Portal de Notícias sobre o
Setor Elétrico

Veja aqui as informações e notícias mais recentes sobre o setor elétrico. A curadoria do conteúdo é feita por nossos especialistas, considerando a importância do tema para o mercado.

AULÃO VOLTS - MP1304: A nova república da energia

12/11/2025

Resumo das Notícias de Hoje

7/11/2025

Dia 07 de novembro de 2025, sexta-feira

- ANGRA 3  (política)

A Eletronuclear enviou ao Ministério de Minas e Energia na última terça-feira, 4 de novembro, o resultado do estudo atualizado sobre a modelagem econômico-financeira de Angra 3 (RJ – 1.405 MW). O estudo foi elaborado pelo BNDES. O levantamento, solicitado pelo CNPE, aponta que a conclusão da usina é o cenário mais racional e vantajoso para o país. Segundo o estudo, o custo do abandono das obras de Angra 3 pode variar entre R$ 22 bilhões e R$ 26 bilhões. O valor pode ultrapassar o necessário para a conclusão do empreendimento, estimado em R$ 24 bilhões, sem produzir energia.

> Continue a leitura na matéria "BNDES atualiza estudo e mantem sinalização para conclusão de Angra 3": https://bit.ly/4nC0sCh

- BASE DE DADOS DO ONS (política)

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico quer aproximar a base de dados energética e elétrica no ONS. Essa medida tem sido tomada pelo grupo com o fim de ter mais claras as possiblidades da expansão do setor e de forma mais assertiva. Atualmente, o MME aponta que a diferença entre essas bases é de algo entre 15 GW a 17 GW. Pelo lado energético, aquelas usinas com contratos CUST assinados estão bem equacionados os volumes. A questão agora é aproximar os dados referentes à base elétrica.

> Leia mais em "CMSE quer aproximar base de dados do ONS": https://bit.ly/47L2j1I

- "COP DA VERDADE" (cop 30)

Partindo da premissa que será a ‘COP da verdade’, o presidente Luís Inácio Lula da Silva destacou na abertura da Cúpula de Líderes da COP 30, em Belém (PA), neta quinta-feira, 06 de novembro, a necessidade de levar a sério os alertas da ciência e que há caminhos para a redução do aquecimento global e o cumprimento do acordo de Paris. “Acelerar a transição energética e proteger a natureza são as duas maneiras mais efetivas”, avisa.

> Saiba mais na notícia "Em ‘COP da verdade’, Lula propõe acelerar transição energética para conter aquecimento": https://bit.ly/43RM6qj”

- OUTRAS NOTÍCIAS DE HOJE

Engie aguarda MP para avaliar potenciais M&As de renováveis: https://bit.ly/3Lq5EMo

Empresa aguarda edição final da medida para tecer simulações sobre os reais impactos sobre suas operações.

Axia vê avanço em novo produto hídrico no LRCAP: https://bit.ly/3JByJnu

Texto da MP 1.304 vai na direção correta, avalia vice de regulação.

Aeris vê alívio com MP 1304 e projeta retomada do setor eólico: https://bit.ly/47IlU2x

Empresa avalia que redistribuição de encargos de curtailment cria base para retomada do setor a partir de 2026.

Fonte: CanalEnergia

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Resumo das Notícias de Hoje

6/11/2025

Dia 06 de novembro de 2025, quinta-feira

- MP 1304  (política)

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) afirmou nesta quarta-feira, 5 de novembro, que não tem dúvida de que o país terá segurança jurídica se a MP 1304 for sancionada com alguns vetos para que “volte o trem para o trilho”. O projeto de conversão da medida provisória foi aprovado na quarta-feira passada (30/10) pelo Congresso Nacional e aguarda sanção presidencial.

> Leia mais em “Braga prevê segurança jurídica se MP 1304 for sancionada com vetos para voltar ao trilho”: https://bit.ly/3JNs4Xh

- PLANO DE EXCEDENTE DE GERAÇÃO  (política)

O Operador Nacional do Sistema Elétrico vai entregar até 19 de dezembro o Plano Emergencial de Gestão de Excedentes de Energia na Rede de Distribuição. Por enquanto, a Aneel recebeu apenas uma carta do ONS com algumas premissas, informou o diretor-geral, Sandoval Feitosa. A agência decidiu, porém, antecipar a discussão do tema, considerando os riscos do descasamento entre carga e geração para a operação do Sistema Interligado

> Saiba mais na notícia “ONS deve entregar plano de excedente de geração até 19 de dezembro”: https://bit.ly/494R5HV

- PSR - ENERGY REPORT (cop 30)

A política e não a natureza é que definirá se a matriz brasileira manterá sua renovabilidade. Essa é a conclusão da PSR em um estudo feito para avaliar a possibilidade do Brasil continuar, reconhecidamente, um gerador de energia limpa até 2050. Cerca de 90% da produção nacional tem essa característica. Manter esse nível ao passo que o consumo aumenta é uma questão que vem à tona com frequência, ainda mais com o avanço das fontes variáveis, mais notadamente a eólica e solar. Para a consultoria, este será um desafio relevante.

> Continue a leitura na matéria “Política definirá renovabilidade da matriz no futuro, aponta PSR”: https://bit.ly/3XeiuzP”

- OUTRAS NOTÍCIAS DE HOJE

Aneel adia decisão em processo que pode levar à caducidade da Enel SP: https://bit.ly/47sFXn0

A votação sobre a extensã eo do prazo de acompanhamento e avaliação do Plano de Recuperação da distribuidora até março de 2026 foi suspensa por pedido de vistas.

Aneel pensa em abrir escritórios regionais, após autorização do Congresso: https://bit.ly/4orwgek

Projeto da MP 1304 abre a possibilidade de representações estaduais. Feitosa afirma que iniciativa pode ampliar presença nos estados.

EPE: Consumo de energia diminui 0,8% em setembro: https://bit.ly/4p0VBvL

Classe residencial foi a única a expandir demanda por eletricidade e Centro-Oe. se destaca com maior incremento nos dados gerais e no mercado livre.”  

Fonte: CanalEnergia

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O terceiro e último dia do Brazil Windpower 2025 (continuação)

6/11/2025

Justiça Climática e Energia: O Brasil que Queremos Levar à COP30

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Justiça climática exige integração entre energia, sociedade e políticas públicas, defendem especialistas

O painel “Justiça Climática e Energia: o Brasil que queremos levar à COP30”, realizado nesta quinta-feira (30/10) no Brazil Windpower 2025, discutiu o papel do setor energético e das instituições na construção de um modelo de desenvolvimento que una transição energética, inclusão social e sustentabilidade. A sessão foi moderada por Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica) e enviada especial para Energia da COP30, com participação de Rodrigo Sluminsky (Gaia Silva Gaede Advogados), Viviane Romeiro (CEBDS) e Fernando Mosna (ANEEL).

Abrindo o debate, Elbia Gannoum destacou que a COP30 será uma conferência de implementação, e que o sucesso da transição depende do engajamento da sociedade e das instituições reguladoras. “A justiça climática envolve construir um novo modelo econômico que respeite os limites do planeta e da sociedade. A energia é parte essencial disso, porque o acesso universal é também uma forma de justiça”, afirmou.

Rodrigo Sluminsky ressaltou que a justiça climática passa por redistribuir de forma mais equitativa os benefícios do desenvolvimento econômico gerado pela descarbonização. Ele relembrou o impacto transformador da energia eólica em regiões como João Câmara (RN), que combinaram geração de energia e crescimento local. “Mesmo sem usar o termo na época, já estávamos praticando justiça climática ao levar desenvolvimento e renda para comunidades do interior”, observou.

Na sequência, Viviane Romeiro, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), destacou que a justiça climática deixou de ser um conceito periférico e passou a integrar a agenda corporativa. “A COP30 será a COP das pessoas. Precisamos colocar o componente humano no centro das políticas de clima e de energia”, afirmou. Ela citou avanços como o Plano de Transformação Ecológica do Ministério da Fazenda e o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões, que já incorporam critérios de redistribuição de benefícios e participação comunitária.

Os participantes concordaram que o Brasil tem condições únicas para unir transição energética e inclusão social, e que a COP30 será o momento de mostrar ao mundo um país capaz de combinar eficiência, equidade e desenvolvimento sustentável.

Aneel defende regulação inclusiva e papel social da energia na justiça climática

No painel “Justiça Climática e Energia: o Brasil que queremos levar à COP30”, realizado no Brazil Windpower 2025, o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)

estacou o papel estratégico do órgão regulador na agenda climática e na transição energética brasileira.

Segundo ele, a justiça climática está diretamente ligada ao equilíbrio entre sociedade, economia e limites ambientais, exigindo novos modelos de desenvolvimento. “Quando falamos de justiça climática, falamos de envolver a sociedade na discussão do clima e de construir um modelo econômico que respeite os limites do planeta e da própria sociedade”, afirmou.

O diretor ressaltou que o Brasil já possui avanços significativos em inclusão e acesso à energia, alcançando quase universalização do atendimento por meio de programas históricos como o Luz para Todos. “Garantir o acesso à energia é também garantir justiça. O país tem um legado importante nessa área e precisa continuar ampliando oportunidades, especialmente para as populações mais vulneráveis”, disse.

Ele reforçou ainda que a COP30 será uma conferência de implementação, em que a ação concreta da sociedade, do setor produtivo e das instituições será determinante. “A transição energética só será bem-sucedida se for inclusiva. O regulador tem papel essencial em assegurar equilíbrio entre sustentabilidade, segurança e justiça social”, concluiu.

Energia eólica deixa de ser megawatt para virar missão social

Os painéis realizados nesta quinta-feira (30/10) no Brazil Windpower 2025 evidenciaram como a energia eólica consolidou-se não apenas como fonte limpa, mas como vetor de desenvolvimento regional e inclusão social. O tema foi central no debate “Justiça Climática e Energia: o Brasil que queremos levar à COP30”, que reuniu representantes do setor elétrico, jurídico e empresarial.

Elbia Gannoum (ABEEólica) e Rodrigo Sluminsky (Gaia Silva Gaede Advogados) relembraram o impacto da eólica em regiões como João Câmara (RN), onde parques transformaram o perfil econômico local e elevaram indicadores sociais. Para ambos, o conceito de justiça climática precisa incluir a redistribuição dos benefícios da descarbonização, garantindo que o avanço tecnológico se traduza em prosperidade nas comunidades.

Viviane Romeiro, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), afirmou que a COP30 será a COP das pessoas, voltada a integrar clima, sociedade e natureza. Ela destacou o papel das empresas na construção de uma transição justa, baseada em novos instrumentos de política pública e na inclusão de critérios sociais em mecanismos como o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões.

COP30 marca virada da retórica à ação na transição energética brasileira

Ao longo dos painéis desta quinta-feira (30/10), o Brazil Windpower 2025 mostrou consenso entre especialistas: o Brasil entra agora na fase de implementação da transição energética, com foco em resultados concretos, regulação estável e compromisso social.

Os participantes reforçaram que a COP30 será a conferência da execução, e que a liderança brasileira dependerá da capacidade de integrar políticas públicas, inovação tecnológica e equidade social. Elbia Gannoum (ABEEólica) lembrou que o país já alcançou 99,9% de atendimento elétrico e precisa avançar na integração entre energia e desenvolvimento humano.

Fernando Mosna (ANEEL) destacou o papel do regulador em garantir justiça e acesso, enquanto Viviane Romeiro (CEBDS) defendeu que as empresas precisam adotar métricas de justiça climática e de redistribuição de benefícios. A convergência entre inclusão, energia limpa e eficiência, afirmaram os painelistas, pode consolidar o Brasil como um referência global na transição justa.

Aneel quer levar à COP30 modelo brasileiro que combina acesso, renováveis e consumidor no centro

Na continuação do painel “Justiça Climática e Energia: o Brasil que queremos levar à COP30”, no Brazil Windpower 2025, o representante da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) defendeu que o Brasil já tem um caso concreto de justiça climática para apresentar em Belém: universalização quase total do acesso à energia combinada com exigência crescente de fontes renováveis, inclusive em sistemas isolados.

Segundo ele, o país vem mostrando que dá para fazer inclusão energética sem repetir o caminho fóssil. Os leilões mais recentes para atendimento de comunidades fora do Sistema Interligado Nacional já trazem percentual mínimo de renováveis, o que, na visão da Aneel, é justiça climática aplicada: “não é só levar energia, é levar energia limpa para populações que historicamente ficaram de fora”.

O dirigente chamou atenção para a transversalidade da agenda: NDC brasileira, Plano de Transformação Ecológica, Plano Clima e até o Plano Safra já trazem metas de redução de emissões, mas isso só funciona se “todo mundo falar a mesma língua” e se os instrumentos financeiros não se perderem no caminho (ex.: captar barato e emprestar caro). Para ele, a adaptação vai ser o teste ético da COP30, porque não haverá dinheiro para tudo e será preciso priorizar quem está na ponta e é mais vulnerável.

Outro ponto destacado foi o de ouvir as comunidades antes de levar a energia. Ele citou casos em que o fornecimento foi feito sem diálogo e a tensão/voltagem não atendia aos equipamentos locais, mostrando que “justiça climática não é dar um tique na planilha, é envolver quem vai usar”. Por isso, defendeu colocar o consumidor no centro do debate regulatório, com abertura de mercado e tarifas que não inviabilizem regiões mais pobres do Norte. “Não basta chegar. Tem que chegar certo”, resumiu.

Justiça climática deve combinar redistribuição, integração setorial e transição justa, afirmam especialistas

No painel “Justiça Climática e Energia: o Brasil que queremos levar à COP30”, realizado no Brazil Windpower 2025, Rodrigo Sluminsky (Gaia Silva Gaede Advogados) e Viviane Romeiro (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável - CEBDS) destacaram que a justiça climática deve unir redistribuição de benefícios, integração entre setores e fortalecimento das políticas públicas.

Para Rodrigo Sluminsky, o conceito de justiça climática no setor energético vai além da mitigação e passa pela distribuição equitativa dos ganhos econômicos e sociais da transição. Ele relembrou a experiência da energia eólica no Rio Grande do Norte, onde os primeiros parques transformaram economias locais e elevaram o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). “Mesmo sem usar o termo, já praticávamos justiça climática ao levar desenvolvimento a regiões antes esquecidas”, afirmou.

Viviane Romeiro ressaltou que a COP30 será a COP das pessoas, com foco em colocar a sociedade no centro da transição energética e econômica. Ela lembrou que o Plano de Transformação Ecológica e o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões já incorporam elementos de transição justa e redistribuição de benefícios. “O desafio é fazer com que as empresas internalizem a agenda de justiça climática como parte de sua estratégia de negócios, com impacto social real”, disse.

Ambos concordaram que a transição energética só será efetiva se ocorrer de forma transversal, conectando energia, clima, agronegócio e indústria. “O Brasil tem a chance de mostrar que desenvolvimento e justiça climática podem caminhar juntos — e a COP30 é a vitrine ideal para isso”, concluiu Viviane.

Brasil leva à COP30 um modelo próprio de justiça climática energética

Os debates do Brazil Windpower 2025 mostraram que o Brasil já constrói um modelo próprio de justiça climática energética, ancorado na combinação entre universalização do acesso, expansão das fontes renováveis e inclusão social. O tema esteve no centro das discussões do painel “Justiça Climática e Energia: o Brasil que queremos levar à COP30”, que reuniu representantes da ABEEólica, Aneel, CEBDS e especialistas do setor elétrico.

A Aneel apresentou avanços regulatórios que garantem energia limpa a comunidades isoladas, reforçando que levar energia renovável a quem ainda não está conectado ao sistema é também uma forma de justiça climática. Já Rodrigo Sluminsky (Gaia Silva Gaede Advogados) destacou que a energia eólica se tornou vetor de desenvolvimento econômico no Nordeste, gerando emprego e renda.

Para Viviane Romeiro, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), a transição precisa ser transversal e participativa. “O Brasil chega à COP30 com uma história concreta de inclusão e energia limpa. Nosso desafio agora é ampliar escala e alinhar os instrumentos de política pública a essa visão”, afirmou.

Da teoria à prática: como o Brasil está aplicando a justiça climática no setor elétrico

Os painéis sobre justiça climática no Brazil Windpower 2025 destacaram que o Brasil começa a transformar o conceito em realidade. A ANEEL já incorporou critérios de renovabilidade mínima nos leilões para atendimento de sistemas isolados, medida que leva energia limpa a comunidades amazônicas e reforça o compromisso de inclusão energética com sustentabilidade.

Rodrigo Sluminsky, sócio do Gaia Silva Gaede Advogados, lembrou que o país evoluiu ao redistribuir os benefícios da descarbonização, e que a energia eólica foi o primeiro exemplo prático dessa integração entre meio ambiente e desenvolvimento regional. “O que antes era apenas geração elétrica virou instrumento de crescimento local e justiça social”, afirmou.

Segundo Viviane Romeiro, diretora de Clima, Energia e Finanças Sustentáveis do CEBDS, o Plano de Transformação Ecológica e o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões são provas de que o Brasil está internalizando a justiça climática na regulação e nas estratégias empresariais. “Estamos vendo uma mudança de mentalidade: a agenda climática deixou de ser setorial e passou a orientar decisões econômicas e sociais”, completou.

A COP das pessoas: inclusão social entra no centro da transição energética

O Brazil Windpower 2025 reforçou que a COP30 será a COP das pessoas — marcada pela inclusão social e pela necessidade de colocar comunidades e consumidores no centro da transição energética. Especialistas defenderam que o sucesso das metas climáticas dependerá da participação das populações vulneráveis e da integração entre energia, economia e justiça social.

Viviane Romeiro, diretora de Clima, Energia e Finanças Sustentáveis do CEBDS, destacou que a COP30 será “uma conferência de implementação com olhar humano”, voltada a garantir que políticas de transição justa cheguem à ponta. Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica) e enviada especial para Energia da COP30, afirmou que a energia é também instrumento de equilíbrio social, e que o Brasil tem o dever de transformar seu potencial renovável em prosperidade compartilhada.

Na mesma linha, Fernando Mosna, diretor da ANEEL, ressaltou que o acesso universal à energia precisa ser acompanhado de educação, diálogo e renovabilidade, princípios que tornam a transição mais inclusiva. A convergência entre sustentabilidade e justiça social, afirmaram os painelistas, é o que pode consolidar o Brasil como referência global em transição energética justa.

Rumo à COP 30: As Contribuições do Setor Eólico para a Agenda Climática Brasileira

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Brasil parte em posição de vantagem na transição energética, afirma Elbia Gannoum

Durante o painel “Rumo à COP30: contribuições do setor eólico para a agenda climática”, realizado nesta quinta-feira (30/10) no Brazil Windpower 2025, a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica), Elbia Gannoum, destacou que o Brasil parte de uma posição privilegiada para enfrentar os desafios da transição energética.

Segundo Elbia, o país construiu ao longo de mais de um século uma matriz elétrica 99% interligada e com 99,9% de atendimento da população, resultado de políticas como os programas Luz no Campo e Luz para Todos. “Enquanto o mundo ainda enfrenta o desafio de levar energia limpa às comunidades e ao setor produtivo, o Brasil já superou essa etapa e parte de uma posição confortável do ponto de vista social”, afirmou.

A executiva também ressaltou a importância de o país encarar a discussão sobre o papel do petróleo e do gás natural na economia global. “Não dá para fingir que eles não são relevantes. A transição exige diálogo, aprendizado e posicionamento — e é isso que esperamos da COP30: mostrar o Brasil no lugar que ele merece, mas também com realismo sobre nossos desafios”, disse.

Entre esses desafios, Elbia apontou a dimensão social da transição energética, tema que tem sido trabalhado pela ABEEólica e que será abordado em novas iniciativas do setor. Ela reforçou ainda a necessidade de integrar adaptação e mitigação às políticas climáticas. “Não dá mais para pensar apenas em mitigar. A temperatura do planeta já atingiu níveis que exigem adaptação — e isso tem custo. Precisamos encarar o tema de frente”, declarou.

Encerrando sua fala, a presidente da ABEEólica defendeu que a transição energética seja vista como uma grande oportunidade de negócios. “O desafio climático pode e deve ser um bom negócio. O mundo precisa entender que fazer a transição energética é rentável — e quando isso se consolidar, teremos dado um passo decisivo para vencer o desafio do clima”, concluiu.

Brasil precisa transformar protagonismo em liderança global, afirma Thiago Tomazzoli

Durante o painel “Rumo à COP30: contribuições do setor eólico para a agenda climática”, no Brazil Windpower 2025, o diretor-presidente da Statkraft Brasil, Thiago Tomazzoli, afirmou que o Brasil ocupa posição de destaque na transição energética global, mas precisa avançar para consolidar uma liderança efetiva.

“Somos um dos poucos países que combinam escala, diversidade e baixas emissões. Já temos um diferencial competitivo real, mas o desafio agora é transformar esse protagonismo em liderança”, destacou.

Segundo o executivo, a integração inteligente entre as diferentes fontes de geração é um dos pilares para esse avanço. “Precisamos construir previsibilidade e utilizar as fontes de forma mais eficiente, evitando desperdícios e garantindo estabilidade na oferta de energia”, afirmou.

Tomazzoli ressaltou que a Statkraft tem como missão global "renew the way the world is powered" e vem ampliando sua presença no Brasil com investimentos consistentes. “Nos últimos cinco anos, investimos cerca de R$ 10 bilhões em projetos que somam mais de 1,7 GW em fontes eólicas, solares e hídricas. Nosso foco agora é operar com estabilidade e eficiência, capturando novas oportunidades e entregando energia renovável com menor desperdício”, concluiu.

Armazenamento e redes são fundamentais para a estabilidade do sistema elétrico, afirma João Brito Martins

Durante o painel “Rumo à COP30: contribuições do setor eólico para a agenda climática”, no Brazil Windpower 2025, o CEO da EDP Brasil, João Brito Martins, destacou que o avanço da transição energética depende de um sistema elétrico mais flexível, estável e preparado para integrar volumes crescentes de energia renovável.

“O curtailment é um desafio crescente, não apenas no Brasil, mas em vários mercados. Ele evidencia a necessidade de investir em redes e em armazenamento para garantir resiliência e eficiência”, afirmou.

Segundo o executivo, as redes de transmissão e distribuição devem ser vistas como viabilizadoras da transição energética e assumir um papel cada vez mais ativo na operação do sistema, especialmente diante do aumento da geração distribuída e da imprevisibilidade do consumo. “A rede é o que garante a estabilidade física e financeira do setor. Sem ela, não há como expandir de forma sustentável”, disse.

Martins defendeu que o armazenamento de energia será um elemento-chave dessa nova estrutura. “É o que vai garantir segurança, resposta rápida e equilíbrio entre oferta e demanda. O Brasil ainda está começando, mas veremos projetos em escala nos próximos meses, à medida que a regulação evolua e crie incentivos adequados”, afirmou.

O executivo destacou ainda a importância de uma regulação estável e de mecanismos de precificação adequados, que incentivem o consumo inteligente e a eficiência do sistema. “Precisamos de estabilidade regulatória para assegurar o retorno dos investimentos e de políticas que estimulem o deslocamento da demanda em horários de pico. Assim teremos um sistema menos estressado, mais eficiente e preparado para crescer com renováveis”, concluiu.

Eletrificação e digitalização das redes são decisivas para a transição energética, avaliam especialistas

Durante o painel “Rumo à COP30: contribuições do setor eólico para a agenda climática”, no Brazil Windpower 2025, a diretora executiva de Renováveis da Neoenergia, Laura Porto, destacou que a eletrificação e a digitalização das redes serão determinantes para o avanço da transição energética no Brasil.

Segundo a executiva, é essencial garantir a expansão da infraestrutura elétrica e investir na qualificação de profissionais para acompanhar a transformação tecnológica do setor. “A transição energética exige capacitação em novas tecnologias, e temos apostado fortemente na inclusão feminina e multirracial para construir uma liderança mais diversa e preparada”, afirmou.

Ela também ressaltou a necessidade de acelerar a implantação de sistemas de armazenamento e redes digitalizadas, que aumentam a eficiência e reduzem vulnerabilidades do sistema elétrico. “A digitalização será fundamental para garantir eficiência e estabilidade”, destacou.

Ao comentar a fala, Roberta Cox, Policy Director do Global Wind Energy Council (GWEC), reforçou o papel do investimento privado e da cooperação entre empresas e governos. “As empresas estão acreditando no Brasil, investindo e empregando pessoas. A transição não é uma troca simples de combustível, mas um processo contínuo de ajustes e soluções, que nos levará à excelência dos sistemas energéticos”, afirmou.

Com presença em 18 estados e uma matriz 80% renovável, a Neoenergia tem ampliado investimentos em redes, geração e projetos de engenharia verde como parte de sua estratégia para impulsionar a descarbonização do país.

Nota 30 - Eletrificação da economia e estímulo à demanda por energia limpa são caminhos para a nova industrialização verde

Durante o painel “Rumo à COP30: contribuições do setor eólico para a agenda climática”, no Brazil Windpower 2025, o diretor-presidente da EDF Power Solutions, André Salgado, defendeu que o Brasil precisa avançar na eletrificação da economia e no estímulo à demanda por energia renovável para consolidar uma nova fase de industrialização verde.

Segundo o executivo, o país vive um momento de sobreoferta conjuntural de energia, mas possui condições únicas para transformar esse cenário em oportunidade. “A responsabilidade da transição energética passa também por incentivar nossos clientes — a indústria, a mobilidade elétrica — a demandar mais energia de fontes limpas. É preciso aumentar o consumo de eletricidade renovável para fortalecer a descarbonização e atrair novos investimentos”, afirmou.

Ele destacou que o Brasil reúne vantagens competitivas para receber data centers, projetos de hidrogênio verde e novas indústrias intensivas em energia, capazes de gerar produtos com maior valor agregado. “Temos potencial para atrair uma nova indústria verde, produzindo aço verde, combustíveis sustentáveis para aviação, amônia e fertilizantes, ampliando nossa participação nas cadeias globais de baixo carbono”, disse.

Salgado também ressaltou o impacto socioeconômico da energia eólica, que hoje responde por 36 GW de potência instalada e possui 80% de nacionalização da cadeia produtiva. “Grande parte dos parques está localizada em regiões de baixo desenvolvimento humano, onde a eólica gera emprego, renda e reativa a economia local. É um vetor de inclusão e crescimento regional”, completou.

Comentando a fala, Laura Porto, diretora executiva de Renováveis da Neoenergia, concordou que a demanda é a solução estrutural da transição energética. “A eletrificação da economia precisa caminhar junto com inovação, redes inteligentes e atualização tecnológica. Esse é o salto que o setor eólico pode impulsionar: transformar o Brasil de exportador de energia bruta em produtor de soluções verdes e de alto valor agregado”, afirmou.

Fonte: CanalEnergia

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O terceiro e último dia do Brazil Windpower 2025

5/11/2025

Maior evento de energia eólica da América Latina, foi marcado por discussões sobre inclusão social, justiça climática, judicialização e governança da transição energética. Os debates mostraram como o Brasil chega à COP30, em Belém (PA), com condições de assumir a liderança de uma agenda climática centrada nas pessoas, ancorada em energia limpa, estabilidade regulatória e equidade social.

Brazil Windpower 2025 encerra debates com foco na COP30 e na transição energética justa

- Painéis reforçam papel do Brasil na agenda climática global e discutem inclusão social, justiça climática e segurança regulatória

O terceiro e último dia do Brazil Windpower 2025, maior evento de energia eólica da América Latina, foi marcado por discussões sobre inclusão social, justiça climática, judicialização e governança da transição energética. Os debates mostraram como o Brasil chega à COP30, em Belém (PA), com condições de assumir a liderança de uma agenda climática centrada nas pessoas, ancorada em energia limpa, estabilidade regulatória e equidade social.

Organizado pela Informa Markets e coorganizado pela Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica) e pelo Global Wind Energy Council (GWEC), o evento reuniu autoridades, especialistas e executivos para discutir os caminhos da transição energética brasileira.

Com foco nas pautas da COP30, Elbia Gannoum, presidente da ABEEólica e enviada especial para Energia da COP30, afirmou que o encontro de Belém será uma “COP da implementação e das pessoas”, voltada a colocar o cidadão e as comunidades vulneráveis no centro das decisões climáticas. “O acesso à energia é um direito social e o principal motor do desenvolvimento sustentável”, destacou.

Fernando Mosna, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), reforçou o papel do regulador em promover uma transição justa e inclusiva. “Levar energia renovável a quem ainda não está conectado é também fazer justiça climática. A universalização precisa vir acompanhada de eficiência e renovabilidade”, afirmou.

- Integração entre setores e regulação inclusiva

Rodrigo Sluminsky, sócio do Gaia Silva Gaede Advogados, destacou que o conceito de justiça climática no setor elétrico deve incluir a redistribuição dos benefícios econômicos e sociais da descarbonização. Segundo ele, a energia eólica é exemplo de política pública capaz de transformar indicadores de desenvolvimento regional.

Na mesma linha, Viviane Romeiro, diretora de Clima, Energia e Finanças Sustentáveis do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), ressaltou que instrumentos como o Plano de Transformação Ecológica e o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões já incorporam critérios de transição justa e redistribuição de benefícios. “A COP30 será uma conferência de implementação com foco humano. Precisamos consolidar políticas que alinhem metas climáticas, eficiência econômica e inclusão social”, afirmou.

- Judicialização e desafios regulatórios

Os debates também abordaram o avanço da judicialização no setor elétrico e os impactos da insegurança jurídica sobre novos investimentos em renováveis. Especialistas defenderam a criação de mecanismos estáveis de governança, capazes de assegurar previsibilidade regulatória e o cumprimento de contratos.

Gannoum ressaltou que a judicialização excessiva pode comprometer a confiança dos investidores e atrasar a transição. “Precisamos de um ambiente estável e de instituições fortes. O Brasil tem potencial para liderar a agenda global, mas previsibilidade é o que transforma potencial em realidade”, disse.

Sluminsky pontuou que as disputas judiciais frequentemente refletem lacunas normativas e falta de coordenação entre os entes públicos. “A segurança jurídica é a base da industrialização verde. Sem regras claras, o capital se afasta e o país perde o ritmo da transição energética”, afirmou.

Na avaliação de Mosna, é necessário equilibrar inovação e estabilidade institucional. “O setor elétrico brasileiro tem maturidade técnica e regulatória para avançar, mas precisamos evitar movimentos que desorganizem a estrutura de governança construída nas últimas décadas”, concluiu.

O Brazil Windpower 2025 encerrou com consenso entre lideranças públicas e privadas: o Brasil reúne vantagens competitivas naturais, técnicas e sociais para liderar a agenda da transição energética justa. O desafio agora é garantir previsibilidade, governança e coordenação entre os setores público e privado para transformar potencial em resultados concretos na COP30.

Fonte: CanalEnergia

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Eólicas reforçam urgência de regulação e previsibilidade no Brazil Windpower

5/11/2025

- Painéis destacam desafios para aprovação do marco regulatório da eólica offshore, investimentos em portos verdes e governança ética na transição energética

O segundo dia do Brazil Windpower 2025, maior evento de energia eólica da América Latina, foi marcado por discussões sobre o avanço da regulação da energia eólica offshore e o papel da previsibilidade jurídica para destravar investimentos que somam mais de 180 gigawatts (GW) em projetos cadastrados no país. Organizado pela Informa Markets e coorganizado pela Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica) e pelo Global Wind Energy Council (GWEC), o encontro reuniu autoridades federais, estaduais e lideranças internacionais em torno de uma agenda voltada à segurança regulatória, competitividade e industrialização verde.

Representantes do setor privado defenderam que o Brasil só consolidará a indústria eólica marítima com um marco regulatório estável, cronograma de cessão de áreas e regras claras de licenciamento. Sérgio Coelho, subsecretário adjunto de Energia do Governo do Rio de Janeiro, afirmou que o estado está preparado para liderar o movimento, com ventos médios acima de 8 m/s, infraestrutura portuária consolidada e uma cadeia naval capaz de atender à nova demanda. “O Sudeste concentra o maior centro de carga do país e reúne condições logísticas e industriais únicas. A regulação é o passo decisivo para transformar esse potencial em realidade”, destacou.

O debate também abordou os efeitos da Medida Provisória nº 1.304/2025, que trata da modernização do marco regulatório do setor elétrico. Durante o painel, Donato Filho, diretor-geral da Volt Robotics, defendeu que a transição energética deve ser conduzida com responsabilidade técnica e foco em sustentabilidade. “O setor precisa avançar com equilíbrio, não para agradar grupos específicos, mas para cumprir o compromisso do governo com uma energia limpa, acessível e eficiente”, afirmou.

Em complemento à agenda regulatória, Marina Cavalini Bailão, chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Portos, anunciou R$ 15 milhões de investimento no Porto de Caiçara do Norte (RN), projeto piloto do Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR). O empreendimento marca o primeiro investimento federal em portos neste século e inaugura uma rede nacional de portos verdes voltada à transição energética. “O setor portuário será um dos motores da nova economia. Nosso foco é garantir compatibilidade entre as

operações portuárias e a expansão da energia offshore, unindo segurança de navegação e sustentabilidade”, afirmou Marina. O MPOR atuará como órgão consultivo na análise de interferências prévias em áreas de geração offshore, em parceria com o Ministério de Minas e Energia (MME), para assegurar integração entre infraestrutura marítima e produção de energia limpa.

- Transição energética e investimentos

O debate sobre a modernização do setor elétrico e a retomada dos investimentos em energias renováveis reuniu executivas que lideram a transição energética no país. Laura Porto, diretora da Neoenergia e presidenta do Conselho da ABEEólica, destacou que confiança e previsibilidade regulatória são condições essenciais para destravar novos aportes. “A retomada do investimento passa por confiança, governança institucional e planejamento. Precisamos fortalecer as instituições, como a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e garantir segurança operativa ao setor”, afirmou. Segundo Laura, medidas provisórias nem sempre são o instrumento mais adequado para temas estruturais: “Projetos de lei são mais transparentes, permitem o debate público e representam melhor os anseios setoriais.”

Os debates do segundo dia reforçaram que previsibilidade regulatória, infraestrutura portuária e governança ética são pilares da nova fase de expansão da energia eólica no Brasil. Com uma matriz elétrica 93% renovável e 36 GW de capacidade instalada, o país avança para consolidar a indústria offshore e ampliar sua presença na economia global de baixo carbono. David Cassimiro, pesquisador e consultor em offshore do Banco Mundial, ressaltou que o Brasil reúne todos os pré-requisitos técnicos e ambientais para se tornar referência global em energia offshore, mas precisa oferecer segurança e transparência a investidores internacionais. “O capital está disponível, mas precisa de confiança e previsibilidade. O marco regulatório é o motor que vai atrair investimentos e permitir a formação de uma cadeia produtiva robusta”, afirmou.

Embora o Brasil tenha um dos maiores potenciais eólicos do mundo, o atraso nas decisões pode custar oportunidades estratégicas, reforçou Raissa Cafure Lafranque, chief strategy officer da EDF Power Solutions. “Precisamos avançar agora para não perder o timing global”, disse. Também participaram Guilherme Grossi (Ocean Winds), Uiara Valente (RWTH Aachen University & EnBW) e Marcelo Frazão (CSQRO Advogados), que defenderam o avanço de modelos de cooperação internacional e a formação de cadeia de suprimentos local para garantir competitividade e conteúdo nacional.

- Um alerta sobre a integridade da comunicação

Ben Backwell, CEO do GWEC, alertou para os riscos trazidos por ferramentas de inteligência artificial e deepfakes. “Vamos chegar a um momento em que ninguém saberá se uma fala é minha ou de um algoritmo”, afirmou. Segundo ele, a juventude — nativa das plataformas digitais — precisa ser coprodutora das soluções contra a desinformação, em articulação com a indústria, organizações e governos.

Elbia Gannoum, presidente-executiva da ABEEólica, destacou que o governo brasileiro já trata a integridade da informação como agenda estratégica, citando o papel de um enviado especial do país sobre o tema na COP30. Ela lembrou que “a mentira nasce em ambientes de verdade” e que a disseminação de meias-verdades se amplia numa sociedade hiperconectada. No setor, isso tem se refletido em narrativas imprecisas sobre supostos impactos de eólicas offshore na fauna marinha, sobre o uso de água por data centers e em disputas políticas envolvendo a MP 1.304 e a permanência de térmicas a carvão. “É uma luta contínua: construir a verdade de forma estruturada e gerir a desinformação”, afirmou. Elbia também mencionou o desafio regulatório de enquadrar as redes sociais, tema em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF).

Representando a juventude, Maria Eduarda da Silva, ativista e defensora da juventude pela UNICEF, ressaltou como barreiras de linguagem e tecnicismos afastam jovens dos debates climáticos. Ela citou projetos locais voltados à mitigação do calor extremo em escolas e defendeu uma comunicação acessível. “A gente só se interessa pelo que consegue entender”, disse, enfatizando a importância da representatividade em espaços de decisão: “Não é fazer para a juventude, é fazer com a juventude”.

Entre Vetos e Avanços: o Futuro do Mercado de Energia

- Setor elétrico pede equilíbrio regulatório na aplicação da MP 1.304

O segundo dia do Brazil Windpower 2025, realizado nesta quarta-feira (29), foi marcado pelo debate sobre os efeitos da Medida Provisória nº 1.304/2025, que trata da modernização do marco regulatório do setor elétrico. Durante o painel, o diretor-geral da Volt Robotics, Donato Filho, defendeu que a transição energética deve ser conduzida com responsabilidade técnica e foco na sustentabilidade.

Segundo o executivo, o momento é de adaptação e planejamento. “O setor precisa avançar com equilíbrio, não para agradar grupos específicos, mas para cumprir o compromisso do governo com uma energia limpa, acessível e eficiente”, afirmou.

Donato ressaltou pontos positivos da medida, como a diversificação da matriz, o estímulo à inovação tecnológica e o avanço da descarbonização, mas alertou para riscos de reversões no processo de modernização, com a entrada de novas térmicas inflexíveis e a ampliação de subsídios.

Ele destacou que o desafio do país é garantir velocidade e coordenação entre oferta e demanda de energia, com investimentos em armazenamento e digitalização da rede elétrica para consolidar uma matriz renovável mais flexível e segura.

- Fórum das Associações do Setor Elétrico (FASE) propõe agenda para modernização do mercado

Durante o segundo dia do Brazil Windpower 2025, o Fórum das Associações do Setor Elétrico (FASE) apresentou uma pauta unificada com 28 propostas convergentes para modernizar o setor elétrico e promover um ambiente regulatório previsível e sustentável.

Criado para integrar as principais entidades representativas da cadeia elétrica — que abrange geração, transmissão, distribuição e comercialização —, o FASE atua como uma plataforma de articulação institucional junto ao Ministério de Minas e Energia (MME), à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e ao Congresso Nacional.

As propostas se concentram em três eixos principais: fortalecimento da governança setorial, modernização tarifária e abertura de mercado com sustentabilidade. O documento sugere que a abertura total do mercado livre ocorra em até 24 meses para consumidores industriais e comerciais e 36 meses para consumidores residenciais, respeitando pré-condições técnicas e integração entre agentes.

Segundo Donato Filho, diretor-geral da Volt Robotics e um dos representantes do fórum, a construção conjunta do FASE representa “um esforço inédito de convergência institucional”. Ele destacou que o setor “precisa avançar com planejamento, inovação e responsabilidade, sem retrocessos disfarçados de políticas setoriais”.

- Retomada de investimentos e abertura de mercado marcam debates sobre o futuro da energia eólica

No segundo dia do Brazil Windpower 2025, o debate sobre a modernização do setor elétrico e a retomada dos investimentos em energias renováveis reuniu executivas que integram a liderança da transição energética no país. Laura Porto, diretora da Neoenergia e presidenta do Conselho da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica), destacou que a confiança e a previsibilidade regulatória são condições essenciais para destravar novos aportes.

“A retomada do investimento passa por confiança, governança institucional e planejamento. Precisamos fortalecer as instituições, como a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e garantir segurança operativa ao setor”, afirmou. Para Laura, medidas provisórias nem sempre são o instrumento mais adequado para tratar de temas estruturais: “Projetos de lei são mais transparentes, permitem o debate público e representam melhor os anseios setoriais.”

Ela ressaltou que o país precisa de justiça tarifária e credibilidade regulatória para recuperar o ritmo de expansão das fontes renováveis. Segundo Laura, a imprevisibilidade do mercado e as falhas na formação de preços geram custos que reduzem a competitividade e afastam investimentos.

Complementando o debate, Luísa Ribeiro, head da Casa dos Ventos, defendeu que a abertura do mercado livre de energia é uma agenda urgente e deve ser acompanhada da revisão dos mecanismos de precificação. “Não faz sentido restringir o direito de escolha do consumidor. A abertura precisa vir com uma reforma tarifária que reflita a realidade tecnológica e de consumo”, afirmou.

Luísa também criticou a manutenção de usinas térmicas inflexíveis e destacou que políticas públicas precisam estar alinhadas à eficiência e à sustentabilidade. “A contratação compulsória distorce o sinal de preço e vai na contramão da evolução do setor. A responsabilidade com o cliente e a racionalidade de custos devem guiar essa nova etapa da reforma elétrica”, concluiu.

Fonte: CanalEnergia

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