EXCLUSIVO
É a hora e a vez da digitalização. Nada escapa. O setor elétrico muito menos. A repórter Michele Rios recebeu a missão de apurar em detalhes o impacto dessa tecnologia que promete mais eficiência, segurança e sustentabilidade. Vai daí que a reportagem especial do CanalEnergia desta semana revela que, segundo a ABI Research, os investimentos globais nessa área devem saltar de US$ 81 bilhões em 2024 para US$ 152 bilhões até 2030. No Brasil, empresas como Auren e CPFL lideram a inovação. Elas usam inteligência artificial, IoT e gêmeos digitais para prever falhas, otimizar operações e integrar consumidores em comunidades energéticas. Já a Atlas Renewable aposta em drones e algoritmos preditivos em usinas solares. Mas os desafios são grandes. Há desde a escassez de profissionais qualificados até riscos cibernéticos e entraves regulatórios. Ainda assim, especialistas destacam que a digitalização será chave para atender à crescente demanda e às metas de carbono zero.
ECONOMIA
Aí veio o Ministério Público e cutucou o TCU (Tribunal de Contas da União). Quer saber mais sobre as razões do atraso do LRCAP (Leilão de Reserva de Capacidade na forma de Potência). Percebendo um senhor puxão de orelha se aproximando, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, publicou a consulta pública que trata do certame, agora previsto para 2026. Estamos acompanhando. A novidade é que o governo dividiu o certame em dois, um para as usinas a gás natural, carvão mineral e hidrelétricas e o outro para as térmicas a óleo. A disputa deve ser em março de 2026.
E, por falar nisso, Silveira também anunciou um leilão para contratação de usinas hidrelétricas. A previsão é que deve acontecer no primeiro trimestre de 2026. A ideia é contratar 3 GW de potência de usinas com até 50 MW de capacidade instalada. “É um produto 100% nacional, importante para gerar emprego e renda no país”, destacou o titular da Pasta. A conferir.
Quem está otimista e apostando em mais um leilão é o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa. Ele põe fé de que a licitação de sistemas de baterias pode vir antes da plena regulação dessa tecnologia. A agência, segundo ele, deverá encaminhar um ofício ao MME, ao ONS e à EPE (Empresa de Pesquisas Energéticas) “dando conforto” para esse tipo de contratação, seja lá o que isso quer dizer. Então é ficar de olho na reunião de hoje do colegiado, porque o processo que trata do tema está na pauta e deve voltar a ser debatido.
Para quem está acompanhando a vida da companhia mais vigiada do Brasil, é bom saber que, com a ida de Pietro Mendes para o comando da diretoria da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), Bruno Moretti assume interinamente a presidência do Conselho de Administração da Petrobras, até que os acionistas elejam um novo titular para o cargo. Vai ser uma disputa daquelas!
POLÍTICA
Por causa do agravamento do cenário hídrico e das incertezas que cercam a realização do LRCAP, o ONS segue com o coração na mão. Pelo menos, quem dá a entender que a situação é pra lá de delicada e segue piorando, é Rodrigo Sacchi, gerente executivo da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). Ele participou do evento Brazil Energy Frontiers, promovido pelo Instituto Acende Brasil, e alertou que a capacidade hidráulica sozinha não será suficiente para atender à demanda nos próximos meses, especialmente no final do período seco. Daí a necessidade de manter as termelétricas sempre de prontidão e olhe lá. Por causa da rampa de saída das usinas solares ao final de cada dia, manter em pé o sistema interligado é um desafio permanente. Sacchi afirmou que hoje, apenas 3 GW de térmicas são flexíveis e respondem em até 8 horas. As demais, cerca de 18 GW, demoram mais e não conseguem atender a ponta. Essa situação, além de tudo, bate forte nos preços de energia. Agora, em agosto, houve picos de R$ 900/MWh. Para piorar todos os reservatórios do país registraram recuo em seus níveis, segundo ONS.
CONSUMO E COMPORTAMENTO
O Prêmio Abradee 2025 reconheceu a Neoenergia Cosern, que atende o Rio Grande do Norte, como a Melhor Distribuidora Nacional. No Sudeste, porém, os clientes da área atendida pela Neoenergia Elektro “ganharam” mesmo foi um reajuste tarifário de dois dígitos. O Efeito médio será, a partir de amanhã, dia 27, de 11,88%. Ao Sul, o aumento concedido pela Aneel à Celesc foi ainda mais duro para os clientes, com efeito médio de 13,53%. Vale lembrar que, apesar de tudo, as distribuidoras em si ficam só com uma parte do que é arrecadado nas contas de luz. A mordida maior é dos encargos, impostos entre outros componentes.
GERAÇÃO DISTRIBUÍDA
As empresas que atuam no mercado de Geração Distribuída (GD) no Brasil devem contratar cerca de 109 mil novos profissionais em 2025 . O cálculo é de um estudo da consultoria RH Renováveis, que aponta as áreas comerciais, de vendas e marketing angariando os principais cargos em oferta. E olha que o financiamento para energia renovável cresceu 6,5% em 2024, segundo a CELA (Clean Energy Latin America).
SÃO ROQUE ENERGÉTICA
A São Roque Energética será autuada em mais de R$ 19,5 milhões por atraso na implantação de sua usina hidrelétrica, de 142 MW, em Santa Catarina. A empresa da Nova Participações teve o pedido de reconsideração negado pela agência. Melhor sorte não teve a Eletronuclear. A diretoria colegiada da Aneel manteve uma multa de R$ 2,87 milhões. A penalidade decorreu do não envio de documentos e informações econômicas e financeiras periódicas obrigatórias da empresa para o órgão regulador.
Fonte: CanalEnergia