Portal de Notícias sobre o
Setor Elétrico

Veja aqui as informações e notícias mais recentes sobre o setor elétrico. A curadoria do conteúdo é feita por nossos especialistas, considerando a importância do tema para o mercado.

O PAPEL DOS SISTEMAS DE ARMAZENAMENTO NA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

20/8/2025

Autores:
Nivalde de Castro
Igor Barreto Julião

GESEL

As mudanças climáticas suscitadas por ações antrópicas já causaram danos e perdas, em parte, irreversíveis aos ecossistemas, pois estes foram impactados além de sua capacidade de adaptação. Caso não sejam mitigados os impactos e reestruturados os sistemas produtivos, com foco na descarbonização, há consenso de que esse quadro tende a se agravar. Deste modo, são exigidas ações de rápida redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), considerando que a janela de oportunidade para garantir o cumprimento das metas estabelecidas em acordos internacionais é cada vez mais estreita. Nesse contexto, e agravado pela crescente demanda energética propulsionada pelo crescimento populacional, industrialização e eletrificação do consumo, a transição energética tem se tornado mais necessária e estratégica. De maneira geral, o processo de transição energética consiste na substituição progressiva de fontes fósseis por alternativas renováveis, com o objetivo de reduzir as emissões dos GEE e, só assim, combater as mudanças climáticas. Entretanto, esse processo demanda transformações estruturais em toda a cadeia energética e econômica, desde a forma de gerar e distribuir energia até os padrões das cadeias produtivas e de consumo lato sensu. Como ilustrado na Figura 1, a oferta global de eletricidade renovável vem crescendo constantemente, a fim de atender o crescimento de demanda e, em paralelo, reduzir as emissões de GEE. Todavia, a adoção em larga escala dessas novas tecnologias, notadamente das energias eólica e solar, está acompanhada de ingentes desafios, além das questões relacionadas às novas infraestruturas.

1Artigo publicado no Broadcast Energia. Disponível em: ttps://energia.aebroadcast.com.br/tabs/news/747/53186394. Acesso em: 13 de ago. 2025. 2Professor do Instituto de Economia da UFRJ e Coordenador-Geral do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (GESEL-UFRJ). 3Pesquisador Associado do GESEL-UFRJ. Figura 1: Geração global de eletricidade por tipo: 2000-2030. (em TWh) Fonte: IEA (2024).

Em escala mundial, as principais fontes de energia que cresceram nos últimos anos foram as energias solar fotovoltaica e eólica, que detêm como uma das suas principais características a intermitência na geração. Dessa maneira, essas fontes de energia apresentam problemas de "despachabilidade", uma vez que sua potência não pode ser controlada e modulada para atender às necessidades da demanda de energia elétrica, que é, de fato, a variável independente do modelo. Assim, no cenário exposto da transição energética, no qual o sistema elétrico avança cada vez mais em investimentos com base nessas tecnologias, em especial na fonte solar fotovoltaica por conta dos custos supercompetitivos, questiona-se como solucionar os desafios relacionados à sua intermitência. A solução crescente que muitos países vêm adotando é a utilização dos sistemas de armazenamento de energia. Como o nome sugere, esses sistemas são diferentes tecnologias que utilizam mecanismos eletroquímicos, mecânicos, térmicos, entre outros, para armazenar energia. Atualmente, o principal representante dos sistemas de armazenamento são os sistemas eletroquímicos, utilizando baterias. Os Sistemas de Armazenamento de Energia por Baterias (no inglês, Battery Energy Storage System, ou BESS) armazenam energia elétrica sob a forma de energia química para posteriormente reconvertê-la em eletricidade quando necessário. Os BESS são modulares, uma vez que são formados por células eletroquímicas individuais, interconectadas em módulos e packs, que possibilitam atender aos requisitos específicos de tensão e capacidade do sistema elétrico. Ademais, os sistemas de baterias melhoram a eficiência, a resiliência e a sustentabilidade do sistema elétrico, oferecendo controle rápido de potência ativa e reativa em grandes quantidades e sem restrições geográficas. Como ilustra a Figura 2, diferentes tecnologias de baterias podem ser aplicadas para esse fim, entretanto grande parte do mercado é dominado pela tecnologia de íon-lítio devido à sua alta densidade de energia, eficiência, escalabilidade, flexibilidade operacional e, obviamente, custos decrescentes por conta da escalabilidade industrial, comandada pela dinâmica economia chinesa. Apesar de amplamente adotada, essa tecnologia apresenta desafios relativos à operação em altas temperaturas, inclusive com riscos de incêndio, o que demanda um sistema de controle contra superaquecimento. Outras tecnologias também merecem destaque, como as baterias de chumbo-ácido, de íon-sódio e de fluxo redox.

As baterias de chumbo-ácido, por exemplo, são as tecnologias mais maduras dentre as demais, possuem uma eficiência moderada, utilizam eletrólitos corrosivos e apresentam um impacto ambiental considerável devido à sua composição. Todavia, permanecem viáveis em contextos em que o custo é um fator crítico e o espaço não é uma limitação. Em contrapartida, as baterias de íon-sódio são uma alternativa promissora ao lítio devido à grande abundância e baixo custo do sódio, sendo consideradas ainda opções mais sustentáveis. Contudo, enfrentam desafios significativos em relação à densidade de energia e à estabilidade dos eletrólitos, estando ainda em estágio de desenvolvimento. Por fim, além dessas baterias convencionais, as baterias de fluxo redox também vêm ganhando espaço. Diferentemente das tecnologias citadas anteriormente, esse tipo de conversor eletroquímico apresenta um esquema de armazenamento externo, com a separação física dos eletrólitos (em dois tanques) e da célula eletroquímica. Essa configuração confere uma grande modularidade e escalabilidade à bateria. Essa tecnologia ainda é relativamente recente, mas já apresenta grande perspectivas de crescimento nos próximos anos, em especial pelos investimentos que a China está realizando através da construção de cadeia produtiva, no duplo movimento de atender demanda interna para firmar a segurança e flexibilidade do crescimento das fontes renováveis não despacháveis, bem como para exportação. De maneira similar às baterias convencionais, as baterias de fluxo redox possuem diferentes composições, porém o tipo com maior grau de maturidade são as baterias de fluxo redox de vanádio (VRFBs). As VRFBs são estáveis, não-inflamáveis, com operação otimizada em temperaturas na faixa de 20-35°C, porém apresentam densidade energética inferior às baterias de íon-lítio. Além das tecnologias de armazenamento eletroquímico, outros sistemas são importantes e interessantes. Nesta direção, merece destaque especial os sistemas de armazenamento de energia mecânica das Usinas Hidrelétricas Reversíveis (UHRs), também denominados de Sistema de Armazenamento Hidrelétrico por Bombeamento. Esses sistemas convertem a energia elétrica excedente em energia potencial gravitacional ao bombear água de um reservatório inferior para um superior e, quando necessário, a água é liberada acionando as turbinas e gerando energia como em usinas hidrelétricas convencionais. Nesse tipo de armazenamento, o Brasil detém um potencial de crescimento muito grande e promissor, já que a base do sistema elétrico brasileiro é de usinas hidrelétricas, condição essencial para esta tecnologia, que são interligadas a um dos maiores sistemas de rede de transmissão mundial. As tecnologias de armazenamento aqui apresentadas são maduras e já possuem diversas aplicações reais no mundo, com foco na estabilização da rede, nos serviços ancilares, como regulação de frequência, reserva giratória e suporte de tensão, e na gestão hídrica.

Suas principais vantagens estão associadas à integração de fontes intermitentes no sistema elétrico, permitindo o aproveitamento de excedentes elétricos para o bombeamento e armazenamento, à alta eficiência e à resposta rápida, de modo a conferir maior despachabilidade ao sistema, e a baixos custos de operação, apesar dos altos CAPEX e tempo de construção. Contudo, mesmo já existindo diferentes sistemas passíveis de aplicação, como o armazenamento térmico com as baterias termoquímicas, os sistemas de sal fundido e o armazenamento subterrâneo de calor, a depender de características locais, é necessário destacar os chamados Sistemas Híbridos de Armazenamento de Energia. Esses sistemas são soluções que combinam diferentes tipos de dispositivos de armazenamento de energia, permitindo atender a requisitos de projeto que uma tecnologia isolada não conseguiria, como a otimização de parâmetros técnico-econômicos (massa, potência, energia armazenada e custo), a melhoria da eficiência e vida útil dos componentes. Dentre as possíveis combinações, duas tecnologias ganham proeminência: os supercapacitores e os volantes de inércia (flywheel). Ambas as tecnologias são mais adequadas para aplicações que exigem picos de potência, suavização de flutuações e recuperação de energia. Esses sistemas conferem respostas de curta duração, atendendo às demandas de potência, enquanto sistemas de baterias atuam no armazenamento de energia de longo prazo. De maneira geral, esses sistemas possibilitam otimizar o desempenho e prolongam a vida útil das baterias, assim como oferecem serviços ancilares relativos à qualidade da energia, porém apresentam altos custos de CAPEX. Portanto, e a título de conclusão deste pequeno, objetivo e didático artigo, garantir um futuro energético sustentável exige mais do que ampliar a geração renovável, requerendo, cada vez mais, torná-la estável, confiável e despachável. Nesse contexto, os sistemas de armazenamento são o elo vital e a variável de ajuste entre a intermitência das fontes solar e eólica e a segurança do suprimento elétrico. Ao combinar diferentes tecnologias e integrá-las de forma inteligente à rede, é possível transformar o desafio da variabilidade em uma oportunidade para acelerar a descarbonização e fortalecer a resiliência dos sistemas energéticos brasileiro e global.

OUTRAS NOTÍCIAS DE HOJE

28/5/2025

Eletronuclear propõe “waiver”para suspender serviço da dívida de Angra 3 até 2026: https://bit.ly/3Hecbrc

“Acordo da União com Eletrobrasvai exigir atualização da modelagem financeira para retomada da usina”.

Cemig deverá ter sistema degestão da GD em 2026: https://bit.ly/3HeOyPu

“Meta da empresa é terconhecimento de como está a geração desses sistemas em sua área de concessãoque está em cerca de 12 GW””

Fonte: Canal Energia

Gostou deste conteúdo?

CANALENERGIA (eventos)

28/5/2025

WEBINAR ESS

O peso da Luz: Tarifas,Encargos e Ineficiências

04 de junho 

10h

Online no zoom

*Inscreva-se: https://bit.ly/webinar-ESS*

 

ENASE

11 e 12 junho/2025

Hotel Windsor Oceânico – RJ

www.enase.com.br

Gostou deste conteúdo?

Resumo das Notícias de hoje

28/5/2025

Dia 28 de maio de 2025, quarta-feira

- REFORMA DO SETOR (geração)

Para a Associação Nacional dosConsumidores de Energia, a reforma do setor que veio através da MedidaProvisória 1.300, publicada na última semana, não endereça, na prática, a realmodicidade tarifária e dos custos para todos os consumidores, uma vez que, demodo geral, apenas transfere custos hoje associados aos consumidores reguladospara o Ambiente de Contratação Livre, o que pode, inclusive, reduzir aatratividade desse mercado. Em posicionamento enviado à imprensa, a associaçãoavalia os eixos que moldaram a MP.

> Saiba mais na matéria“Anace: reforma do setor não visa modicidade real e transfere custos aoACL”: https://bit.ly/43fUfVS

- MP 1300 E RENOVAÇÃO DECONCESSÕES(distribuição)

O processo de renovação dasconcessões de 20 distribuidoras dado pelo decreto 12.068 e a MP 1300/2025,sendo tratadas ao mesmo tempo no país, não devem ser conflitantes no setorelétrico. A avaliação é de agentes e autoridades envolvidas nesse processo.Ambas trarão um novo modelo para as concessionárias e não representa um entravepara a modernização do segmento no país. Se houver impacto pode ser viável atroca de regime econômico do contrato.

> Continue a leitura namatéria “Distribuidoras poderão mudar regime de contrato, aponta Aneel”: https://bit.ly/3HchK9C

> Sobre a renovação dasconcessões, leia também “Aneel dá aval para antecipação da renovação de quatrodistribuidoras”: https://bit.ly/4mHMEqT

- ACORDO DA UNIÃO COM AELETROBRAS (política)

O deputado Julio Lopes (PP-RJ)anunciou nesta terça-feira (27/05) que vai acionar o Tribunal de Contas daUnião para a realização de uma auditoria no acordo do governo com a Eletrobrasenvolvendo o aumento da participação da União no Conselho de Administração daempresa. O anúncio foi feito em audiência pública na Comissão de Minas eEnergia da Câmara, após o auditor-chefe da AudiElétrica do TCU, Marcelo Freire,informar que a corte paralisou o processo de acompanhamento da negociação, aoconceder efeito suspensivo em recurso da Advocacia Geral da União.

> Leia mais em “Deputado dizque vai acionar TCU para fiscalizar acordo da União com a Eletrobras”: https://bit.ly/4dBGkgb

Gostou deste conteúdo?

FRAGMENTOS EXTRAÍDOS DA VOLTS By CANALENERGIA – 160ª edição de 27/05/2025 EXCLUSIVO

27/5/2025

"Encerrado o cenário da tensa expectativa em torno da MP da reforma do setor elétrico, agora vem a fase do pânico. Chovem análises, críticas e elogios. Mas é o Congresso Nacional que está com a mão na massa e é preciso agora ter nervos de aço para acompanhar o que vem por aí. Talvez uma metamorfose da proposta original enviada pelo governo. Embalado nessa adrenalina, o subeditor Maurício Godoi focou num dos pontos chave da MP para produzir a reportagem especial desta semana do CanalEnergia: a abertura total do mercado livre. Santo Graal da turma da comercialização, é esse tema que vai dar muito o que falar até dezembro de 2027, data da largada geral.

De um lado, os varejistas esfregam as mãos de satisfação. Do outro, executivos das companhias de distribuição começam a arrancar os cabelos. Mal as concessionárias são lançadas pelo MME numa corrida contra o relógio para atender a implantação da ampliação da tarifa social e ainda tem que quebrar a cabeça para tentar entender o que será dos contratos legados, entre outros pontos cabeludos. O diabo mora nos detalhes, como se diz por aí. Não é pouca coisa. Para viabilizar a abertura a cerca de 90 milhões de consumidores, a MP prevê ações como a criação de um encargo para cobrir custos de sobrecontratação das distribuidoras, modernização de tarifas e, de quebra, a criação do Supridor de Última Instância (SUI). Para arrematar, há temor de insegurança jurídica caso a MP não seja convertida em lei no prazo, podendo gerar uma reforma incompleta. Acompanhe pelo CanalEnergia e aqui na Volts os próximos lances dessa jornada.”

ECONOMIA

“O anúncio da MP 1.300 está causando pra valer, mas não faltou assunto extra para manter o setor bem entretido. Pra começar, como é sabido, o ONS (Operador Nacional do Sistema) já avisou em reunião do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) que seria recomendável a adoção do horário de verão para o biênio 2025/2026. Só que, por enquanto, segundo apuração da nossa correspondente em Brasília, Sueli Montenegro, o MME ainda não começou a discutir o assunto. De fato, agora a coisa esquentou por lá. Lembrando que é preciso também combinar com os russos. Ou seja, trocar figurinhas com outros ministérios e setores impactados.

Horário de Verão lembra temporal, que lembra rede elétrica, que também lembra: quem cuida mesmo dos postes? Brincadeira à parte, o fato é que ainda não se chegou a um acordo sobre como deve ficar o compartilhamento desses equipamentos urbanos. Além das concessionárias de distribuição há outros usuários. Entre os quais as companhias de telecomunicação. O tema constou da pauta da última reunião do colegiado da Aneel, mas a decisão acabou suspensa de novo. Desta vez foi a diretora Agnes da Costa quem pediu vistas do processo. Que o diga a Cemig, que apenas no primeiro trimestre deste ano teve uma trabalheira danada.  Retirou 3,6 toneladas de cabos irregulares em postes.

Pelo menos a agência aprovou a revisão da metodologia de cálculo dos custos operacionais regulatórios a serem considerados nas revisões tarifárias das distribuidoras. A nova regra inclui na modelagem a complexidade das atividades de combate às perdas não técnicas, os famigerados gatos. Outra decisão da Aneel foi a abertura de tomada de subsídios sobre mudanças climáticas e transição energética. Dessa iniciativa vai surgir mais adiante um guia que orientará a conduta administrativa da agência quanto a esse tema.

A sessão de terça-feira passada, dia 20, lá na Aneel marcou, aliás, a última participação do diretor Ricardo Tili. O mandato acabou e ele se despediu com elegância. Não faltaram agradecimentos. Tili fez questão de destacar a aprovação de 1.390 processos de sua relatoria, nas 147 reuniões públicas das quais participou presencialmente ou de forma remota nos últimos três anos. Sai Tili e entra Daniel Dana, secretário-Geral da Aneel, em substituição temporária. Isso porque não há qualquer sinal no horizonte, quanto as sabatinas necessárias à aprovação de novos diretores do órgão. Em breve, mais um diretor dará adeus: Fernando Mosna.

Os problemas em torno da questão do curtailment só pioram, como veremos adiante na seção Alta Voltagem. Contudo, alguns números divulgados pela própria ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias) surpreenderam. Apesar da crise, o segmento cresceu 10,8% em 2024. Destaque para Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí, estados que receberam o maior número de novos parques.

E para encerrar o nosso breve overview, vale registrar que o Conselho de Administração do ONS reconduziu Solange Ribeiro à presidência do colegiado. Outro integrante reeleito foi Ramon Sade Haddad, vice-presidente do Conselho. Ambos permanecerão ao longo de mais um ano em seus respectivos cargos.”

POLÍTICA

“Como antecipado, fora a MP 1.300, tema “hours-concours”, o curtailment figura agora firme  e forte na vice-liderança dos debates entre os agentes do setor. Até porque a Volt Robotics apimentou um pouco mais a questão. Segundo a consultoria, caso o Congresso Nacional derrube o veto presidencial aos “jabutis” contidos na Lei das Eólicas Offshore, o curtailment voltará a subir em 2030. A previsão é que chegará à marca de, nada mais nada menos, do que 3.000 MW médios, o dobro do esperado para o período. Havia até uma expectativa de que os cortes cairiam nos próximos anos para 1.500 MW médios. Foi um desapontamento geral. Aí, na sequência, o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, descartou qualquer possibilidade de alteração na Resolução Normativa 1030, que trata justamente dos cortes de geração. Na visão dele, ainda não há uma razão ou comando que justifique a revisão. “Nesse momento agora não vi nenhuma motivação para mudar”, confirmou ao CanalEnergia, se referindo a uma eventual mudança legislativa, como exemplo de uma situação plausível.

Em meio a esse climão todo, a Absolar deverá propor uma solução para os cortes de energia. A previsão é que isso ocorra ao longo dos próximos dias. Segundo disse ao CanalEnergia o vice-presidente da associação, Marcio Trannin, essa solução foi debatida em reuniões internas e será apresentada ao MME, que organizou um grupo de trabalho sobre o tema. É bom mesmo que essa iniciativa ajude o governo a resolver a situação porque, de acordo com a Thymos Capital, o curtailment, associado a outras questões - como modulação horária e risco de submercado - acaba alterando os critérios dos investidores no direcionamento de recursos para os seus projetos. É a tal da insegurança que ronda decisões sobre novos negócios.”

CONSUMO E COMPORTAMENTO

Mais um caso envolvendo a Âmbar

(...). “A Justiça de Minas Gerais suspendeu os efeitos de um leilão realizado pela Cemig lá pelo final de 2024, contemplando quatro pequenas usinas hidrelétricas que somam 14,8 MW. Resumo bem resumido, foi por conta de uma ação popular que questionou aquela licitação, cuja vencedora foi a empresa do Grupo J&F. Aí, poucos dias depois, a decisão judicial que suspendeu o resultado do certame também acabou suspensa. Tudo bem, tudo certo? Não! A verdade é que tanto a Cemig com a Âmbar Energia, na prática ainda terão que aguardar um veredito final para o caso. Nos bastidores, o comentário é que por traz desse episódio está a polêmica política em torno de uma eventual federalização da estatal mineira ou mesmo sua privatização.

“A compra da Amazonas Energia pela Âmbar Energia, do Grupo J&F – leia-se irmãos Batista -, continua parada no ar. Pelo menos, no que depender do diretor-Geral da Aneel, Sandoval Feitosa, a coisa toda precisa fazer sentido. É que para ser aceita, a mais recente solução proposta pela compradora tem que trazer alguma vantagem para o consumidor, explicou. Ah, bom! “Quando a gente diz vantajosa, você tem que olhar na perspectiva ampla. Não apenas vantajosa sob o ponto de vista do custo. Vantajosa sob o ponto de vista das opções que você tem. Então, é isso que nós estamos avaliando”, explicou ele em entrevista à nossa correspondente em Brasília, Sueli Montenegro.

Se serve de algum consolo, a Organização Latino-Americana de Energia (Olade) divulgou que a inflação de energia na América Latina e Caribe atingiu 0,01% em março de 2025, o menor índice mensal registrado desde outubro de 2024. Para os consumidores da Cemig, Amazonas Energia, CPFL Santa Cruz e Sergipe, esse refresco apontado pela Olade talvez só cause uma reação de indiferença. Isso porque a Aneel acaba de aprovar os reajustes tarifários dessas companhias e nenhuma delas teve índice negativo. Destaque para os mineiros que “ganharam” um aumento médio de 7,78%. Já quanto aos clientes de Rondônia, até o passado é incerto. A diretoria do órgão regulador negou pedido da concessionária local controlada pela Energisa de substituir o reajuste tarifário de 2019 por uma revisão tarifária extraordinária. O motivo é que a fiscalização ainda não finalizou o processo de apuração da Base de Remuneração Regulatória da distribuidora referente àquele ano.””

Fonte:  VOLTS By CANALENERGIA – 160ª edição de 27/05/2025

Gostou deste conteúdo?

FRAGMENTOS EXTRAÍDOS DO ELECTRA CLIPPING – edição 10/2025 de 23/05/2025

27/5/2025

- O avanço da eficiência energética e inovação no setor elétrico: oportunidade para o Brasil e o Paraná

“Nos últimos anos, o setor elétrico tem passado por profundas transformações. No centro delas estão empresas que aliam inovação tecnológica, investimento em pessoas e compromisso com o desenvolvimento das regiões onde atuam, como é o caso da Electra. “A Electra vem investindo nos últimos anos em tecnologia, inovação, capacitação de pessoas e na prestação de um serviço cada vez mais eficiente, mais dinâmico, com muito foco no atendimento ao cliente. A gente tem conseguido resultados muito consistentes e muito expressivos”, afirma Franklin Miguel, CEO da empresa.”

- Electra e Comporta fecham acordo de autoprodução eólica para trens e metrôs

“Os grupos Electra e a Comporte, holding brasileira com foco em transporte rodoviário e ferroviário, fecharam acordo para a implantação de um projeto de energia eólica no modelo de autoprodução de energia. A usina terá capacidade instalada de 122 MW, sendo que a energia gerada será utilizada a partir de 2027 para o abastecimento de linhas de metrô e trem de São Paulo e Belo Horizonte operadas pela Comporte. Para Claudio Fabiano Alves, presidente do grupo Electra, a parceria marca o início de uma fase importante de conexão entre energia renovável e o setor de transporte, além de consolidar a atuação do grupo no desenvolvimento de projetos de autoprodução.”

- Encargo de energia de reserva deve somar R$ 3,5 bi entre abril e julho

“O Encargo de Energia de Reserva (EER) de abril a julho deve somar R$ 3,5 bilhões, de acordo com as previsões da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A energia de reserva é sempre liquidada no Mercado de Curto Prazo (MCP) pelo PLD. Se o valor da venda da energia das usinas contratadas na modalidade é superior ao PLD, é necessário recolhimento de encargo junto aos consumidores para pagar os geradores que foram contratados em leilões de reserva.”

- Mesmo com lucro, setor elétrico brasileiro destrói R$ 109 bilhões em valor econômico agregado

“Mesmo com lucros operacionais crescentes e expansão dos investimentos, o setor elétrico brasileiro acumulou uma destruição de valor econômico de R$ 108,9 bilhões entre 2017 e 2023 — ou seja, as empresas geraram menos retorno do que o esperado para os recursos aplicados. O dado é de estudo da KPMG e Instituto Acende Brasil, que avalia o desempenho do setor a partir da métrica de Valor Econômico Agregado (EVA). O estudo analisou o desempenho consolidado de 48 empresas dos segmentos de geração, transmissão e distribuição, considerando dados até 2023.”

- ONS reforça necessidade de horário de verão em 2025

“O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reforçou, em reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), a necessidade de adoção do horário de verão em 2025, como medida para deslocar a demanda no horário de ponta do sistema. A informação é do diretor-geral do Operador, Marcio Rea, que disse que, diante do período úmido com afluências abaixo da média, já estão sendo avaliadas medidas para assegurar o atendimento de potência no segundo semestre, como o despacho de térmicas e a antecipação de suprimento de usinas contratadas no LRCAP (Leilão de Reserva de Capacidade) de 2021.”

- TR Soluções: Tusd dos consumidores livres pode subir 18,5% com reforma do setor

“A reforma do setor elétrico proposta pelo Ministério de Minas e Energia pode causar um aumento médio de 18,5% na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (Tusd) dos consumidores livres conectados em alta tensão em 2026. A constatação vem de um estudo da TR Soluções, apontando que as medidas A China aprovou planos para construir 10 reatores nucleares com um investimento de US$ 27,7 bilhões e De janeiro a abril de 2025, mais de 258 mil consumidores começaram a usar sistemas de micro e minigeração distribuída (MMGD) no país, o que resultou em um acréscimo de potência de 2,86 GW, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso foram os estados que mais se destacaram. Até o final de abril, o Brasil contava com 3,47 milhões de sistemas conectados à rede de distribuição, reunindo potência instalada próxima de 39,22 GW.De janeiro a abril de 2025, mais de 258 mil consumidores começaram a usar sistemas de micro e minigeração distribuída (MMGD) no país, o que resultou em um acréscimo de potência de 2,86 GW, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso foram os estados que mais se destacaram. Até o final de abril, o Brasil contava com 3,47 milhões de sistemas conectados à rede de distribuição, reunindo potência instalada próxima de 39,22 GW.A China aprovou planos para construir 10 reatores nucleares com um investimento de US$ 27,7 bilhões e capacidade da ordem de 12 GW, colocando o país no caminho para ultrapassar os Estados Unidos e se tornar o maior gerador de energia nuclear do mundo até 2030. O governo chinês vem promovendo a construção de usinas nucleares desde a década de 1980, com uso de tecnologia francesa e de outros países.capacidade da ordem de 12 GW, colocando o país no caminho para ultrapassar os Estados Unidos e se tornar o maior gerador de energia nuclear do mundo até 2030. O governo chinês vem promovendo a construção de usinas nucleares desde a década de 1980, com uso de tecnologia francesa e de outros países propostas pelo governo focam mais na realocação de custos que compõem as tarifas do que na sua efetiva redução.”

- Data centers serão a nova demanda?

“O governo prepara uma política de incentivos ao setor de Data Centers que pretende atrair R$ 2 trilhões em investimentos ao país na próxima década. Por serem grandes consumidores de energia em um cenário de falta de novas demandas e por conta de políticas ESG que priorizam energia renovável, as conversas entre os agentes do setor elétrico e o segmento se intensificaram nos últimos anos. Mas esse crescimento depende de uma integração estratégica, de maneira que haja previsibilidade para receber a expansão.”

- China aprova US$ 27,7 bilhões para energia nuclear e deve superar EUA até 2030

“A China aprovou planos para construir 10 reatores nucleares com um investimento de US$ 27,7 bilhões e capacidade da ordem de 12 GW, colocando o país no caminho para ultrapassar os Estados Unidos e se tornar o maior gerador de energia nuclear do mundo até 2030. O governo chinês vem promovendo a construção de usinas nucleares desde a década de 1980, com uso de tecnologia francesa e de outros países.”

- Descarbonização e segurança energética: rivais ou aliadas?

“Quais os rumos para conciliar o desenvolvimento socioeconômico (que precisa de energia para se viabilizar), a descarbonização e a segurança energética globais? A Agência Internacional de Energia nos dá algumas pistas. Uma delas é que o avanço das renováveis é inexorável: em 2024, 80% do crescimento da geração global de eletricidade foi proveniente de fontes renováveis e da energia nuclear. Juntas, elas contribuíram com 40% da geração total pela primeira vez, com as renováveis, sozinhas, respondendo por 32%. O segundo ponto é que o crescimento das emissões de carbono relacionadas à energia está se dissociando do crescimento econômico global. A alta das emissões desacelerou para 0,8% em 2024, enquanto a economia global cresceu mais de 3%.”

- Em quatro meses, micro e minigeração distribuída cresce 2,8 GW no Brasil

“De janeiro a abril de 2025, mais de 258 mil consumidores começaram a usar sistemas de micro e minigeração distribuída (MMGD) no país, o que resultou em um acréscimo de potência de 2,86 GW, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso foram os estados que mais se destacaram. Até o final de abril, o Brasil contava com 3,47 milhões de sistemas conectados à rede de distribuição, reunindo potência instalada próxima de 39,22 GW.”

- Venda de carros elétricos cresce 6,6% entre janeiro e abril de 2025, aponta ABVE

“A venda de veículos leves eletrificados no primeiro quadrimestre de 2025 foi 6,6% maior do que no mesmo período do ano anterior, atingindo 54,6 mil unidades, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). O mercado brasileiro tem sido impulsionado pelo aumento da oferta de modelos e pela entrada de novos fabricantes no setor.”

Fonte: ELECTRA CLIPPING – edição 10/2025 de 23/05/2025

Gostou deste conteúdo?

Credenciada na Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL para trabalhos de apoio ao órgão regulador

Soluções no Setor Elétrico

Nossa expertise no Setor Elétrico é resultado de diversos projetos executados por nossos profissionais em empresas de Geração, Transmissão, Distribuição e Comercialização.

Por que escolher a TATICCA?

O objetivo de nosso time é apresentar insights relevantes para o seu negócio e apoiá-lo em seu crescimento!

  • Equipe personalizada para cada projeto

  • Adequação caso a caso

  • Abordagem flexível

  • Envolvimento de Executivos Sêniores nos serviços

  • Expertise

  • Independência

  • Recursos locais globalmente interconectados

  • Equipe multidisciplinar

  • Capacitação contínua

  • Métodos compartilhados com os clientes

  • Amplo conhecimento dos setores

  • Mais modernidade, competência, flexibilidade, escalabilidade e foco no cliente

Nossa equipe

Profissionais especialistas no setor elétrico
Você possui alguma dúvida?

Envie-nos uma mensagem

por favor, preencher o campo.

Obrigado por entrar em contato! Recebemos sua mensagem e em breve retornaremos!
Infelizmente não foi possível enviar sua solicitação, tente novamente mais tarde.