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Setor Elétrico

Veja aqui as informações e notícias mais recentes sobre o setor elétrico. A curadoria do conteúdo é feita por nossos especialistas, considerando a importância do tema para o mercado.

O PAPEL DOS SISTEMAS DE ARMAZENAMENTO NA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

20/8/2025

Autores:
Nivalde de Castro
Igor Barreto Julião

GESEL

As mudanças climáticas suscitadas por ações antrópicas já causaram danos e perdas, em parte, irreversíveis aos ecossistemas, pois estes foram impactados além de sua capacidade de adaptação. Caso não sejam mitigados os impactos e reestruturados os sistemas produtivos, com foco na descarbonização, há consenso de que esse quadro tende a se agravar. Deste modo, são exigidas ações de rápida redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), considerando que a janela de oportunidade para garantir o cumprimento das metas estabelecidas em acordos internacionais é cada vez mais estreita. Nesse contexto, e agravado pela crescente demanda energética propulsionada pelo crescimento populacional, industrialização e eletrificação do consumo, a transição energética tem se tornado mais necessária e estratégica. De maneira geral, o processo de transição energética consiste na substituição progressiva de fontes fósseis por alternativas renováveis, com o objetivo de reduzir as emissões dos GEE e, só assim, combater as mudanças climáticas. Entretanto, esse processo demanda transformações estruturais em toda a cadeia energética e econômica, desde a forma de gerar e distribuir energia até os padrões das cadeias produtivas e de consumo lato sensu. Como ilustrado na Figura 1, a oferta global de eletricidade renovável vem crescendo constantemente, a fim de atender o crescimento de demanda e, em paralelo, reduzir as emissões de GEE. Todavia, a adoção em larga escala dessas novas tecnologias, notadamente das energias eólica e solar, está acompanhada de ingentes desafios, além das questões relacionadas às novas infraestruturas.

1Artigo publicado no Broadcast Energia. Disponível em: ttps://energia.aebroadcast.com.br/tabs/news/747/53186394. Acesso em: 13 de ago. 2025. 2Professor do Instituto de Economia da UFRJ e Coordenador-Geral do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (GESEL-UFRJ). 3Pesquisador Associado do GESEL-UFRJ. Figura 1: Geração global de eletricidade por tipo: 2000-2030. (em TWh) Fonte: IEA (2024).

Em escala mundial, as principais fontes de energia que cresceram nos últimos anos foram as energias solar fotovoltaica e eólica, que detêm como uma das suas principais características a intermitência na geração. Dessa maneira, essas fontes de energia apresentam problemas de "despachabilidade", uma vez que sua potência não pode ser controlada e modulada para atender às necessidades da demanda de energia elétrica, que é, de fato, a variável independente do modelo. Assim, no cenário exposto da transição energética, no qual o sistema elétrico avança cada vez mais em investimentos com base nessas tecnologias, em especial na fonte solar fotovoltaica por conta dos custos supercompetitivos, questiona-se como solucionar os desafios relacionados à sua intermitência. A solução crescente que muitos países vêm adotando é a utilização dos sistemas de armazenamento de energia. Como o nome sugere, esses sistemas são diferentes tecnologias que utilizam mecanismos eletroquímicos, mecânicos, térmicos, entre outros, para armazenar energia. Atualmente, o principal representante dos sistemas de armazenamento são os sistemas eletroquímicos, utilizando baterias. Os Sistemas de Armazenamento de Energia por Baterias (no inglês, Battery Energy Storage System, ou BESS) armazenam energia elétrica sob a forma de energia química para posteriormente reconvertê-la em eletricidade quando necessário. Os BESS são modulares, uma vez que são formados por células eletroquímicas individuais, interconectadas em módulos e packs, que possibilitam atender aos requisitos específicos de tensão e capacidade do sistema elétrico. Ademais, os sistemas de baterias melhoram a eficiência, a resiliência e a sustentabilidade do sistema elétrico, oferecendo controle rápido de potência ativa e reativa em grandes quantidades e sem restrições geográficas. Como ilustra a Figura 2, diferentes tecnologias de baterias podem ser aplicadas para esse fim, entretanto grande parte do mercado é dominado pela tecnologia de íon-lítio devido à sua alta densidade de energia, eficiência, escalabilidade, flexibilidade operacional e, obviamente, custos decrescentes por conta da escalabilidade industrial, comandada pela dinâmica economia chinesa. Apesar de amplamente adotada, essa tecnologia apresenta desafios relativos à operação em altas temperaturas, inclusive com riscos de incêndio, o que demanda um sistema de controle contra superaquecimento. Outras tecnologias também merecem destaque, como as baterias de chumbo-ácido, de íon-sódio e de fluxo redox.

As baterias de chumbo-ácido, por exemplo, são as tecnologias mais maduras dentre as demais, possuem uma eficiência moderada, utilizam eletrólitos corrosivos e apresentam um impacto ambiental considerável devido à sua composição. Todavia, permanecem viáveis em contextos em que o custo é um fator crítico e o espaço não é uma limitação. Em contrapartida, as baterias de íon-sódio são uma alternativa promissora ao lítio devido à grande abundância e baixo custo do sódio, sendo consideradas ainda opções mais sustentáveis. Contudo, enfrentam desafios significativos em relação à densidade de energia e à estabilidade dos eletrólitos, estando ainda em estágio de desenvolvimento. Por fim, além dessas baterias convencionais, as baterias de fluxo redox também vêm ganhando espaço. Diferentemente das tecnologias citadas anteriormente, esse tipo de conversor eletroquímico apresenta um esquema de armazenamento externo, com a separação física dos eletrólitos (em dois tanques) e da célula eletroquímica. Essa configuração confere uma grande modularidade e escalabilidade à bateria. Essa tecnologia ainda é relativamente recente, mas já apresenta grande perspectivas de crescimento nos próximos anos, em especial pelos investimentos que a China está realizando através da construção de cadeia produtiva, no duplo movimento de atender demanda interna para firmar a segurança e flexibilidade do crescimento das fontes renováveis não despacháveis, bem como para exportação. De maneira similar às baterias convencionais, as baterias de fluxo redox possuem diferentes composições, porém o tipo com maior grau de maturidade são as baterias de fluxo redox de vanádio (VRFBs). As VRFBs são estáveis, não-inflamáveis, com operação otimizada em temperaturas na faixa de 20-35°C, porém apresentam densidade energética inferior às baterias de íon-lítio. Além das tecnologias de armazenamento eletroquímico, outros sistemas são importantes e interessantes. Nesta direção, merece destaque especial os sistemas de armazenamento de energia mecânica das Usinas Hidrelétricas Reversíveis (UHRs), também denominados de Sistema de Armazenamento Hidrelétrico por Bombeamento. Esses sistemas convertem a energia elétrica excedente em energia potencial gravitacional ao bombear água de um reservatório inferior para um superior e, quando necessário, a água é liberada acionando as turbinas e gerando energia como em usinas hidrelétricas convencionais. Nesse tipo de armazenamento, o Brasil detém um potencial de crescimento muito grande e promissor, já que a base do sistema elétrico brasileiro é de usinas hidrelétricas, condição essencial para esta tecnologia, que são interligadas a um dos maiores sistemas de rede de transmissão mundial. As tecnologias de armazenamento aqui apresentadas são maduras e já possuem diversas aplicações reais no mundo, com foco na estabilização da rede, nos serviços ancilares, como regulação de frequência, reserva giratória e suporte de tensão, e na gestão hídrica.

Suas principais vantagens estão associadas à integração de fontes intermitentes no sistema elétrico, permitindo o aproveitamento de excedentes elétricos para o bombeamento e armazenamento, à alta eficiência e à resposta rápida, de modo a conferir maior despachabilidade ao sistema, e a baixos custos de operação, apesar dos altos CAPEX e tempo de construção. Contudo, mesmo já existindo diferentes sistemas passíveis de aplicação, como o armazenamento térmico com as baterias termoquímicas, os sistemas de sal fundido e o armazenamento subterrâneo de calor, a depender de características locais, é necessário destacar os chamados Sistemas Híbridos de Armazenamento de Energia. Esses sistemas são soluções que combinam diferentes tipos de dispositivos de armazenamento de energia, permitindo atender a requisitos de projeto que uma tecnologia isolada não conseguiria, como a otimização de parâmetros técnico-econômicos (massa, potência, energia armazenada e custo), a melhoria da eficiência e vida útil dos componentes. Dentre as possíveis combinações, duas tecnologias ganham proeminência: os supercapacitores e os volantes de inércia (flywheel). Ambas as tecnologias são mais adequadas para aplicações que exigem picos de potência, suavização de flutuações e recuperação de energia. Esses sistemas conferem respostas de curta duração, atendendo às demandas de potência, enquanto sistemas de baterias atuam no armazenamento de energia de longo prazo. De maneira geral, esses sistemas possibilitam otimizar o desempenho e prolongam a vida útil das baterias, assim como oferecem serviços ancilares relativos à qualidade da energia, porém apresentam altos custos de CAPEX. Portanto, e a título de conclusão deste pequeno, objetivo e didático artigo, garantir um futuro energético sustentável exige mais do que ampliar a geração renovável, requerendo, cada vez mais, torná-la estável, confiável e despachável. Nesse contexto, os sistemas de armazenamento são o elo vital e a variável de ajuste entre a intermitência das fontes solar e eólica e a segurança do suprimento elétrico. Ao combinar diferentes tecnologias e integrá-las de forma inteligente à rede, é possível transformar o desafio da variabilidade em uma oportunidade para acelerar a descarbonização e fortalecer a resiliência dos sistemas energéticos brasileiro e global.

Resumo das Notícias de Hoje

21/8/2025

- NOMEAÇÕES PARA DIRETORIAS DA ANEEL E ANP (política)

O Plenário do Senado Federal aprovou na noite última terça-feira (19) quatro indicações da Presidência da República para composição das diretorias da Aneel e da ANP. Os respectivos nomes são de Gentil Nogueira de Sá Júnior e Willamy Moreira Frota para a agência que lida com o setor elétrico. E de Artur Watt Neto e Pietro Adamo Sampaio Mendes para a reguladora de petróleo e gás.

>Saiba mais na matéria “Senado confirma nomeações para diretorias da Aneel e ANP”: https://bit.ly/4mvYjsc

- ATRASOS NA UHE SÃO ROQUE (geração)

A São Roque Energética vai recorrer da decisão da Aneel da última terça-feira (19) que impôs o pagamento de uma multa de R$ 19,5 milhões por atrasos na implantação da hidrelétrica São Roque (142 MW-SC). De acordo com a empresa, a disposição da Agência foi tomada mesmo que não tenha havido qualquer prejuízo aos consumidores ou ao setor elétrico.

>Leia mais em “Empresa contesta decisão da Aneel sobre atrasos na UHE São Roque”: https://bit.ly/41ULMGn

- EVENTOS (canalenergia)

MEETUP | Resgatando a racionalidade: Como organizar o setor elétrico 20 anos após a última reforma

Data: 27 de agosto

Local: Online via Teams

Inscrições: https://bit.ly/12meetup-canalenergia

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CONSUMIDORES PODERÃO ESCOLHER SEU FORNECEDOR DE ENERGIA

21/8/2025

Por Robson Santos - Linkedin

60 milhões de lares poderão escolher seu fornecedor de energia a partir de dezembro de 2027

Segundo a Veja, será a maior abertura de mercado regulado da história do Brasil.

Como executivo com mais de 15 anos de experiência em regulação econômica e comercialização de energia, identifico três pontos críticos nessa transição:

1. Impacto direto no bolso

Para uma família que gasta R$ 200 por mês, uma redução entre 16% e 30% pode significar até R$ 720 ao ano. Multiplicado por 60 milhões de lares, o impacto é bilionário.

2. Desafio regulatório decisivo

Após coordenar áreas de tarifas, CVA e leilões, sei que a criação do Supridor de Última Instância (SUI) será determinante. Sem essa rede de segurança, há risco real de descontinuidade no fornecimento para consumidores vulneráveis.

3. Oportunidade de transformação do setor

Com 70% da energia renovável circulando no mercado livre, surgirão novas frentes como energia solar compartilhada, integração com soluções IoT e modelos avançados de eficiência energética.

O alerta: se 60% a 70% dos consumidores migrarem rapidamente e a infraestrutura não acompanhar, poderemos repetir problemas já observados em outros países.

Pergunta ao setor: como garantir que essa abertura gere valor real para o consumidor final, e não apenas para grandes players? Essa transição exigirá visão estratégica e execução técnica — combinação que venho aplicando em projetos que somam mais de R$ 950 milhões em impacto positivo para o setor elétrico.

Referência: “Brasil se prepara para abertura total do mercado livre de energia”, Veja, Jul/2025.

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Energia Eólica Offshore no Brasil: Um Novo Horizonte para o Desenvolvimento Sustentável

20/8/2025

O Brasil, com sua vasta costa e ventos favoráveis, está à beira de uma nova fronteira energética: a energia eólica offshore. Enquanto a energia eólica em terra (onshore) já é uma realidade consolidada e um dos pilares da matriz elétrica brasileira, a exploração dos ventos em alto mar promete um potencial ainda maior, capaz de impulsionar o desenvolvimento sustentável, gerar empregos e consolidar o país como um líder global em energias renováveis. Este artigo explora o vasto potencial da energia eólica offshore no Brasil, os desafios e as oportunidades que essa tecnologia apresenta, e como ela pode moldar um novo horizonte para o desenvolvimento sustentável do país.

O Potencial Inexplorado dos Ventos Marinhos Brasileiros

A energia eólica offshore é a geração de eletricidade a partir de turbinas eólicas instaladas em corpos d'água, geralmente no mar. As condições de vento em alto mar são frequentemente mais fortes e consistentes do que em terra, o que permite que as turbinas offshore sejam maiores e gerem mais energia por unidade de capacidade instalada. O Brasil possui uma costa extensa, com mais de 8.500 km, e estudos preliminares indicam um potencial eólico offshore gigantesco, estimado em centenas de gigawatts, superando em muito a capacidade instalada atual de todas as fontes de energia do país.

Vantagens da Energia Eólica Offshore no Brasil:

  1. Recurso Abundante e Consistente: Os ventos marinhos brasileiros são de alta qualidade, com velocidades médias elevadas e menor variabilidade, resultando em um fator de capacidade superior ao da eólica onshore.
  2. Menor Impacto Visual e Sonoro: Por estarem distantes da costa, os parques eólicos offshore têm um impacto visual e sonoro reduzido para as comunidades costeiras.
  3. Geração em Larga Escala: A possibilidade de instalar turbinas maiores e em maior número permite a construção de parques eólicos de gigawatts, contribuindo significativamente para a segurança energética do país.
  4. Complementaridade com Outras Fontes: A geração eólica offshore pode complementar a geração hidrelétrica e solar, contribuindo para a diversificação da matriz e a estabilidade do sistema elétrico.

Desafios e Oportunidades para o Desenvolvimento Sustentável

Apesar do imenso potencial, o desenvolvimento da energia eólica offshore no Brasil enfrenta desafios significativos, mas que também representam grandes oportunidades para o desenvolvimento sustentável:

Desafios:

  • Alto Custo Inicial: A instalação de parques eólicos offshore é mais cara do que a onshore devido à complexidade da engenharia, fundações, instalação e conexão à rede.
  • Infraestrutura Portuária: A construção e manutenção de grandes turbinas eólicas offshore exigem portos com infraestrutura especializada para montagem, transporte e logística.
  • Regulamentação: A ausência de um marco regulatório específico e claro para a energia eólica offshore no Brasil é um dos principais entraves para atrair investimentos e dar segurança jurídica aos projetos.
  • Impacto Ambiental: Embora seja uma fonte limpa, a instalação de parques offshore pode ter impactos na vida marinha, rotas migratórias de aves e ecossistemas costeiros, exigindo estudos de impacto ambiental rigorosos e medidas de mitigação.
  • Conexão à Rede: A energia gerada em alto mar precisa ser transmitida para a costa e conectada à rede elétrica existente, o que pode exigir investimentos em novas linhas de transmissão e subestações.

Oportunidades para o Desenvolvimento Sustentável:

  • Geração de Empregos e Cadeia de Valor Local: O desenvolvimento da indústria eólica offshore pode gerar milhares de empregos qualificados em diversas áreas, desde a fabricação de componentes até a instalação, operação e manutenção. Isso impulsiona a economia local e a formação de uma nova cadeia de valor.
  • Inovação Tecnológica: A complexidade da eólica offshore estimula a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções de engenharia, posicionando o Brasil na vanguarda da inovação energética.
  • Descarbonização da Economia: A energia eólica offshore contribui diretamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa, ajudando o Brasil a cumprir suas metas climáticas e a descarbonizar sua economia.
  • Segurança Energética: A diversificação da matriz e a adição de uma fonte de energia abundante e consistente aumentam a segurança e a resiliência do sistema elétrico brasileiro.
  • Atração de Investimentos: O grande potencial e a necessidade de investimentos em larga escala podem atrair capital estrangeiro e parcerias internacionais, impulsionando o crescimento econômico.

O Cenário Regulatório e os Primeiros Passos no Brasil

Atualmente, o Brasil não possui um marco regulatório específico para a energia eólica offshore. No entanto, o governo federal e agências reguladoras como o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) estão trabalhando na criação de regras para o licenciamento ambiental, a cessão de uso de áreas marítimas e a comercialização da energia. Diversos projetos já foram protocolados para licenciamento ambiental, demonstrando o interesse do setor privado em explorar esse potencial.

Perspectivas para o Futuro:

  • Marco Regulatório: A expectativa é que um marco regulatório claro e estável seja estabelecido nos próximos anos, oferecendo a segurança jurídica necessária para os investimentos.
  • Leilões de Energia: Com a regulamentação, o governo poderá realizar leilões específicos para a contratação de energia eólica offshore, impulsionando a construção dos primeiros parques.
  • Desenvolvimento da Cadeia de Suprimentos: O crescimento da indústria offshore no Brasil dependerá do desenvolvimento de uma cadeia de suprimentos local robusta, com a fabricação de componentes e a prestação de serviços especializados.

Um Futuro Promissor e Sustentável no Mar Brasileiro

A energia eólica offshore representa um novo e promissor horizonte para o desenvolvimento sustentável do Brasil. Com um potencial eólico marinho vasto e de alta qualidade, o país tem a oportunidade de se tornar um dos maiores produtores de energia eólica offshore do mundo. Embora os desafios sejam consideráveis, as oportunidades de geração de empregos, atração de investimentos, descarbonização da economia e fortalecimento da segurança energética são ainda maiores. Ao avançar com um marco regulatório claro, investimentos em infraestrutura e um compromisso com a sustentabilidade ambiental, o Brasil pode desbravar essa nova fronteira, consolidando sua liderança em energias renováveis e construindo um futuro mais limpo, próspero e resiliente para as próximas gerações. O vento que sopra no nosso litoral tem o poder de impulsionar uma verdadeira revolução energética e de desenvolvimento.

Fonte: energy.solutions@informa.com – Edição de 15/08/2025

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Resumo das Notícias de Hoje

20/8/2025

- BATERIAS (política)

A Aneel afirmou que a inserção de baterias pode começar a ser empreendida no país mesmo antes da conclusão da regulação da tecnologia. De acordo com o diretor-geral da agência, Sandoval Feitosa, a Agência deverá encaminhar um ofício ao Ministério de Minas e Energia, ao Operador Nacional do Sistema Elétrico e à Empresa de Pesquisa Energética “dando conforto” para esse tipo de contratação em leilões e como parte integrante das concessões de transmissão.

> Saiba mais na notícia “Leilão de baterias pode vir antes da plena regulação, diz Sandoval Feitosa”: https://bit.ly/4ly22Et

- APROVAÇÃO DOS INDICADOS PARA ANEEL E ANP (política)

A Comissão de Infraestrutura do Senado aprovou nesta terça-feira, 19 de agosto, os indicados pelo governo para as diretorias das Agências Nacionais de Energia Elétrica e de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Os nomes agora serão apreciados pelo plenário do Senado.

> Continue a leitura em “Comissão do Senado aprova indicados para Aneel e ANP”: https://bit.ly/41dQcYP

- LEILÃO DE TRANSMISSÃO DE 2026 (expansão)

A Aneel abriu a Consulta Pública 028/2025 até 19 de setembro para discutir o edital do primeiro Leilão de Transmissão de 2026. O certame está marcado para 27 de março na sede da B3 e aponta para R$ 3,31 bilhões em investimentos entre cinco lotes em 12 estados. Assim, é prevista a construção e manutenção de 661 km em linhas novas e seccionamentos, além de 2.400 MVA em capacidade de transformação e cinco compensações síncronas.

>Leia mais na notícia “Edital do leilão de transmissão de 2026 entra em consulta pública”: https://bit.ly/4mQUXQ7

- EVENTOS (canalenergia)

MEETUP | Resgatando a racionalidade: Como organizar o setor elétrico 20 anos após a última reforma

Data: 27 de agosto

Local: Online via Teams

Horário: 10h

Inscrições: https://bit.ly/12meetup-canalenergia

- OUTRAS NOTÍCIAS DE HOJE

Aneel recomenda prorrogação de concessão da Enel RJ: https://bit.ly/4lCW7hc

Diretor Fernando Mosna teve voto vista vencido pela maioria do colegiado.

Aneel diminui multa da Neoenergia Pernambuco para R$ 10,6 mi: https://bit.ly/47BOYKG

Penalidade decorre de fiscalização em 2023 relacionada à aplicação de regras no processo de apuração de irregularidades na medição.

Tarifas da Celesc terão aumento médio de 13,5%: https://bit.ly/3Ji5eXp

Variação dos custos de Parcela A contribuiu para efeito médio em 9,35%, enquanto Parcela B foi responsável por 2% no processo de revisão tarifára.”

Fonte: CanalEnergia

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EXCLUSIVO

19/8/2025

EXCLUSIVO

Com o curtailment tirando o sono dos executivos das companhias de geração renovável e os alertas insistentes sobre a questão da escassez de potência, o SIN (Sistema Interligado Nacional) é o foco da vez. Em meio a esse climão, a corresponde Sueli Montenegro foi atrás de ouvir não só quem acompanha de perto esse cenário, como também quem tem a “faca e o queijo na mão” para tentar melhorá-lo. O resultado está na ampla reportagem especial desta semana do CanalEnergia. A boa notícia é que há uma franca expansão pela frente. Novos leilões estão previstos para 2026/2027. Thiago Prado, presidente da EPE, ressalta a urgência de infraestrutura para conectar fontes variáveis e assegurar a potência necessária, além de atender as grandes cargas que entram na rede. Projetos foram antecipados para sincronizar com eólicas e solares. Já, Mário Miranda, presidente da Abrate, destaca que o fluxo do Nordeste deve dobrar até 2030, exigindo um significativo incremento de capacidade de transmissão e apoio na mitigação do curtailment. Tudo bem, tudo bacana, mas o duro mesmo, segundo especialistas, é resolver a falta de carga.

ECONOMIA

Falando um pouco do passado, porque no Brasil até isso é incerto, o STF (Supremo Tribunal Federal) resolveu que as distribuidoras de energia precisam devolver aos consumidores de energia os valores pagos a mais pela incidência de ICMS na base de cálculo de PIS e Cofins. Isso vem de longe e a decisão demorou anos. A restituição vai levar anos também: uma década se nada mudar. Mas as concessionárias ainda estão lutando pela posse de uma fatia maior desse bilionário bolo tributário embolorado, porque o que já prescreveu a elas pertence, defendem. É sentar e esperar mais um pouco pra ver no que vai dar.

Em outra instância, a do TCU (Tribunal de Contas da União), a ordem foi para validar a liquidação financeira do leilão do GSF. Houve cautelar para suspender etc., mas a corte mandou deixar pra lá a história da taxa de desconto. Isso porque, “ao fim e ao cabo” como dizem os juristas, o resultado – de R$ 1,34 bilhão - acabou revelando índices de WACC inferiores aos previstos na MP 1300 e na Portaria do MME. Sim, ok, ambos eram divergentes, e, portanto, passíveis de questionamento. O que interessa agora é que já a bola volta para a Aneel, onde as extensões das concessões serão definidas.

Em outra decisão, o TCU, sem maior cerimônia, mandou que o MME faça uma reestruturação na Nuclep. Isso, aquela estatal criada originalmente para fabricar reatores. O prazo é de 360 dias para cumprir a ordem ou então justificar o atual perfil da empresa, o que terminar antes. Na visão do TCU, a Nuclep não está alinhada com os objetivos estratégicos do Brasil. Sem se falar que o controle da custos é considerado ineficiente.  Bem preocupante.

Já para os lados da State Grid é só alegria. O Ibama emitiu a licença prévia para o mega linhão de 1.600 km, que será construído entre Graça Aranha (MA) e Silvânia (GO). A obra é a “menina dos olhos” do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Não é para menos. O projeto, em corrente contínua (800 kV), está orçado em R$ 18 bilhões e deve dar uma boa aliviada no escoamento da energia renovável gerada no Nordeste. Mas, só lá pra 2027/2029, se tudo der certo.

POLÍTICA

O mercado está à base de Rivotril nos últimos dias. Tudo por causa do clima de tensão e incerteza criado em torno dos repetidos adiamentos na instalação da comissão mista que deve analisar a Medida Provisória 1300/2025 no Congresso Nacional. Com prazo de validade até 17 de setembro, a MP, que tem a justiça tarifária e abertura de mercado como alguns dos pontos críticos, enfrenta menos de um mês útil para debate e votação. Entidades como o Inel (Instituto Nacional de Energia Limpa) criticam a falta de tempo hábil, alertando para o risco iminente de caducidade e suas graves consequências. O senador Marcos Rogério (PL-RO) e o presidente do FASE, Mário Menel, também expressam preocupação com a complexidade das quase 600 emendas e a necessidade de mobilização do governo.

CONSUMO E COMPORTAMENTO

Não deu outra. Com Bandeira Amarela, seguida da Bandeira Vermelha Patamar 1, o resultado da inflação no Brasil nos primeiros 7 meses de 2025 só podia dar ruim. Em julho, o IPCA subiu um pouquinho, com registro de 0,26% em relação a 0,24%, em junho. Mas foi a tarifa de energia elétrica que, decididamente desequilibrou a balança no período, segundo análise do IBGE. Com alta de 10,18% no ano, a energia elétrica residencial tem, claro, pesado no bolso das famílias. E pra quem ainda tem alguma dúvida, a Aneel alterou de 3,5% para 6,3% a projeção de efeito médio sobre as tarifas de energia no Brasil.

ENERGIA SOLAR

E apesar da falta de carga e do curtailment comendo solto, o pessoal da energia solar ainda tem o que comemorar.  A fonte acaba de atingir a marca de 60 GW de potência operacional no Brasil. De acordo com balanço da Absolar, o resultado soma geração própria, via pequenos e médios sistemas (42,1 GW), e as grandes usinas (17,9 GW). Assim, a representação na matriz elétrica sobe para 23,5%, consolidando-se como a segunda maior.

DESCRUZAMENTO DE PARTICPAÇÕES

Foco de uma recente operação de descruzamento de participações, entre Copel e Eletrobras, a situação física da usina Colíder (MT-300 MW) é preocupante. A Eletrobras mudou para “Alerta” o nível de segurança da barragem, devido ao rompimento de um dos drenos. Segundo a agência reguladora, não há risco para a estabilidade da estrutura. O nível do reservatório teve que ser rebaixado para uma melhor avaliação da situação. A Eletrobras, atual controladora, informou que essa operação está em curso.

Fonte: Canal Energia

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Credenciada na Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL para trabalhos de apoio ao órgão regulador

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