projetos de reúso de água. Ana Silvia aponta essa questão como um foco central do trabalho do Instituto. “Esse é um tema de pesquisa nosso há mais de dez anos, com diversas publicações científicas. Desenvolvemos uma linha do tempo da legislação de reúso em vários países, que inclusive foi citada em um documento oficial da ONU, e percebemos uma grande evolução no mundo, enquanto o Brasil ainda patina”, diz. Ela reconhece os avanços pontuais no país, mas frisa que há muito a ser feito. “Temos exemplos internacionais que podem servir de inspiração, mas é fundamental adaptá-los à nossa realidade, que é complexa devido às dimensões continentais e às grandes diferenças socioeconômico-culturais e ambientais”, atenta. Segundo Ana Silvia, em 2024, o Instituto Reúso de Água, em colaboração com seus membros associados no Grupo de Trabalho (GT) Diretrizes, desenvolveu diretrizes voluntárias e imparciais, cujo objetivo foi apresentar ao governo federal uma proposta para a legislação nacional de reúso, abrangendo parâmetros, padrões de qualidade da água, planejamento de monitoramento e diversas aplicações. “Essas diretrizes foram fruto de várias reuniões do GT ao longo de 2024, e o documento final foi lançado no dia 16 de maio, no canal do YouTube do Instituto, marcando a abertura do Movimento Reúso de Água 2025, que inclui seis eventos (quatro presenciais e dois online) entre 16 de maio e 16 de junho”, informa e acrescenta: “tivemos a presença de grandes líderes do governo federal e entidades públicas e privadas neste lançamento.”

Viabilidade econômica além da tarifa e análise do ciclo de vida

A viabilidade econômica é um fator determinante para a adoção generalizada do reúso e o Instituto Reúso de Água busca desmistificar a visão tradicional focada apenas na tarifa. Ana Silvia Santos questiona a mentalidade de algumas companhias de saneamento que veem o reúso como perda de receita. “Pensar que disponibilizar água para reúso gera perda de receita é, na minha opinião, um pensamento equivocado. Perde-se uma receita, mas pode-se ganhar outra, uma receita acessória”, observa. Ela defende que os gestores e tomadores de decisão precisam criar a necessidade de incorporar essa receita acessória em seus modelos de negócio. Para ela, o caso do Aquapolo ilustra um modelo bem-sucedido. “O Aquapolo se viabilizou porque uma indústria garantiu o pagamento da tarifa por 40 anos em contrato. Esse é um bom modelo, desde que haja um polo industrial”, comenta. Para cenários sem grandes polos industriais, Ana Silvia aponta outras possibilidades, como o abastecimento por caminhão-pipa ou a simbiose industrial, por meio da qual o efluente de uma indústria serve como matéria-prima para outra.

O lançamento, pela Aegea, da Unidade de Negócio Apura, focada no fornecimento de água para reúso, é outro exemplo promissor em sua avaliação. “A Aegea firmou contrato com a Braskem para fornecer água para reúso ao abastecimento total da sua unidade industrial em Duque de Caxias (RJ). Obras de saneamento, embora custosas e complexas, são algo rotineiro para uma empresa de saneamento. O Aquapolo, com seus 17 quilômetros de extensão passando por três municípios, demonstra a viabilidade técnica, apesar do custo do transporte”, avalia. Deste modo, Ana Silvia enfatiza que não existe uma “receita de bolo” única para a viabilidade econômica do reúso. “O modelo ideal depende do cenário específico. O Aquapolo é uma solução excelente para o que se propôs, mas não serve para tudo”, considera. Ela retorna à questão do custo de não ter água como um fator crucial na análise econômica. “A viabilidade econômica tem que considerar o custo de ficar sem água. Na seca de 2013/2014, a Braskem ficaria um período sem água e poderia colapsar. Esse é o verdadeiro custo”, aponta. Além disso, a CEO do Instituto Reúso de Água defende a incorporação da análise do ciclo de vida (Life Cycle Assessment) e do custo do ciclo de vida (Life Cycle Cost) nas avaliações econômicas. “O termo viabilidade econômica sozinho leva a um raciocínio limitado de tarifa, Capex e Opex. Uma análise do ciclo de vida revela outras conclusões, considerando os custos ambientais”, explica. Ela percebe uma mudança de mentalidade no Brasil, impulsionada pelo conhecimento e pela conexão, áreas em que o Instituto investe por meio de cursos e interação. “Nossa bandeira é clara: a água é uma só. Não importa de onde ela vem ou a qualidade que tem; conseguimos produzir água a partir de água, mesmo que seja de excelente qualidade a partir de esgoto bruto, graças à tecnologia, infraestrutura, recursos e engenharia disponíveis”, menciona. A mensagem de Ana Silvia Santos para as companhias de saneamento é a necessidade de uma mudança radical de entendimento. “Precisamos sair do século XX e entrar no século XXI. A gestão atual é ultrapassada para os desafios que enfrentamos. O papel do Instituto é incutir esses entendimentos diferentes para aumentar a receptividade por parte dos empresários”, informa.

Setores com maior potencial e casos de sucesso

O Brasil possui um enorme potencial para a adoção do reúso de água, especialmente na interface entre demanda e oferta. Ana Silvia explica que, apesar da baixa oferta atual devido ao tratamento de apenas 50% do esgoto, a alta demanda em diversos setores abre um leque de oportunidades. “Talvez haja uma vantagem em não termos universalizado ainda nossos serviços de saneamento: a possibilidade de avançar já considerando o reúso na concepção das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs). Enquanto países desenvolvidos adaptam suas estruturas existentes, o Brasil pode integrar o reúso desde o projeto de novos sistemas de esgotamento sanitário e polos industriais”, aponta. Indústrias hidro intensivas e a agricultura irrigada se destacam como setores com grande potencial. “Em regiões como São Paulo, o estresse hídrico é agravado pelas indústrias que consomem muita água. O reúso pode ser uma solução para abastecer esses polos industriais, assim como grandes áreas de irrigação, comuns no Brasil, diferentemente de países como Portugal, onde a agricultura é mais familiar”, explica. Outras aplicações promissoras incluem a recarga de aquíferos, especialmente em regiões com superexploração. “A recarga de aquíferos é comum em países do Mediterrâneo, como Grécia, Chipre e Malta, onde quase 90% do esgoto é utilizado na agricultura, resolvendo 40% da demanda hídrica. A China também tem investido no reúso industrial como estratégia de crescimento, assim como Singapura”, informa Ana Silvia. Para a engenheira, a inovação tecnológica desempenha um papel fundamental na eficiência e segurança dos sistemas de reúso de água. Ela explica que existem tecnologias convencionais capazes de gerar efluentes tratados de boa qualidade para diversas aplicações e tecnologias mais avançadas para usos mais exigentes. “Para uso potável, tanto direto quanto indireto, é necessária uma combinação de tecnologias avançadas, como membranas, desinfecção e processos oxidativos avançados. Para usos urbanos, como lavagem de ruas e irrigação de canteiros, dependendo da restrição de contato, tecnologias mais simples, como tratamento secundário e desinfecção por cloro, ultravioleta ou ozônio podem ser suficientes”, orienta. Neste cenário, o Instituto Reúso de Água acompanha de perto as tendências em tratamento, monitoramento e distribuição, classificando as tecnologias em categorias de nível secundário, secundário desinfetado e avançado, cada uma atendendo a diferentes demandas de qualidade da água.

Virada de chave para o Século XXI

Ana Silvia destaca o avanço da Lei 14.026 ao mencionar a palavra “reúso” oito vezes, em contraste com a ausência na lei anterior. “Esse foi um grande passo, mas transformar isso em realidade é outro abismo. Precisamos dar um salto imenso, construindo uma ponte para essa nova realidade, mudando nosso mindset”, alerta. A CEO do Instituto Reúso de Água acredita que o Brasil já possui condições de agir. “Estávamos na discussão e no debate. Agora temos a oportunidade de agir. Essa é a minha principal mensagem”, conclui.

- SUSTENTABILIDADE

Segurança hídrica latino-americana passa pelo reúso estratégico

A expansão do reúso na América Latina, segundo Eduardo Pedroza, diretor da Associação Latino-Americana de Dessalinização e Reuso de Água (Aladyr Brasil), é intrinsecamente ligada à crescente valorização estratégica da água pela sociedade, diante de um cenário de vulnerabilidades hídricas cada vez mais evidentes. “Crises de abastecimento que antes se restringiam a regiões áridas ou semiáridas, nos últimos 15 anos passaram a impactar áreas com maior disponibilidade, mas com demandas de consumo elevadas, como São Paulo, Cidade do México e Montevidéu”, explica o diretor. Este novo contexto, agravado pelos efeitos das mudanças climáticas, abriu espaço para a adoção de soluções baseadas na economia circular da água. Na avaliação da Aladyr, este cenário impulsionou avanços significativos na percepção e prática do reúso. Entre eles, Pedroza destaca que na América Latina observa-se um reconhecimento estratégico do reúso e da dessalinização por governos, que os incorporam como elementos centrais na diversificação da matriz hídrica. “Destacamos a iniciativa pioneira do Governo do Espírito Santo, que, em parceria com a ArcelorMittal, realizou a primeira concorrência pública para fornecimento de água de reúso no Brasil”, informa. Paralelamente, segundo ele, constata-se um crescimento significativo de projetos e investimentos no setor, impulsionado pela crescente demanda do setor privado por tecnologias de reúso e dessalinização em busca de eficiência e competitividade. “O aumento nas importações de membranas no Brasil e em outros países da região reflete esse avanço tecnológico. No campo da dessalinização, são notáveis os ganhos em eficiência energética, como exemplificado no Chile, onde projetos recentes operam com um consumo significativamente menor. Outro indicativo do amadurecimento do tema é a proliferação de projetos de lei voltados à regulamentação e ao estímulo do reúso, bem como o surgimento de modelos de negócio inovadores, a exemplo dos contratos BOO/BOT e das parcerias integradas em complexos industriais, que possibilitam a viabilização de projetos mais robustos e sustentáveis”, descreve o executivo. Fundada em 2010, a Aladyr tem contribuído ativamente para essa evolução através de:

• Promoção de eventos e congressos: a associação organiza eventos como o Congresso da Aladyr Brasil, plataformas para divulgar projetos, fomentar debates sobre políticas e inovações. O evento de 2023, com forte presença brasileira, motivou iniciativas em andamento no Espírito Santo e na Vale.

• Advocacy e políticas públicas: a organização atua como voz ativa, alertando sobre a necessidade de políticas fortes e investimentos em infraestrutura de reúso para enfrentar os desafios hídricos regionais.

• Educação e capacitação: projetos como as “Olimpíadas da Água” e capacitações internacionais visam formar alunos e profissionais sobre a gestão sustentável da água. Para a Aladyr, o reúso transcende a visão de solução emergencial, consolidando-se como estratégia estrutural e permanente, sustentada por argumentos técnicos, econômicos e ambientais robustos. Tecnicamente, Eduardo Pedroza destaca que a eficiência e a confiabilidade dos sistemas são asseguradas por tecnologias avançadas de tratamento, como as membranas (MBR, UF, RO), que garantem alta qualidade para aplicações diversas, incluindo uso potável indireto e industrial exigente. “Além disso, a flexibilidade de aplicação dos sistemas de reúso permite sua adaptação a diferentes contextos urbanos, industriais e agrícolas, com implantação modular e integração à infraestrutura já existente. Um ponto crucial é a independência climática do reúso, que, ao contrário das fontes tradicionais, não depende diretamente do regime de chuvas, conferindo resiliência frente às mudanças climáticas”, explica. No âmbito econômico, apesar do investimento inicial, o executivo lembra que o reúso demonstra potencial para redução de custos a longo prazo, tornando-se competitivo, especialmente em regiões com escassez hídrica e altos custos de captação e tratamento de fontes convencionais. “Para o setor industrial, a garantia de uma fonte estável e controlada de água reduz significativamente os riscos de desabastecimento e interrupções produtivas em setores intensivos no uso desse recurso. Ademais, o reúso estimula a inovação e o desenvolvimento de novos modelos de negócio, fomentando parcerias público-privadas (PPPs), contratos do tipo BOO/BOT e outros arranjos institucionais que atraem investimentos e promovem a modernização do setor”, comenta. Finalmente, os argumentos ambientais reforçam a importância do reúso, uma vez que ele diminui a pressão sobre mananciais como rios, lagos e aquíferos, contribuindo para a conservação dos ecossistemas e a manutenção dos serviços ambientais. “O tratamento e o reaproveitamento de efluentes resultam na redução da poluição hídrica, evitando a descarga de poluentes em corpos d’água e melhorando a qualidade ambiental. Em uma perspectiva mais ampla, o reúso contribui para a economia circular, inserindo o recurso hídrico em um ciclo mais sustentável, alinhado aos princípios da gestão integrada de recursos”, ressalta Pedroza. Desafios regulatórios no Brasil e inspiração internacional Apesar dos avanços tecnológicos e da crescente necessidade, o Brasil ainda enfrenta barreiras legais e normativas para a implementação em larga escala do reúso. Para a Aladyr, segundo Eduardo Pedroza, superar esses entraves é fundamental. Ele aponta a ausência de uma regulação nacional clara e unificada como principal obstáculo. “A produção de água de reúso ainda carece de normas que definam titularidades, clareza fiscal, procedimentos para acesso competitivo a esgotos por atividades econômicas, responsabilidades e diretrizes operacionais”, detalha. A diferenciação entre tipos e usos do reúso (potável, industrial, agrícola, urbano não potável, recarga de mananciais) com parâmetros de qualidade, monitoramento e controle específicos para cada finalidade, apenas quando necessário, também é fundamental. O diretor ressalta que uma regulação excessiva para usos industriais não potáveis pode ser prejudicial, dada a diversidade de processos produtivos. Já para recarga de mananciais, parâmetros rigorosos são indispensáveis. No reúso agrícola, a atenção deve se voltar às especificidades de manejo e ambientais. Outra barreira relevante é a falta de incentivos econômicos e financeiros para remunerar adequadamente os operadores e atrair consumidores industriais e agrícolas. Pedroza observa que a reforma tributária, a qual onera as atividades de reúso e saneamento, contraria o princípio de incentivar a sustentabilidade ambiental. “O reúso e a dessalinização são instrumentos centrais para a diversificação da matriz hídrica e devem ser reconhecidos como integrantes da taxonomia verde, como na União Europeia”, defende. A Aladyr enfatiza a importância de o Brasil se inspirar em modelos internacionais consolidados, como Singapura, Califórnia, União Europeia e México, além de normas técnicas como a ISO 30500 e as diretrizes da OMS. “Esses referenciais demonstram a viabilidade segura, econômica e ambientalmente positiva do reúso”, ressalta.

A flexibilidade de aplicação dos sistemas de reúso permite sua adaptação a diferentes contextos urbanos, industriais e agrícolas, com implantação modular e integração à infraestrutura já existente. Um ponto crucial é a independência climática do reúso, que, ao contrário das fontes tradicionais, não depende diretamente do regime de chuvas, conferindo resiliência frente às mudanças climáticas.”

Eduardo Pedroza, diretor da Associação Latino-americana de Dessalinização e Reuso de Água (Aladyr Brasil)

Fonte: REVISTA SANEAR – SANEAMENTO E CRISE CLIMÁTICA: ADAPTAÇÃO JÁ! – edição nº 51

Expansão do saneamento privado chega a municípios com piores coberturas de água e esgoto

1/10/2025

A expansão da iniciativa privada no saneamento básico não se limitou aos municípios que eram considerados o “filé mignon” do mercado brasileiro. De 2020 para cá, cidades com os piores indicadores de água e esgoto do país também entraram na leva de leilões, privatizações e PPPs (parceria público-privada) que vêm dando o tom do setor atualmente.

Dos 20 municípios que figuram no fim do ranking nacional elaborado pelo Instituto Trata Brasil, 16 já passaram ou devem passar por concessões até o próximo ano. É o caso de Santarém (PA), último da lista com 4% de coleta de esgoto, e cujo contrato foi recentemente arrematado pela Aegea.

O levantamento considera apenas os cem municípios mais populosos do Brasil. No entanto, a penetração privada em locais desafiadores também pode ser constatada pelos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que engloba todas as 5.570 cidades.

Fonte imagem/matéria: Folha de S. Paulo

Fonte: abcon | sindicon

           NEWS – OUT. 2025 | EDIÇÃO 88

Por que o setor de infraestrutura ficou aliviado com o texto da MP do IOF

1/10/2025

O setor de infraestrutura respirou aliviado ao conhecer o relatório do deputado Carlos Zarattini (PT-SP) para a MP 1.303 de 2025, editada pelo governo Lula para compensar a derrubada dos decretos que aumentavam o IOF.

Zarattini retirou da medida provisória o aumento da alíquota do Imposto de Renda sobre os rendimentos de pessoas jurídicas com debêntures (títulos de dívida privada) de infraestrutura, que financiam projetos específicos do setor, mantendo-a no patamar atual de 15%.

A diretora-executiva da Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon Sindcon), Christianne Dias Ferreira, classificou o relatório de Zarattini como “excelente”, especialmente para o setor de saneamento.

“O setor vem emitindo muita debênture para cobrir os investimentos dos leilões que estão acontecendo, e a gente fez um estudo que mostrou que, se realmente prevalecesse a nova taxação, o setor sofreria um impacto de 15 bilhões de reais”, disse Christianne ao Radar em almoço promovido pela Agência iNFRA, em Brasília.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse no mesmo evento que, sem os incentivos tributários às debêntures de infraestrutura, muitos projetos “simplesmente não sairão do papel”.

Segundo o representante do governo Lula, a média anual de emissões desses títulos entre 2018 e 2022 foi de apenas 6 bilhões de reais.

“Com a retomada da confiança do setor privado na economia”, afirmou Renan Filho, as emissões saltaram para 9,3 bilhões de reais em 2023, em seguida para 38,7 bilhões de reais em 2024 e, em 2025, pelas projeções do ministro, as emissões vão superar os 40 bilhões de reais.

ABCON lançará e-Book Saneamento pelo Clima durante COP30

1/10/2025

Até 2040, o Brasil pode registrar um crescimento de 28,8% no consumo total de água, saltando de 2.151,1 m³/s em 2024 para 2.771,6 m³/s. Esse avanço significativo pressiona ainda mais os sistemas de abastecimento e reforça a urgência de colocar o saneamento básico no centro da agenda climática, principalmente no debate da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30). O alerta e a projeção de consumo estão disponíveis no e-book Saneamento pelo Clima: Agenda ABCON para a Universalização Sustentável, que será lançado durante a conferência em Belém (PA).

Além do lançamento do e-book, a ABCON SINDCON, entidade que representa as empresas privadas de saneamento, levará à COP30 um conjunto de evidências, boas práticas e propostas para fortalecer políticas públicas, mecanismos de financiamento e incentivos à inovação tecnológica. “Nossa mensagem é clara: o Brasil tem a oportunidade de liderar pelo exemplo. Com segurança jurídica, financiamento adequado e colaboração entre os setores público e privado, podemos construir um futuro mais justo, saudável e sustentável. Investir em saneamento é investir em resiliência, justiça social e futuro sustentável. O saneamento não pode esperar. O clima também não”, afirma Christianne Dias, Diretora Executiva da entidade.

ABCON SINDCON defende protagonismo do saneamento em congresso nacional de procuradores estaduais e do DF

1/10/2025

A diretora-executiva da ABCON SINDCON, Christianne Dias Ferreira, presidiu o painel Sustentabilidade Econômico-Financeira dos Projetos de Saneamento Básico, durante o 51º Congresso Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (CNPE), realizado em Fortaleza no mês de setembro. O debate reuniu procuradores do estado e do DF e especialistas para discutir os principais desafios jurídicos e econômicos que envolvem os contratos de concessão e o futuro da política pública de saneamento no país.

Christianne destacou em sua fala a importância do papel estratégico das Procuradorias-Gerais dos Estados no fortalecimento da segurança jurídica dos contratos. “Buscamos ampliar a interlocução a fim de esclarecer e desmistificar as questões relacionadas à infraestrutura necessária para garantir a sustentabilidade econômica e financeira da prestação dos serviços”, afirmou.

Curso de capacitação on-line começa hoje

1/10/2025

Para acelerar a qualificação de profissionais que fazem o saneamento acontecer no dia a dia, a ABCON SINDCON, associação que representa as operadoras privadas do setor, e o Centro de Capacitação Hydrus, abriram as inscrições para o curso “Ciclo Completo de um Contrato de Concessão de Saneamento”. A formação será dividida em quatro módulos (planejamento, execução, relatório e avaliação) e será oferecida on-line, ao vivo, com foco prático e aplicável. Interessados podem acessar aqui.

Cada módulo terá duas horas de duração, ao longo de quatro aulas a partir de hoje (1º/10). As outras três aulas serão ministradas nos dias 2, 8 e 9 de outubro de 2025. Segundo a diretora-executiva da ABCON SINDCON, Christianne Dias, o setor está em expansão, com novos leilões previstos ainda este ano e mais vagas de trabalho sendo abertas. Para ela, a capacitação é o que coloca o profissional na frente, especialmente quem atua na operação e busca evoluir na carreira.

Esta é uma capacitação realizada em parceria com a Hydrus, organização com 35 anos dedicados à formação em saneamento. Desde 2012 no Brasil, o Hydrus já capacitou 22 mil pessoas.

Edital de concessão dos serviços de saneamento em Pernambuco deve gerar R$ 19 bi de investimentos ao Estado

1/10/2025

O leilão de concessão regionalizada parcial dos serviços de saneamento da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) deve gerar R$ 19 bilhões em investimentos. Desse total, R$ 10,9 bilhões serão destinados à coleta e tratamento de esgoto e o restante será à distribuição de água. O vencedor será a empresa ou consórcio que oferecer o maior desconto sobre as tarifas atuais da Compesa e a maior outorga para o estado. Em setembro, o Governo de Pernambuco publicou o edital para a realização do certame. As empresas devem enviar suas propostas até 11 de dezembro e o leilão está marcado para 18 de dezembro.

A Compesa continuará sendo responsável pela produção e tratamento de água. A iniciativa privada ficará com a distribuição de água, além da coleta e tratamento de esgoto.

Dados do Panorama da Participação Privada do Saneamento 2025, publicação produzida pela ABCON, revelam que a atuação privada em esgoto no Nordeste já alcança 423 municípios. Entre 2020 a 2025, foram realizados 12 leilões na região, com R$ 27,9 bilhões em investimentos e beneficiando 403 municípios. O levantamento mostra ainda que 77% dos municípios nordestinos já possuem a universalização contratualizada, sendo considerada a maior proporção do país.

Setor de Saneamento investe alto no país

1/10/2025

Dados da ABCON DATA revelam que, atualmente, há 26 projetos de saneamento básico em andamento no Brasil, abrangendo 939 municípios e beneficiando 28 milhões de pessoas. O investimento estimado nesses projetos é de R$ 68,2 bilhões.

Os dados são públicos e atualizados mensalmente pela ABCON. Desde a aprovação do Marco Legal do Saneamento, já foram realizados 60 leilões em 20 estados brasileiros, contemplando mais de 1.500 municípios, com investimento contratado de R$ 181 bilhões.

Mais informações

E a empresa do ano é...

1/10/2025

A Sabesp, empresa do ano pelo ranking MELHORES E MAIORES 2025, virou um case de modernização do setor público brasileiro. O ano histórico teve números expressivos. Em 2024, a Sabesp registrou uma receita líquida de R$ 36,1 bilhões, alta de 41,3% em relação a 2023. O Ebitda totalizou R$ 11,3 bilhões, alta de 19%, com a margem Ebitda ajustada em 52%, quatro pontos percentuais acima de 2023. Já o lucro líquido disparou, chegando a R$ 9,5 bilhões, avanço de 171,9% em relação ao resultado de R$ 3,52 bilhões do ano anterior. Analistas avaliam que parte do resultado vem da forte redução de custos e despesas.

A Sabesp vê uma miríade de oportunidades. Em evento na B3, que marcou o fim do processo de privatização em junho do ano passado, o governador Tarcísio de Freitas disse que a empresa estava pronta para voar e se tornar a maior do mundo. A convicção é a mesma de Piani. O CEO aposta na adoção massiva de tecnologia na operação para trazer mais eficiência. Até por isso, uniu a diretoria de atendimento de clientes, tecnologia e inovação em uma só.

Com a segurança jurídica de um único instrumento até 2060, a Sabesp fez a atualização do histórico de investimentos reversíveis e não totalmente amortizados até o final do contrato, que deverão ser indenizados para a empresa, um padrão em concessões de saneamento e do setor elétrico.

Para melhorar a coleta e o tratamento de esgoto, a deia é aumentar em quase 75% sua capacidade, em 20 metros cúbicos de rejeitos tratados por segundo.

Fonte: Desperta | exame – 26/09/2025

Avanços no saneamento chegam primeiro à população mais pobre e ampliam cobertura de esgoto no Brasil

30/9/2025

25 de agosto de 2025

O acesso ao saneamento básico está deixando de ser um privilégio restrito e alcançando de forma acelerada os brasileiros mais pobres. Entre 2019 e 2023, mais de 674 mil domicílios com renda de até meio salário-mínimo per capita passaram a ter água encanada em casa – um avanço no nível de atendimento o dobro da média nacional no período.

O levantamento faz parte do Panorama da Participação Privada no Saneamento 2025, publicação anual da ABCON SINDCON, que chega à sua 12ª edição como a mais completa radiografia do setor. O livro será lançado nesta terça-feira (26), durante o evento Conexões Saneamento, em Brasília.

Além da água, o maior desafio do setor – o esgotamento sanitário – também avançou. Em quatro anos, 6 milhões de domicílios foram conectados à rede de esgoto, elevando a cobertura para 69,9% dos lares brasileiros. Foi o maior salto da década, reduzindo um dos déficits mais históricos e persistentes de infraestrutura do país. Na população de menor renda, o crescimento no nível de atendimento foi quase seis vezes maior do que a média nacional.

“Os números mostram que o modelo implantado após o Marco Legal do Saneamento deixou de ser promessa e já é realidade. A cada ano, milhões de famílias passam a ter acesso a água tratada e esgoto, mudando completamente sua qualidade de vida”, afirma Christianne Dias, diretora-executiva da ABCON SINDCON.

Emprego e renda

Os avanços sociais vêm acompanhados de impacto econômico direto. Entre 2019 e 2023, o setor de saneamento registrou crescimento de 20,9% no número de empregos formais, gerando trabalho qualificado em todas as regiões do país. No mesmo período, a remuneração média subiu 11,5% em termos reais, evidenciando a valorização da mão de obra especializada.

A indústria nacional ligada ao setor também ganhou força. A produção de equipamentos e materiais específicos cresceu 97,7% em termos reais, movimentando uma cadeia produtiva que já soma R$ 2,6 bilhões anuais.

Investimentos em alta

O volume de recursos investidos atingiu patamar histórico: R$ 24,7 bilhões em 2023, o maior já registrado. Desde a aprovação do Marco Legal, em 2020, o saneamento recebeu R$ 84 bilhões em aportes, uma média anual 22% superior à dos anos anteriores.

A participação privada impulsionou esse salto: a fatia do setor privado nos investimentos passou de 15,1% para 27,3% em apenas três anos, somando R$ 6,7 bilhões em 2023.

Inclusão social

O foco em famílias de baixa renda aparece também na política de tarifa social. Entre 2019 e 2023, o número de residências beneficiadas cresceu 60%, chegando a 4,1 milhões de lares. Entre os operadores privados, o avanço foi ainda mais expressivo: 587% de aumento, com o percentual de beneficiários saltando de 3,6% para 8,5%.

“Esses dados provam que estamos priorizando quem mais precisa. O saneamento tem sido vetor de inclusão social e de combate às desigualdades históricas do país”, reforça Christianne Dias.

Resumo dos principais avanços:

• 6,3 milhões de domicílios passaram a ter água encanada.

• 6 milhões de domicílios foram conectados à rede de esgoto.

• 674 mil lares de baixa renda tiveram acesso garantido à água.

• 20,9% de crescimento no número de empregos formais no setor.

• 11,5% de aumento real nos salários médios.

• R$ 24,7 bilhões investidos em 2023 – recorde histórico.

Fonte: Panorama

Abcon

Sinocon

Investimento em saneamento promove desenvolvimento econômico, geração de empregos e aumento de renda

30/9/2025

Levantamento do Panorama 2025 da participação privada no Saneamento Básico revelou que, em 2023, o setor bateu todos os recordes: R$24,7 bilhões em investimentos, o maior volume já alcançado, com crescimento real de 5,2% em relação a 2022. Desde a sanção do Marco Legal, os investimentos se mantêm em trajetória ascendente. Entre 2020 e 2023, mesmo enfrentando os desafios de uma pandemia global, foram aplicados R$84 bilhões – uma média anual 22% maior do que nos anos anteriores.

O crescimento dos investimentos no período foi impulsionado, de forma significativa, pela ampliação da participação do setor privado. Entre 2020 e 2023, a participação privada nos investimentos saltou de 15,1% para 27,3% – um crescimento de 12,2 pontos percentuais que culminou em R$ 6,7 bilhões investidos só em 2023.

Fonte: Panorama

Abcon

Sinocon

Como o Verificador Independente Fortalece Concessões e Parcerias Público-Privadas

24/9/2025

LMDM – Consultoria Público Privada

A visão do “verificador independente” começou a ser empregada no Brasil com a promulgação da Lei nº 11.079/2004, que regulamenta concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs) e criou o contexto legal para mecanismos de supervisão técnica nos contratos. Com a estruturação das PPPs no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, surgiu a necessidade de profissionais ou empresas capazes de atuar de forma imparcial na fiscalização desses contratos, garantindo transparência, confiabilidade e conformidade técnica.

Nesse contexto, o verificador independente desempenha papel central na governança de contratos de concessão e PPPs, garantindo que a execução contratual seja acompanhada com imparcialidade e foco na entrega de resultados. Embora a legislação federal não defina suas atribuições de forma uniforme, regulamentos locais e contratos consolidaram seu papel, que geralmente inclui validar indicadores de desempenho e universalização, verificar a qualidade dos serviços, analisar investimentos, conferir metodologias aplicadas em cálculos de remuneração e reequilíbrio, além de oferecer suporte regulatório e técnico.

Como agente neutro, ele não representa o poder público, o concessionário nem a agência reguladora, atuando de forma objetiva para gerar confiança entre as partes e segurança para a sociedade. Por meio de relatórios técnicos isentos, contribui para a resolução de potenciais conflitos, torna a fiscalização mais objetiva e fortalece o ambiente regulatório. Quando bem estruturada, sua atuação promove estabilidade e previsibilidade nos contratos de longo prazo, elementos fundamentais para atrair investimentos privados em infraestrutura.

Apresentações do II ENCONSAB

6/8/2025

O II Enconsab foi um espaço de construção coletiva, aprendizado e troca de experiências entre profissionais de diversas áreas e instituições que atuam no setor de saneamento e na contabilidade. A Aesbe disponibilizou as apresentações realizadas durante a segunda edição do Encontro Nacional de Contabilidade no Saneamento Básico, pelo link abaixo:

https://drive.google.com/drive/folders/1cay_KzneuyQyKr0FuF7-KFO2Gl_0YfHg

Resolução Conjunta ANA ANEEL nº 127/2022 (Vigente desde 01/01/2023)

2/5/2025

A Resolução Conjunta ANA ANEEL nº 127, de 26 de julho de 2022, estabeleceu as condições e os procedimentos a serem observados pelos titulares de empreendimentos hidrelétricos com potência instalada superior a 1.000 kW para a instalação e operação de estações hidrológicas, visando ao monitoramento pluviométrico, limnimétrico, defluência, fluviométrico, sedimentométrico e de qualidade da água, e para o acompanhamento do assoreamento de reservatórios.

A norma iniciou sua vigência em 1/1/2023 e se aplica a todos os empreendimentos hidrelétricos com potência instalada maior que 1.000 KW e possui as seguintes etapas de implantação:

  • Etapa 1 - Cadastro da Usina, Empresa e Técnicos;
  • Etapa 2 - Projeto de Instalação de Estações Hidrológicas;
  • Etapa 3 - Relatório de Instalação de Estações Hidrológicas;
  • Etapa 4 - Relatório Anual;
  • Etapa 5 - Projeto para Atualização das Tabelas Cota Área Volume (Apenas para Usinas Hidrelétrica despachadas centralizadamente pelo ONS);
  • Etapa 6 - Relatório para Atualização das Tabelas Cota Área Volume (Apenas para Usinas Hidrelétricas despachadas centralizadamente pelo ONS).

No sentido de esclarecer as etapas de implantação da norma, apresenta-se os documentos "Etapas de Implantação da Resolução Conjunta ANA ANEEL 127/2022" e o "Fluxograma de Implantação da Resolução Conjunta ANA ANEEL 127/2022" onde é possível verificar o fluxo das diversas etapas da referida norma.

Na implementação da Resolução Conjunta a ANA disponibilizará os seguintes documentos orientativos:

Os documentos técnicos de atendimento à Resolução Conjunta, Projetos (Instalação e Atualização CAV) e Relatórios (Instalação, Anual, Atualização CAV), devem ser enviados à ANA por meio de uma Carta de encaminhamento para o seguinte destinatário e endereço e protocolados no E-Protocolo da ANA (https://eprotocolo.ana.gov.br/):”

Fonte: Coordenação de Redes Hidrológicas de Setores Regulados – COSET

Superintendência de Gestão da Rede Hidrometeorológica – SGH

Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico - ANA

Resolução Conjunta ANA/ANEEL nº 3/2010

2/5/2025

Publicado em 23/09/2020 09h01 Atualizado em 24/08/2022 16h06

A Resolução Conjunta ANEEL/ANA nº 03, de 10 de agosto de 2010, publicada em 20 de outubro de 2010, estabeleceu as condições e os procedimentos a serem observados pelos concessionários e autorizados de geração de energia hidrelétrica para a instalação, operação e manutenção de estações hidrométricas visando ao monitoramento pluviométrico, limnimétrico, fluviométrico, sedimentométrico e de qualidade da água associado a aproveitamentos hidrelétricos.

Com tal Resolução, a ANA assumiu a função de orientar os agentes do setor elétrico sobre os procedimentos de coleta, tratamento e armazenamento dos dados hidrométricos objetos do normativo, bem como sobre a forma de envio dessas informações em formato compatível com o Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH), o que permitirá a difusão dos dados oriundos do monitoramento hidrológico realizado pelos agentes do setor elétrico.

Objetivando auxiliar o entendimento sobre o processo de implantação da Resolução Conjunta, foi realizado o mapeamento disponível a seguir: Mapeamento do Processo de Implantação da Resolução Conjunta ANA ANEEL nº 3/2010.

Na implementação da Resolução Conjunta a ANA disponibiliza os seguintes documentos orientativos:

O Sistema Hidro, as orientações para sua utilização, bem como o Inventário das Estações Hidrométricas atualizado estão disponíveis em http://hidroweb.ana.gov.br/HidroWeb.asp?TocItem=6010

As empresas devem manter o seu cadastro no âmbito do atendimento da Resolução Conjunta atualizados na ANA (representante legal, endereço, técnico responsável, email e telefone). Ressaltamos que diversos comunicados são realizados por email e enviado aos técnicos cadastrados na ANA.

O envio de dados hidrológicos em tempo real deve seguir as orientações disponíveis no documento Orientações para Envio dos Dados Hidrológicos em Tempo Real das Estações Telemétricas - Versão Maio/2015.

O Projeto de Instalação de Estações Hidrométricas deve ser enviado à ANA em até 6 meses após a obtenção pelo Poder Concedente da autorização ou concessão para exploração do Potencial Hidráulico.

O Relatório de Instalação de Estações Hidrométricas está sendo exigidos à todas as Usinas em operação comercial e é neste documento que há a comprovação da instalação de todas as estações hidrométricas. Nesta fase as estações receberão códigos, a empresa receberá o login e senha para acesso ao sistema WebService da ANA. Cabe ressaltar que é fundamental que as Fichas Descritivas de TODAS as estações hidrométricas sejam enviadas em formato Word.

O Relatório Anual só deve ser encaminhado após a aprovação pela ANA do Relatório de Instalação de Estações Hidrométricas.

Monitoramento Hidrológico do Setor Elétrico

2/5/2025

O monitoramento hidrológico realizado pelas Usinas Hidrelétricas Brasileira é regido por Resolução Conjunta celebrada entre a ANA e ANEEL desde 2010.

A Resolução Conjunta ANA ANEEL n° 3/2010 foi publicada em outubro de 2010 e, desde então, regulamenta o monitoramento hidrológicos por esses entes regulados.

A referida norma ficará vigente até 31/12/2022, pois a nova Resolução Conjunta ANA ANEEL n ° 127/2022, de 26/07/2022, iniciará sua aplicabilidade às Usinas Hidrelétricas com potência instalada maior que 1 MW em 01/01/2023.”

Our Work in Sanitation

We provide specialized auditing, tax, accounting, business advisory and consulting services, technology, training, sustainability, corporate finance, expertise and related services.
Gestão de sustentabilidade

Sustainability Management

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Fusões e Aquisições

Mergers and Acquisitions

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Contabilidade e Auditoria

Accounting and Auditing

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Gestão Regulatória e Controle Patrimonial

Regulatory Management and Asset Control

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Gestão de Desempenho e Riscos

Performance and Risk Management

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Sustainability Management

We can specifically help with:

  • Preparation and/or review of sustainability reports;
  • Audit of the Sustainability Report.

Mergers and Acquisitions

We can specifically help with:

  • Accounting and tax advice;
  • Audits and Due Diligence;
  • Project due diligence for evaluating new investments and initiatives;
  • Fundraising support;
  • Analysis of economic and financial viability;
  • Independent reviews and reports.

Accounting and Auditing

We can specifically help with:

  • Independent auditing of corporate and regulatory financial statements;
  • Support in the implementation of new accounting standards (CPCS/IFRs);
  • Outsourcing of financial, tax and accounting activities;
  • Inventories;
  • Accounting reconcilations;
  • Support in the preparation of Manuals, especially Accounting;
  • Advice on impairment tests.

Regulatory Management and Asset Control

We can specifically help with:

  • Adequacy and formulation of regulatory standards and instruments;
  • Economic and financial assessment of the provision of water supply and sewerage services;
  • Preparation of specific reports for regulatory bodies;
  • Tariff structure and tariff assessment;
  • Advice on the concession renewal process;
  • Advice on procedures related to environmental regulation;
  • Mapping, analysis, adaptation of property records and attributes of materials, equipment, and facilities that make up the concession assets;
  • Asset valuation for the purpose of contracting insurance;
  • Equity valuation for the purpose of incorporating or selling assets (pre- or post-acquisition and/or merger);
  • Adequacy or implementation of performance measurement information systems and decision-making elements related to:
    I) Regulatory Activity Indicators;
    II) Service Delivery Indicators;
    III) Social Control Indicators;
    IV) Monitoring the Indicators;
    V) Municipal Sanitation Plan;
    VI) Supervision;
    VII) Administrative Processes;
    VIII) General Data of the municipality of the concessions;
  • Trainings and technical training courses.

Performance and Risk Management

We can specifically help with:

  • Internal Audit;
  • Corporate risk management;
  • Construction implementation management and project management;
  • Fraud prevention process;
  • Tax advice;
  • Implementation of corporate governance and risk management practices;
  • Advice on the selection of suppliers and contract management;
  • Support for international investors in the region, with tax, financial and regulatory advice;
  • Advice, compliance and international tax structure;
  • Advice and implementation of corporate governance projects;
  • Strategy for shared service centers.

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