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Setor Elétrico

Veja aqui as informações e notícias mais recentes sobre o setor elétrico. A curadoria do conteúdo é feita por nossos especialistas, considerando a importância do tema para o mercado.

BRR em Movimento: O Que o gestor de BRR Precisa Entregar ao Setor Elétrico

7/10/2025

Bruno S. Oliveira
Executivo em Base de Remuneração | Especialista em Geração de Ativos

Dentro da rotina de gestor de BRR estou liderando processos de BRR em diversos estágios, desde empresas no início de seus ciclos tarifários a empresas em etapa de desenvolvimento de Laudos para RTPs e nas últimas semanas, tive a oportunidade de reencontrar amigos e profissionais altamente qualificados, que atuam em diferentes esferas do setor elétrico — regulação, fiscalização, planejamento, consultoria e operação. São percepções acumuladas em décadas de experiência, e ainda assim com apetite para o debate, abertura para o novo e — principalmente — disposição para pensar o setor com profundidade e criticidade.

Essas conversas, ainda que dispersas, me levaram à uma reflexam: a necessidade de fortalecimento da liderança técnica como um vetor decisivo para a sustentabilidade regulatória da gestão dos ativos de uma concessionária de utilites. É nesse contexto que a gestão de ativos e a Base de Remuneração Regulatória (BRR) surgem não apenas como instrumento de cálculo, mas como ponto de conexão entre operação, estratégia e política pública.

Quero explorar neste post o papel da gestão de ativos e BRR como ponto central da engenharia regulatória do setor elétrico, evidenciar a importância de sua gestão contínua e qualificada, e destacar a responsabilidade institucional do gestor da BRR na interlocução com a alta administração das concessionárias. Não se trata apenas de seguir normas, mas de liderar com rigor, visão e propósito.

Sempre que começo um processo de RTP percebo sempre nas reuniões a presença daquele profissional que associa a BRR exclusivamente ao momento da Revisão Tarifária Periódica (RTP), como se seu produtivo se resumisse à produção de laudos, ao debate sobre índices de aproveitamento e à análise da aplicação do BPR do Valor Novo de Reposição (VNR). Na prática, a BRR é feita no dia a dia das concessionárias.

A cada adição ao Ativo Imobilizado da empresa — seja uma obra nova, uma melhoria ou mesmo uma substituição — representa uma oportunidade (e uma obrigação) de garantir que o bem será elegível à remuneração regulatória futura. Isso significa:

  • Rastreabilidade contábil;
  • Conciliação entre dados cadastrais e físicos;
  • Aderência ao disposto no submódulo 2.3 do PRORET;
  • Rigor na avaliação de obrigações especiais;
  • E alinhamento com os princípios do uso eficiente do capital.

Uma fraca governança da BRR resulta, inevitavelmente, em perda de valor. Ativos mal capitalizados, com baixa evidência física (Seja ela no razão de obras ou na BDGD) ou não adequadamente depreciados, são facilmente glosados ou penalizados na revisão tarifária. E isso impacta diretamente o retorno do capital investido — legítimo e necessário para a sustentabilidade do serviço.

A BRR, portanto, não é apenas contabilidade e obrigações regulatórias. É a gestão estratégica e inteligente de ativos. E essa gestão precisa ser contínua, criteriosa e orientada à preservação do valor econômico do serviço público prestado.

Agora considerando que a evolução e construção da BRR é contínua, sua defesa e atuação institucional também precisam ser permanentes. O gestor técnico de BRR não pode se resumir em suas planilhas, sistemas e processos. Ele deve estar inserido e atuante no fluxo decisório da concessionária, interagindo e apoiando com as áreas de planejamento, engenharia e, sobretudo, com a alta liderança.

É esse gestor que deve ter clareza para responder perguntas que vão muito além da metodologia:

  • Vale a pena investir em determinada ampliação da rede, considerando a taxa de remuneração regulatória vigente?
  • A alternativa de leasing de equipamentos compromete ou fortalece a formação da BRR?
  • A estruturação de um novo centro de operação será reconhecida na base? Como os custos de adaptação serão tratados?

O gestor de BRR, quando atuando neste enforque, precisa ter a capacidade de traduzir o regulatório em impacto econômico-financeiro. É o elo entre a linguagem do engenheiro, do contador e do diretor financeiro.

O líder técnico de BRR deve ser um conselheiro estratégico dentro da organização. Seu papel não se limita a “defender a base” na revisão — ele orienta investimentos, baliza decisões de capital e protege o retorno da concessão.

Essa atuação, para ser efetiva, precisa vir acompanhada de legitimidade institucional. E essa legitimidade não se conquista apenas por cargo ou função, mas pelo acúmulo de conhecimento, postura técnica firme e suporte organizacional.

A Base de Remuneração Regulatória é, silenciosamente, o ponto de sustentação de toda a lógica econômico-financeira da distribuição de energia elétrica no Brasil.

A BRR é a variável regulatória que, quando corretamente gerida, garante a atratividade de capital para o setor — pois assegura que, uma vez feito o investimento de forma adequada, ele será reconhecido e remunerado nos termos contratualmente previstos.

A ausência de foco em BRR — ou mesmo tratá-la como um detalhe técnico — é comprometer a viabilidade da distribuição de energia elétrica. É enfraquecer o sinal econômico dado ao investidor. É obscurecer a relação entre investimento e qualidade do serviço prestado.

Frente a todo esse panorama, quando falamos em liderança técnica, estamos falando em quem assume para si a responsabilidade de manter esse pilar firme. De fazer da BRR uma ferramenta de geração de valor, e não apenas de apuração regulatória.

As transformações do nosso setor não param: descentralização, digitalização, ESG, novos modelos de remuneração, totex e novas formas de prestação de serviço. Mas, no centro disso tudo, continua a existir a necessidade de reconhecer e remunerar adequadamente os ativos que sustentam essa transformação.

Por isso, este é um convite — não apenas à discussão técnica —à nossa responsabilidade institucional. Precisamos de mais profissionais com visão crítica, domínio regulatório e compromisso com a entrega. Profissionais que entendam que a liderança da BRR é, antes de tudo, um ato de serviço ao setor, à sociedade e ao futuro da energia no Brasil.

Fonte: https://brunosoliveira.blogspot.com/

Explicando como queria que me explicassem...

23/10/2025

Leandro Mota Ribeiro

1.1.CONCEITOS GERAIS DO CONTROLE DE ATIVOS

O que pode ser um ativo?

Ativo é algo que pode ser tangível (físico) ou intangível (não físico) que tem a função de gerar valor para o detentor.

Físicos: transformador, poste, computador, mesa...

Não físicos: Patentes, software, bens e direitos...

Como estamos falando em sua grande maioria de ativos físicos e o negócio é o sistema elétrico brasileiro, vamos nos ater a eles.

Como é a composição do valor do ativo do sistema elétrico?

Va = CA + COM + UC, onde:

Va é o valor do ativo

CA = CAd (custos adicionais diretos) + CAi (custos adicionais indiretos)

COM são os componentes menores

UC unidade de cadastro principal

Exemplos: Um registro de ativo POSTE.

O CAd são os custos de instalação do poste

O CAi são os custos com o veículo, o telefone do eletricista, administração...

COM é a cruzeta, o parafuso, a cinta, arruela, mão francesa...

UC é o próprio poste.

Então, se:

CAd = R$400,00

CAi = R$50,00

COM = R$150,00

UC = R$600,00

Va = (400 + 50) + 150 + 600 = 1.200

Isso é o que chamamos de VOC (Valor Original Contábil). É o valor que o ativo é contabilizado no momento da capitalização (processo de unitização).

O que chamamos de VNR (Valor novo de reposição) é esse mesmo VOC atualizado no tempo por algum índice determinado, pode ser o IPCA, o IGPM, por exemplo. Atualmente atualizamos por determinação da ANELL pelo IPCA.

Tá entendi o que seria CA, mas quem define o que é COM e UC?

A regra é a seguinte: Quem define o que é UC é a ANEEL por meio do MCPSE. Lá tem 105 tipos de UC (chamamos de TUC) definidas como tal. Tudo que não estiver contido ali como UC ou UAR, é automaticamente COM.

Essa sopa de letrinhas, iremos explicar ao longo dos post.

Quando comecei a escutar sobre isso parecia que estava na Grécia falando com um japonês. Mas relaxa, você se acostuma.

Fonte: LINKEDIN

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Resumo das Notícias de Hoje

22/10/2025

Dia 22 de outubro de 2025, quarta-feira

- CONSENSO DAS ASSOCIAÇÕES POR MPS  (política)

Um Position Paper do Fórum das Associações do Setor Elétrico conduzido pela Volt Robotics avaliou que foi construído um consenso em torno de pautas que estão no conteúdo das Medidas Provisórias 1.300 e 1.304. Historicamente fragmentado, bases como a abertura de mercado, a criação de tarifas modernas, o fortalecimento das agências reguladoras e o redesenho o financiamento setorial tiveram amplo apoio do setor. O relatório da MP 1.304 deve ser apresentado no próximo dia 28.

> Saiba mais na matéria “Fase: agentes deixam fragmentação e conseguem construir consenso por MPs”: https://bit.ly/3JgVq02

- ANEEL DEFENDE MOSNA (política)

O colegiado da Agência Nacional de Energia Elétrica recusou o pedido da Enel para declarar o impedimento do diretor Fernando Mosna em relatar qualquer processo referente à empresa. Por unanimidade os diretores concordaram com a argumentação do diretor alvo da ação sobre não se declarar impedido de julgar processos da empresa. E mais, afirmaram que se aprovado poderia representar uma ameaça à independência da agência.

> Leia mais em “Aneel defende Mosna em pedido de impedimento da Enel”: https://bit.ly/43lR3Yk

- EVENTOS (canalenergia)

Energy TechTALKS oferecido pela IBM

Tema: Energia em Transformação: Inovação Redefinindo o Setor

Data: 23 de outubro

Local: Online via Zoom  

Horário: 10h

Inscrições: https://bit.ly/47veQ9J

Brazil Windpower

Data: 28-30 de outubro

Local: São Paulo Expo - SP

Aproveite o DESCONTO EXCLUSIVO para assinantes!

WhatsApp Silmara - https://api.whatsapp.com/send/?phone=5511989155084

WhatsApp Bruno - https://api.whatsapp.com/send/?phone=5511932738511

Encontro da Comunidade

29 de outubro

17h00

Durante o Brazil Windpower

Confirme a sua participação no evento do grupo”

- OUTRAS NOTÍCIAS DE HOJE

Enel Rio tem pedido de refinanciamento de contratos frustrado: https://bit.ly/4qsCMDi

Decisão envolve um processo polêmico de operações de empréstimo à distribuidora por empresas do grupo, entre 2018 e 2021, no valor total de R$ 5,8 bilhões.

Regulamentação da lei derivada da MP1300 entra em consulta: https://bit.ly/42UBnLz

Segundo voto, a perspectiva de um impacto potencial de R$ 620 milhões, contribuições serão recebidas por 15 dias devido a urgência do tema.

EDP vende lote de LT por R$ 510 milhões para fundo da Actis: https://bit.ly/3L3f1Bk

EDP Transmissão Litoral Sul fica nos estados do RS e SC e tem RAP de R$ 66 milhões.

BBF é multada em R$ 27,3 mi por atraso em termelétrica em RR: https://bit.ly/4o09FFx

Aneel reconheceu 254 dias de excludente de responsabilidade da empresa, o que reduziu o valor inicial da multa, calculado em R$ 36.6 milhões.”

Fonte: CanalEnergia

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Resumo das Notícias de Hoje

21/10/2025

Dia 21 de outubro de 2025, terça-feira

- CORTE DE GERAÇÃO E MMGD POR DISTRIBUIDORAS (geração)

A Aneel acendeu o alerta entre associações do setor ao ratificar, na semana passada, o entendimento de que as distribuidoras têm não apenas o poder, mas o dever, de realizar corte de carga de consumidores (micro e mini GD) e de usinas conectadas diretamente à suas redes. O corte deve ser feito sempre que que houver um comando do Operador Nacional do Sistema Elétrico.

> Saiba mais na matéria “Aneel acende alerta ao ratificar corte de geração e MMGD por distribuidoras”: https://bit.ly/43raOxF

- APAGÃO DO DIA 14 (operação)

Uma falha no sistema de proteção da subestação Bateias, da Copel, ocasionou o apagão da madrugada do dia 14 de outubro. Durante a primeira reunião para a elaboração do Relatório de Análise de Perturbação, no dia 17 de outubro, o Operador Nacional do Sistema Elétrico e os agentes envolvidos apresentaram análises preliminares sobre a perturbação. Foram aprofundadas as avaliações sobre os fatos subsequentes ao incêndio no reator de linha da LT 500kV Ibiúna – Bateias C2, da Eletrobras, considerado como evento zero da ocorrência.

> Leia mais em “Falha em proteção da SE Bateias causou apagão do dia 14”: https://bit.ly/4qhgjsJ

- CUSTO DO H2V NO BRASIL (negócios e empresas)

O Índice LCOX Brasil, desenvolvido pela Clean Energy Latin America, aponta custo nivelado de produção de hidrogênio verde no Brasil entre US$ 2,94/kg e US$ 7,38/kg, dependendo da localidade e das condições energéticas. Apesar do aumento global nos custos de produção do hidrogênio verde e seus derivados ao longo do último ano, o Brasil mantém uma posição de destaque em competitividade no cenário internacional.

> Continue a leitura na matéria “Cela: índice coloca custo do H2V no Brasil entre US$ 2,94/kg e US$ 7,38/kg”: https://bit.ly/4oubudE

- EVENTOS (canalenergia)

Energy TechTALKS oferecido pela IBM

Tema: Energia em Transformação: Inovação Redefinindo o Setor

Data: 23 de outubro

Local: Online via Zoom  

Horário: 10h

Inscrições: https://bit.ly/47veQ9J

Brazil Windpower

Data: 28-30 de outubro

Local: São Paulo Expo - SP

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Encontro da Comunidade

29 de outubro

17h00

Durante o Brazil Windpower

Confirme a sua participação no evento do grupo”

- OUTRAS NOTÍCIAS DE HOJE

Motiva cria comercializadora de energia para acelerar redução de custos internos: https://bit.ly/4o0IIl4

Estrutura deve iniciar atividade até o final do primeiro trimestre de 2026.

Funcionários rejeitam proposta e EPE tem nova paralisação: https://bit.ly/43w6soV

Novas paralizações estão previstas ao longo do mês de outubro e novembro.

Braskem inicia operação que reduz 50% das emissões em Alagoas: https://bit.ly/43tkBDi

Petroquímica reduz em 50% as emissões com a produção de vapor por meio de biomassa, caldeiras que usavam gás natural serão desmontadas.”

Fonte: CanalEnergia

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Confira a consulta pública terminando nos próximos dias

21/10/2025

Data final: 26/10/2025

Consulta Pública n° 197 de 11/09/2025

Proposta de metas globais de descarbonização da matriz de combustíveis - Ciclo 2026-2035, submetida à consulta pública, no âmbito da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio).

Saiba mais no site: https://bit.ly/ConsultaPúblicaMME

Fonte: CanalEnergia

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FRAGMENTOS EXTRAÍDOS DA VOLTS BY CANALENERGIA – 181ª EDIÇÃO DE 21/10/2025

21/10/2025

AGENDA DA SEMANA

Terça - 21/10

- De volta ao plenário presencial, a diretoria da Aneel realiza nesta terça-feira, a partir das 9h, a 37ª reunião pública de 2025. Há um total de 8 processos na pauta, para potenciais debates, entre os quais destacamos: Reajuste Tarifário Anual da Equatorial Goiás, a vigorar a partir de 22 de outubro; Proposta de abertura de Consulta Pública destinada a colher subsídios e informações adicionais para a regulamentação da Lei nº 15.235/2025, conversão da Medida Provisória nº 1.300/2025, para tratar as alterações na Lei nº 12.212/2010 e na Lei nº 10.438/2002, relativas à Tarifa Social de Energia Elétrica, à isenção do pagamento de quotas anuais da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) pelas famílias elegíveis e ao desconto de atividades de irrigação e aquicultura; Resultado da Consulta Pública nº 32/2024, destinada a colher subsídios e informações adicionais para os aprimoramentos regulatórios associados ao aumento da resiliência do sistema de distribuição e de transmissão a eventos climáticos extremos e regulação do inciso XXV do art. 4º do Decreto nº 12.068/2024, para o estabelecimento de canal de comunicação dedicado ao atendimento de órgão central dos Poderes Públicos municipal, distrital e estadual; Avaliação inicial de propostas de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) para a Chamada de PDI Estratégico nº 23: "Hidrogênio no Contexto do Setor Elétrico Brasileiro"; Recurso Administrativo interposto pela Ampla Energia e Serviços S.A. (Enel Distribuição Rio – Enel RJ) em face do Despacho nº 1.860/2024, que negou pedido de anuência prévia para celebração dos contratos de refinanciamento de mútuos entre a Enel RJ, na condição de mutuária, e suas partes relacionadas, Enel Brasil S.A., Enel Finance International N.V., Enel CIEN S.A. e Enel Trading Brasil S.A., na condição de mutuantes;

No bloco da pauta constam outros 19 processos, entre os quais destacamos: Reajuste Tarifário Anual da CPFL Piratininga, a vigorar a partir de 23 de outubro; Pedido de Medida Cautelar protocolado pela Mez 2 Energia, com vistas a que não seja imputada à requerente nenhuma constrição de receita em razão do atraso na entrada em operação comercial de suas instalações até a decisão no âmbito administrativo do requerimento protocolado pela requerente; Aplicação de penalidade de multa editalícia e de suspensão temporária do direito de participar em licitações, em desfavor da Brasil Biofuels (BFF), em razão do descumprimento do cronograma de implantação da Usina Termelétrica Forte de São Joaquim.

EXCLUSIVO

Num país como o Brasil, com fartura de riquezas naturais, o aproveitamento de biomassas para produção de energia deveria estar na ordem do dia. Só que não. O enorme potencial é reconhecido e louvado, mas, na prática, o segmento enfrenta dificuldades para avançar.  Com lupa à mão e faro aguçado, o colega Pedro Aurélio Teixeira foi pesquisar o tema e trouxe um conteúdo muito rico para a reportagem especial desta semana do CanalEnergia. Para se ter uma ideia, a bioeletricidade responde hoje por 18 GW de potência outorgada e teve 8,1% de participação na matriz elétrica brasileira em 2024. Oferece geração contínua e estável a partir de fontes como bagaço de cana e licor negro. É considerada ideal para fornecer potência no pico de demanda. Mas, a questão da expansão chega a ser alarmante. Com previsão de apenas 38 MW em novos projetos até 2028, há uma flagrante dificuldade em encontrar uma forma de viabilização para novos empreendimentos. O setor é desafiado por altos investimentos iniciais, gestão do estoque e complexidade financeira para viabilizar biomassas não associadas a outras cadeias produtivas. Além disso, a biomassa busca competitividade frente a eólicas e solares no mercado livre.  Neste cenário, o Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP), sinalizado para 2026, emerge como a principal oportunidade de viabilidade para a nova geração.

POLÍTICA

Por sorte foi no começo da madrugada. A carga estava baixa e muita gente nem percebeu o que houve. Mas, longe de passar despercebido, o evento se alastrou por 22 estados e mais o Distrito Federal. Sim, foi um novo apagão histórico , em meio a um momento de certa tensão em relação ao equilíbrio do SIN (Sistema Elétrico Nacional), que busca potência urgentemente e tem muita energia renovável saindo pelo ladrão. Tudo começou com um incêndio em reator da Subestação Bateias, no Paraná, acabando por deflagar um desligamento nacional iniciado às 0h32 da terça-feira, 14. Houve interrupção de cerca de 10 GW de carga. Para evitar o agravamento, foi acionado o Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC). O fornecimento de energia, felizmente, foi normalizado em cerca de duas horas. O MME ressaltou o rápido restabelecimento. A Aneel, porém, providenciou o envio de ofícios às empresas envolvidas cobrando explicações sobre a interrupção. Na manhã de quarta-feira, 15 de outubro, fiscais da agência bateram à porta da Subestação Bateias para realizar a inspeção inicial no local do incêndio. A Aneel também acompanhará o Relatório de Análise de Perturbação (RAP) do ONS no âmbito do processo. Caso sejam constatadas falhas, isso pode resultar em penalidades que vão de advertência a multas.

ECONOMIA

A Âmbar Energia, do Grupo J&F, estremeceu o setor elétrico mais uma vez. Não satisfeita em querer comandar as distribuidoras Amazonas Energia e a Roraima Energia, a empresa voltou a puxar seu gordo talão de cheques. Arrematou, por R$ 535 milhões, a participação da Eletrobras na Eletronuclear. Simples assim. A operação ainda precisa do aval das autoridades, como de hábito. Mas, enquanto isso, a Âmbar Energia concluiu junto a Cemig a aquisição de quatro PCHs. Ah! Lembrando ainda que o presidente interino da Eletronuclear renunciou ao cargo.

E por falar em energia nuclear, a usina Angra 3, entre outros pontos superlativos, também deve ganhar o título de projeto mais examinado do mundo. Sim, por orientação do CNPE, o MME determinou oficialmente mais uma rodada de estudos sobre a modelagem econômico-financeira do empreendimento. É, claro, para ver se a construção deve ou não seguir em frente. Melhor ouvir “Devagar, devagarinho”, do Martinho da Vila, para inspirar.

Melhor ter calma também, se, por caso, algum dos prezados leitores está na dependência de algum documento ou parecer de responsabilidade da EPE (Empresa de Pesquisas Energéticas). Os empregados da estatal decidiram ampliar o estado de greve. Aumentaram os dias de paralisação, após rejeitarem uma contraproposta apresentada pela direção da empresa. A ordem agora é cruzar os braços três dias por semana, em vez de dois.

Defensor da liberalização, o diretor da Aneel, Fernando Mosna, fez um apelo pela abertura do mercado livre de energia elétrica. Ele classificou o tema como “o mais importante que poderia ser tratado” nas atuais Medidas Provisórias do setor elétrico. Foi lá no XXXI Simpósio Jurídico da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica (ABCE). No mesmo evento, porém, veio um balde de água fria. A abertura, embora consensual entre especialistas, exige cuidadosa estruturação jurídica para evitar uma onda de litígios, alertou Frederico Accon, sócio da Stocche Forbes Advogados.

POLÍTICA

Por sorte foi no começo da madrugada. A carga estava baixa e muita gente nem percebeu o que houve. Mas, longe de passar despercebido, o evento se alastrou por 22 estados e mais o Distrito Federal. Sim, foi um novo apagão histórico , em meio a um momento de certa tensão em relação ao equilíbrio do SIN (Sistema Elétrico Nacional), que busca potência urgentemente e tem muita energia renovável saindo pelo ladrão. Tudo começou com um incêndio em reator da Subestação Bateias, no Paraná, acabando por deflagar um desligamento nacional iniciado às 0h32 da terça-feira, 14. Houve interrupção de cerca de 10 GW de carga. Para evitar o agravamento, foi acionado o Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC). O fornecimento de energia, felizmente, foi normalizado em cerca de duas horas. O MME ressaltou o rápido restabelecimento. A Aneel, porém, providenciou o envio de ofícios às empresas envolvidas cobrando explicações sobre a interrupção. Na manhã de quarta-feira, 15 de outubro, fiscais da agência bateram à porta da Subestação Bateias para realizar a inspeção inicial no local do incêndio. A Aneel também acompanhará o Relatório de Análise de Perturbação (RAP) do ONS no âmbito do processo. Caso sejam constatadas falhas, isso pode resultar em penalidades que vão de advertência a multas.

CONSUMO E COMPORTAMENTO

Consumidores do Distrito Federal e de parte região metropolitana da cidade de São Paulo (RMSP), já sentem o bolso “mais leve” por antecipação. As contas de luz vão ficar mais salgadas após reajustes concedidos pela Aneel à Neoenergia Brasília e à EDP SP. Pessoal que reside no Planalto Central amargará reajuste com efeito médio de 11,93%. Para os consumidores da alta tensão, a média será de 14,47%. Já na baixa tensão, o impacto médio ficou em 11,01%. A nova tarifa vale a partir do dia 25 de outubro. Para os consumidores residenciais (B1), o reajuste é de 10,56%. Já quem mora nas cidades da RMSP atendidas pela EDP SP terá uma “mordida” média de 16,78%. O índice passa a valer a partir do próximo dia 23. Na alta tensão, o impacto médio será de 19,80% e na baixa, de 15,44%. Quanto aos consumidores residenciais da classe B1, o reajuste fica em 14,67%.

CEMIG

A pancada foi forte, de perder o rumo. Mas há esperança e ninguém vai ficar sozinho. Quer dizer, pelo menos em Minas Gerais. A Cemig está apoiando empresas e produtores mineiros afetados pelo tarifaço do presidente Donald Trump desde agosto e que estão inadimplentes na conta de luz. Clientes da companhia que atuam nos 15 setores mais impactados pelas medidas norte-americanas terão facilidades em negociar as suas dívidas. Como isenção de multa e juros e parcelamento facilitado. O objetivo é aliviar o caixa e contribuir para a manutenção da atividade econômica e dos empregos em Minas Gerais.

TERMELÉTRICA DE QUASE 1,5 GW EM BRASÍLIA

Não é qualquer projeto de fundo de quintal. É um “senhor” projeto. Uma baita termelétrica de quase 1,5 GW, prevista para ser implantada em Brasília. Mas, para o Ibama, justamente pela dimensão do empreendimento e pelo seu enorme potencial de impacto, não há como liberar a licença ambiental. Os técnicos reconheceram a inviabilidade da usina proposta pela empresa Termo Norte Energia e, com isso, ela fica impedida de participar dos Leilões de Reserva de Capacidade (LRCAP), previstos para 2026. O projeto até havia sido incluído entre os empreendimentos beneficiados por dispositivos da Lei 14.182/2021, mas que foram posteriormente vetados. Ambientalistas aplaudiram a decisão.

MP 1304

A MP 1.304 começa a andar em Brasília, ainda que num ritmo abaixo do que seria ideal. A semana que passou foi marcada por debates intensos em audiências públicas, com destaque para a questão do uso das baterias, o mais novo “hit” do setor. Em paralelo, MME e Aneel abriram mais uma frente de divergência em torno do tema. A agência até definiu recentemente as diretrizes para que empreendedores instalem sistemas de armazenamento em centrais geradoras, um passo regulatório importante. Mas, paralelamente, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, prometeu lançar o leilão de baterias ainda este ano, focado na estabilidade do sistema. Só que não há convergência sobre a forma ideal de contratação, especialmente em leilões de capacidade. O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, alertou que o LRCAP não é a melhor alternativa para contratar baterias. Segundo ele, o LRCAP transfere 100% do custo para o consumidor final, na forma de encargo de energia de reserva. Em linha com essa preocupação, o senador Eduardo Braga, relator da MP 1.304, defende o armazenamento e a criação de sinal de preço para estimulá-lo. Ele alertou enfaticamente o MME de que o leilão anunciado não pode criar novos subsídios a serem pagos pelo consumidor.

MME e ANEEL

O que já não anda muito bem, corre o risco de azedar. O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está perdendo de vez a paciência com a Aneel. Ele solicitou à Controladoria Geral da União (CGU) a apuração de responsabilidade da diretoria da agência . Em ofício enviado na última quinta-feira, dia 16, Silveira citou "atrasos injustificados" na regulamentação de políticas públicas essenciais. Um dos focos de tensão é a homologação do novo Estatuto Social da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia), suspensa após pedido de vistas do diretor-geral, Sandoval Feitosa. Este impasse, que se arrasta desde 2024, envolve apontamentos de ilegalidade feitos pelo órgão regulador. Além disso, Silveira cobrou a regulação da política de compartilhamento de postes, prevista desde setembro de 2023, mas que permanece sem aprovação da Aneel. O ministro mencionou "indicativos de omissão e desatenção à eficiência administrativa e à boa governança" por parte da Aneel. São críticas recorrentes, sendo que Silveira já havia acusado a autarquia de "politicagem". A Aneel, por sua vez, afirmou que não foi notificada oficialmente sobre o assunto.

Fonte:  VOLTS BY CANALENERGIA – 181ª EDIÇÃO DE 21/10/2025

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