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O PAPEL DOS SISTEMAS DE ARMAZENAMENTO NA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
20/8/2025
Autores: Nivalde de Castro Igor Barreto Julião
GESEL
As mudanças climáticas suscitadas por ações antrópicas já causaram danos e perdas, em parte, irreversíveis aos ecossistemas, pois estes foram impactados além de sua capacidade de adaptação. Caso não sejam mitigados os impactos e reestruturados os sistemas produtivos, com foco na descarbonização, há consenso de que esse quadro tende a se agravar. Deste modo, são exigidas ações de rápida redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), considerando que a janela de oportunidade para garantir o cumprimento das metas estabelecidas em acordos internacionais é cada vez mais estreita. Nesse contexto, e agravado pela crescente demanda energética propulsionada pelo crescimento populacional, industrialização e eletrificação do consumo, a transição energética tem se tornado mais necessária e estratégica. De maneira geral, o processo de transição energética consiste na substituição progressiva de fontes fósseis por alternativas renováveis, com o objetivo de reduzir as emissões dos GEE e, só assim, combater as mudanças climáticas. Entretanto, esse processo demanda transformações estruturais em toda a cadeia energética e econômica, desde a forma de gerar e distribuir energia até os padrões das cadeias produtivas e de consumo lato sensu. Como ilustrado na Figura 1, a oferta global de eletricidade renovável vem crescendo constantemente, a fim de atender o crescimento de demanda e, em paralelo, reduzir as emissões de GEE. Todavia, a adoção em larga escala dessas novas tecnologias, notadamente das energias eólica e solar, está acompanhada de ingentes desafios, além das questões relacionadas às novas infraestruturas.
1Artigo publicado no Broadcast Energia. Disponível em: ttps://energia.aebroadcast.com.br/tabs/news/747/53186394. Acesso em: 13 de ago. 2025. 2Professor do Instituto de Economia da UFRJ e Coordenador-Geral do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (GESEL-UFRJ). 3Pesquisador Associado do GESEL-UFRJ. Figura 1: Geração global de eletricidade por tipo: 2000-2030. (em TWh) Fonte: IEA (2024).
Em escala mundial, as principais fontes de energia que cresceram nos últimos anos foram as energias solar fotovoltaica e eólica, que detêm como uma das suas principais características a intermitência na geração. Dessa maneira, essas fontes de energia apresentam problemas de "despachabilidade", uma vez que sua potência não pode ser controlada e modulada para atender às necessidades da demanda de energia elétrica, que é, de fato, a variável independente do modelo. Assim, no cenário exposto da transição energética, no qual o sistema elétrico avança cada vez mais em investimentos com base nessas tecnologias, em especial na fonte solar fotovoltaica por conta dos custos supercompetitivos, questiona-se como solucionar os desafios relacionados à sua intermitência. A solução crescente que muitos países vêm adotando é a utilização dos sistemas de armazenamento de energia. Como o nome sugere, esses sistemas são diferentes tecnologias que utilizam mecanismos eletroquímicos, mecânicos, térmicos, entre outros, para armazenar energia. Atualmente, o principal representante dos sistemas de armazenamento são os sistemas eletroquímicos, utilizando baterias. Os Sistemas de Armazenamento de Energia por Baterias (no inglês, Battery Energy Storage System, ou BESS) armazenam energia elétrica sob a forma de energia química para posteriormente reconvertê-la em eletricidade quando necessário. Os BESS são modulares, uma vez que são formados por células eletroquímicas individuais, interconectadas em módulos e packs, que possibilitam atender aos requisitos específicos de tensão e capacidade do sistema elétrico. Ademais, os sistemas de baterias melhoram a eficiência, a resiliência e a sustentabilidade do sistema elétrico, oferecendo controle rápido de potência ativa e reativa em grandes quantidades e sem restrições geográficas. Como ilustra a Figura 2, diferentes tecnologias de baterias podem ser aplicadas para esse fim, entretanto grande parte do mercado é dominado pela tecnologia de íon-lítio devido à sua alta densidade de energia, eficiência, escalabilidade, flexibilidade operacional e, obviamente, custos decrescentes por conta da escalabilidade industrial, comandada pela dinâmica economia chinesa. Apesar de amplamente adotada, essa tecnologia apresenta desafios relativos à operação em altas temperaturas, inclusive com riscos de incêndio, o que demanda um sistema de controle contra superaquecimento. Outras tecnologias também merecem destaque, como as baterias de chumbo-ácido, de íon-sódio e de fluxo redox.
As baterias de chumbo-ácido, por exemplo, são as tecnologias mais maduras dentre as demais, possuem uma eficiência moderada, utilizam eletrólitos corrosivos e apresentam um impacto ambiental considerável devido à sua composição. Todavia, permanecem viáveis em contextos em que o custo é um fator crítico e o espaço não é uma limitação. Em contrapartida, as baterias de íon-sódio são uma alternativa promissora ao lítio devido à grande abundância e baixo custo do sódio, sendo consideradas ainda opções mais sustentáveis. Contudo, enfrentam desafios significativos em relação à densidade de energia e à estabilidade dos eletrólitos, estando ainda em estágio de desenvolvimento. Por fim, além dessas baterias convencionais, as baterias de fluxo redox também vêm ganhando espaço. Diferentemente das tecnologias citadas anteriormente, esse tipo de conversor eletroquímico apresenta um esquema de armazenamento externo, com a separação física dos eletrólitos (em dois tanques) e da célula eletroquímica. Essa configuração confere uma grande modularidade e escalabilidade à bateria. Essa tecnologia ainda é relativamente recente, mas já apresenta grande perspectivas de crescimento nos próximos anos, em especial pelos investimentos que a China está realizando através da construção de cadeia produtiva, no duplo movimento de atender demanda interna para firmar a segurança e flexibilidade do crescimento das fontes renováveis não despacháveis, bem como para exportação. De maneira similar às baterias convencionais, as baterias de fluxo redox possuem diferentes composições, porém o tipo com maior grau de maturidade são as baterias de fluxo redox de vanádio (VRFBs). As VRFBs são estáveis, não-inflamáveis, com operação otimizada em temperaturas na faixa de 20-35°C, porém apresentam densidade energética inferior às baterias de íon-lítio. Além das tecnologias de armazenamento eletroquímico, outros sistemas são importantes e interessantes. Nesta direção, merece destaque especial os sistemas de armazenamento de energia mecânica das Usinas Hidrelétricas Reversíveis (UHRs), também denominados de Sistema de Armazenamento Hidrelétrico por Bombeamento. Esses sistemas convertem a energia elétrica excedente em energia potencial gravitacional ao bombear água de um reservatório inferior para um superior e, quando necessário, a água é liberada acionando as turbinas e gerando energia como em usinas hidrelétricas convencionais. Nesse tipo de armazenamento, o Brasil detém um potencial de crescimento muito grande e promissor, já que a base do sistema elétrico brasileiro é de usinas hidrelétricas, condição essencial para esta tecnologia, que são interligadas a um dos maiores sistemas de rede de transmissão mundial. As tecnologias de armazenamento aqui apresentadas são maduras e já possuem diversas aplicações reais no mundo, com foco na estabilização da rede, nos serviços ancilares, como regulação de frequência, reserva giratória e suporte de tensão, e na gestão hídrica.
Suas principais vantagens estão associadas à integração de fontes intermitentes no sistema elétrico, permitindo o aproveitamento de excedentes elétricos para o bombeamento e armazenamento, à alta eficiência e à resposta rápida, de modo a conferir maior despachabilidade ao sistema, e a baixos custos de operação, apesar dos altos CAPEX e tempo de construção. Contudo, mesmo já existindo diferentes sistemas passíveis de aplicação, como o armazenamento térmico com as baterias termoquímicas, os sistemas de sal fundido e o armazenamento subterrâneo de calor, a depender de características locais, é necessário destacar os chamados Sistemas Híbridos de Armazenamento de Energia. Esses sistemas são soluções que combinam diferentes tipos de dispositivos de armazenamento de energia, permitindo atender a requisitos de projeto que uma tecnologia isolada não conseguiria, como a otimização de parâmetros técnico-econômicos (massa, potência, energia armazenada e custo), a melhoria da eficiência e vida útil dos componentes. Dentre as possíveis combinações, duas tecnologias ganham proeminência: os supercapacitores e os volantes de inércia (flywheel). Ambas as tecnologias são mais adequadas para aplicações que exigem picos de potência, suavização de flutuações e recuperação de energia. Esses sistemas conferem respostas de curta duração, atendendo às demandas de potência, enquanto sistemas de baterias atuam no armazenamento de energia de longo prazo. De maneira geral, esses sistemas possibilitam otimizar o desempenho e prolongam a vida útil das baterias, assim como oferecem serviços ancilares relativos à qualidade da energia, porém apresentam altos custos de CAPEX. Portanto, e a título de conclusão deste pequeno, objetivo e didático artigo, garantir um futuro energético sustentável exige mais do que ampliar a geração renovável, requerendo, cada vez mais, torná-la estável, confiável e despachável. Nesse contexto, os sistemas de armazenamento são o elo vital e a variável de ajuste entre a intermitência das fontes solar e eólica e a segurança do suprimento elétrico. Ao combinar diferentes tecnologias e integrá-las de forma inteligente à rede, é possível transformar o desafio da variabilidade em uma oportunidade para acelerar a descarbonização e fortalecer a resiliência dos sistemas energéticos brasileiro e global.
Geradores beneficiados pela MP 1212 com a prorrogação adicional do prazo para acesso ao desconto nas tarifas de uso da rede poderão postergar o início de vigência dos Contratos de Uso do Sistema de Transmissão por até 36 meses. Eles terão, no entanto, de pagar um encargo progressivo, que será aplicado a cada mês do período de postergação solicitado pelo empreendedor, segundo resolução aprovada nesta terça-feira (01/07) pela diretoria da Aneel.
>Saiba mais na matéria “Usinas da ‘corrida do ouro’ poderão prorrogar CUST por 36 meses”: https://bit.ly/3TSkZpL
- REAJUSTES TARIFÁRIOS (distribuição)
A Aneel estabeleceu dois critérios para a avaliação do pedido de adiamento de reajustes tarifários pelas distribuidoras. Serão considerados elegíveis ao diferimento total ou parcial de processos com índice inferior a -1,5% ou superior a 12,1%, ou que apresentem diferença entre o resultado do processo atual e a previsão do índice para ano seguinte superior a 13,6%.
>Continue a leitura em “Aneel aprova critérios para diferimento de reajustes tarifários”: https://bit.ly/4lfR1s6
- EVENTOS (CanalEnergia)
Energy TechTALKS 2025 oferecido pela GE Vernova
Data: 3 de julho
Local: Online via Zoom
Horário: 10h
Inscrições: https://bit.ly/ETT-GE-Vernova
Meetup CanalEnergia + GESEL | Baterias: Perspectivas para o Armazenamento de Energia
FRAGMENTOS EXTRAÍDOS DA VOLTS By CANALENERGIA – 165ª edição de 01/07/2025
2/7/2025
EXCLUSIVO
“Esqueça o que se sabe hoje sobre distribuição de energia no Brasil. Além do processo da renovação das concessões em andamento, se tudo o que a MP 1300 promete de fato acontecer, em cerca de cinco anos, as companhias terão um perfil bastante diferente. Essa é a futura realidade que o subeditor Maurício Godoi convida o leitor a explorar na reportagem especial desta semana do CanalEnergia. Com a abertura total do mercado livre no final de 2027, entre outros pontos, as distribuidoras deixarão o modelo de "price cap" para focar na gestão aprimorada das redes e na oferta de diversos serviços, com remuneração via "revenue cap", atrelada à disponibilidade de ativos. A digitalização das infraestruturas em uma década, com a ampla adoção de medidores inteligentes, será fundamental para promover a visibilidade de dados e oferecer maior autonomia do consumidor. A separação entre a comercialização de eletricidade e o serviço de "fio" habilitará as concessionárias a operar como Gestoras de Sistemas de Distribuição (DSO). Adicionalmente, fornecerão serviços de valor agregado, como a gestão de carga para "prosumidores" e o gerenciamento de veículos elétricos.”
ECONOMIA
“Ainda que com fôlego financeiro comprometido e expediente prejudicado, as reuniões públicas da diretoria da Aneel sempre rendem muita notícia. Na última sessão, mesmo com votos favoráveis das relatoras Ludimila Silva e Agnes da Costa, que foram acompanhados pelo diretor Daniel Dana, o diretor Fernando Mosna optou por pedir vistas dos processos que tratam da prorrogação antecipada das concessões da Enel Rio e da Equatorial Pará..
As distribuidoras, aliás, segundo portaria do MME (Ministério de Minas e Energia), terão prazo de dez anos para alcançar metas de digitalização. Entre os objetivos diversos, a ideia é também favorecer a aguardada abertura geral do mercado livre de energia.
Já do lado da transmissão, más notícias para a MEZ Energia. A agência reguladora rejeitou em última instância os recursos apresentados e manteve a recomendação de caducidade de cinco concessões da companhia.”
POLÍTICA
“O bate-boca em torno da libertação de parte dos jabutis embutida na lei do marco das eólicas offshore continua agitando Brasília. A derrubada dos vetos presidenciais pelo Congresso Nacional contribuiu para azedar ainda mais a crise política entre o Executivo e o Legislativo. O governo atacou duramente a decisão dos congressistas, no que foi acompanhado por entidades que partilham a previsão de que as tarifas de energia vão disparar, mas criticado por outras associações que apoiam firmemente a manutenção dos jabutis. O resultado disso tudo é um impasse que há muito não se via. A temperatura esquentou de tal forma que o presidente do Senado falou em “campanha de desinformação”, ao garantir que a contratação compulsória de usinas e a prorrogação do Proinfa não trarão aumento tarifário. Em meio a esse climão, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, admitiu que o fatiamento da proposta de reforma do setor, com a votação em separado das mudanças na tarifa de baixa renda, é uma alternativa para tentar salvar a principal medida da MP 1300.”
CONSUMO E COMPORTAMENTO
“Não deu outra! Como já era de se esperar, a bandeira vermelha patamar 1 contribuiu para que Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apresentasse alta de 0,26% em junho. Foi 0,10% menor que registrado em maio, mas a tarifa de energia estragou a festa. De todos os nove grupos avaliados, sete tiveram alta, sendo Habitação o mais alto com 1,08%. Dos itens que compõem esse grupo, destaque para a conta de luz residencial, principal impacto individual. A Thymos Energia, por falar nisso, calculou o reajuste médio nas tarifas em 2,64% neste ano, com maiores altas nas regiões Sul e Norte.”
ENERGIA EÓLICA
“Mesmo aos trancos e barrancos, o Brasil ultrapassou a Espanha e alcançou 35 GW de capacidade instalada em energia eólica, assumindo a quinta posição no ranking global de geração eólica onshore. O avanço reforça o papel do país com uma das principais potências em energia renovável e abre caminho para a exploração da energia eólica offshore, próxima fronteira do setor. Esse avanço se deve a um conjunto de políticas públicas, programas de incentivo e leilões bem estruturados, segundo avalia Matheus Noronha, Head de Energia Eólica Offshore da ABEEólica.”
ACESSO BÁSICO À ELETRICIDADE
“Quase 92% da população mundial já tem acesso básico à eletricidade, segundo o relatório “Tracking SDG 7: The Energy Progress Report 2025“, divulgado pela Irena e outras entidades como a Agência Internacional de Energia (AIE) e o Banco Mundial. Beleza! Só que, apesar do avanço registrado desde 2022, mais de 666 milhões de pessoas ainda vivem sem energia elétrica, indicando que o ritmo atual é insuficiente para alcançar o acesso universal até 2030, meta estabelecida pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).”
LUTO DA ANEEL
“O bloqueio de R$ 38,6 milhões em recursos da Aneel bate fundo no dia-a-dia da agência. De cara já levou à interrupção de diversos serviços e ainda obrigou a autarquia a readequar o horário de expediente. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, a reunião de diretoria da última terça-feira, foi aberta com uma manifestação da Associação dos Servidores da Aneel (Asea), alertando para os impactos do corte sobre serviços essenciais e da dispensa de 145 profissionais
terceirizados da área de tecnologia da informação. “O clima na agência é de luto,” resumiu o representante da Asea, Benedito Cruz Gomes. A própria entidade também enviou ofício aos ministérios da Fazenda e do Planejamento, solicitando desbloqueio de recursos. O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, por sua vez, solicitou a devolução de servidores cedidos ao MME, à EPE e a Itaipu Binacional. Na lista estão o secretário executivo-adjunto da pasta, Fernando Colli, o secretário de Energia Elétrica, Gentil Nogueira Jr, e o presidente da EPE, Thiago Prado.”
Fonte: VOLTS By CANALENERGIA – 165ª edição de 01/07/2025
FRAGMENTOS EXTRAÍDOS DA VOLTS By CANALENERGIA – 164ª edição de 24/06/2025
1/7/2025
EXCLUSIVO
“Bastante concorrido, deu o que falar o estúdio montado pelo CanalEnergia, lá no ENASE 2025. Pelos microfones comandados pelo subeditor Maurício Godoi, passaram executivos, consultores e especialistas. Rui Chammas, CEO da ISA Brasil, falou sobre como a empresa prepara suas redes elétricas, frente mudanças climáticas. Nessa vibe, Pedro Regoto, meteorologista da Climatempo revelou que o país deve enfrentar uma onda calor por volta de agosto. Já Alexandre Viana, CEO da consultoria Envol, está com um pé atrás com relação a universalização do serviço de energia elétrica no Brasil. Segundo ele, isso dificilmente acontecerá até 2028. Outro Vianna, o Luiz Fernando, VP de Relações Institucionais do Grupo Delta Energia, avisou que a MP 1300 é apenas o início da reestruturação do setor elétrico nacional!
Mudando de assunto, olha só: pequeno só no nome, mas gigante nas iniciativas, o Piauí é um estado sempre à frente quando se trata de pioneirismos. O repórter Pedro Aurélio Teixeira foi conhecer de perto toda essa vibração e é o autor da reportagem especial desta semana do CanalEnergia. Com 6,8 GW de capacidade eólica e solar instalada, o Piauí aposta fortemente no hidrogênio verde, com megaprojetos da Solatio (11 GW) e da Green Energy Park (10,8 GW) no Parnaíba, distante 337 km da capital Teresina. Esses projetos enfrentam desafios de conexão à rede e demandam expansão da transmissão. O governador Rafael Fonteles atua para superar os desafios do "curtailment" e garantir esses investimentos.”
ECONOMIA
“E não é que o CEO da Envol, Alexandre Viana, deve estar com toda a razão. Pelo andar da carruagem, o governo tem pela frente um baita desafio no trabalho de universalização. Pelo menos é o que aponta um novo levantamento do MME sobre o que falta fazer. Cerca de 1,2 milhão de pessoas ainda esperam pelos benefícios do programa Luz para Todos.
Enquanto isso, o negócio é garantir que as distribuidoras continuem executando o seu trabalho. Por isso, na reunião pública da semana passada a Aneel, recomendou ao MME a prorrogação das concessões da RGE Sul e Energisa MS. Na reunião de hoje, o colegiado da agência deve aprovar a recomendação de prorrogação antecipada das concessões de Enel Rio e da Equatorial Pará. A Neoenergia, a propósito, apresentou plano de investimentos da ordem de R$ 952 milhões para Pernambuco. Já a Enel-SP garante que vai destinar R$ 10,4 bilhões para modernizar a rede até 2027.
Do lado da energia não-renovável, mas ainda indispensável, a notícia que bombou na semana é que a produção de gás natural em regime de partilha chegou a 6,36 milhões de m³ por dia em abril. O resultado representa um crescimento de 125,8% em relação a março e foi impulsionado pela melhoria na eficiência operacional do campo de Búzios. E um estudo da EPE (Empresa de Pesquisas Energéticas) afirma que o setor de óleo e gás pode reduzir emissões mesmo aumentando produção. Ambientalistas, certamente, vão ficar atentos a essa previsão.”
POLÍTICA
“Lembra dos jabutis embutidos na Lei 15.097/2025 que consolida as regras para a instalação dos projetos eólicos offshore no Brasil? Pois é, o Congresso Nacional libertou uma boa parte deles, que, por bem, o governo havia trancafiado, temendo impactos tarifários terríveis. Isso aconteceu na terça-feira passada, 17. Entre os vetos rejeitados, voltaram a ganhar vida a contratação de 4,9 GW em PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas), 250 MW provenientes de hidrogênio líquido (a partir de etanol) e 300 MW de eólicas na Região Sul. Além disso, foram prorrogados, por 20 anos, os contratos do Proinfa. Inconformadas, várias entidades do setor imediatamente manifestaram forte preocupação. A Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE) estimou um aumento de R$ 197 bilhões na conta de luz nos próximos 25 anos, o equivalente a 3,5%. A entidade alertou ainda para a potencial inconstitucionalidade e para a questão do aumento da sobreoferta de energia. Já a Abradee também lamentou o impacto nas tarifas, reforçando a “penalização injusta aos consumidores”. Em resposta, o governo federal sinalizou que uma nova Medida Provisória será encaminhada para equalizar esses custos adicionais e evitar repasses à população. Então ficamos assim, a MP 1300 veio com uma engenharia danada para dar uma aliviada na alta das tarifas aos consumidores de baixa renda, mas agora vamos precisar de mais uma MP para tentar evitar contas ainda mais salgadas.”
CONSUMO E COMPORTAMENTO
“E por falar em tarifas, após muitas idas e vindas, a Aneel conseguiu, finalmente, chegar a uma conclusão sobre o reajuste da Light. A diretoria aprovou uma redução média de 1,67%, com efeito médio a ser percebido pelos consumidores de 0,52% na alta tensão e de -2,52% na baixa tensão. Para chegar ao índice final, o colegiado da agência discutiu diferentes propostas, com três pedidos de vistas que atrasaram a aplicação do reajuste previsto originalmente para 15 de março último. Aproveitando o embalo, a Aneel autorizou aumento de 12,4% para a RGE Sul e de 3,6% para Energisa Minas-Rio. E não parou por aí. A Copel fez jus a um reajuste médio de 2,02%.”
LIMPEZA DE PAINEIS SOLARES
“Não são somente os automóveis que têm direito a uma limpeza ecológica que evita o uso de água. A Engie Brasil e a startup Solar Bot desenvolvem um sistema que realiza limpeza a seco de painéis solares. E mais: sem a necessidade de intervenção humana. É tudo automático. Serão investidos R$ 3,56 milhões no projeto iniciado este ano e que conta com previsão de término para outubro de 2026. Lembrando que o acúmulo de sujeira nesses equipamentos pode reduzir a geração de energia em até 15%. Usina limpa, usina saudável!”
TENDÊNCIA DE AUMENTO DE CURTAILMENT
“Ganhos de um lado e perdas do outro lado. Um novo estudo publicado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) mostra tendência de aumento na ocorrência de curtailment por razões energéticas, podendo chegar a representar cerca de 96% do total dos cortes nos próximos ano. Isso, independentemente da capacidade de transmissão do sistema. Se todas as usinas que atualmente possuem CUST (Contrato de Uso do Sistema de Transmissão) efetivamente entrarem em operação, estima-se que o curtailment médio pode representar mais de 10% para os aerogeradores e ultrapassar 20% para as os painéis fotovoltaicos até 2029.”
O SETOR QUER BESS!
“Chegou a hora! Não dá mais para esperar! O mercado está ansioso demais, até porque, como já falamos aqui na Volts, o curtailment vem devorando a receita das empresas de geração renovável. Baterias, já! O risco de adiamento do Leilão de Reserva de Capacidade destinado à contratação de armazenamento de energia levou quatro associações a divulgarem uma carta conjunta destinada ao MME e ao Ministério de Desenvolvimento da Indústria e Comércio. Absae, Absolar, ABGD e ABEEólica entendem que as baterias atribuem confiabilidade, nova capacidade de potência com menor custo global, reduzem perdas no sistema e ampliam o aproveitamento das renováveis. É só vantagem! No texto manifestam sua preocupação com o tema e reforçam a importância de decisões estratégicas que garantam a modernização, segurança e competitividade do setor elétrico nacional.”
Enio Verri: Itaipu é a bateria do sistema: https://bit.ly/4497xnx
“Diretor-geral de Itaipu Binacional acredita em revisão do anexo C ainda esse ano, minimiza fala de secretário norte-americano e quer dar recado de sustentabilidade na COP 30”.
Élbia Gannoum: COP do Brasil será a do engajamento das pessoas: https://bit.ly/3G4XGpL
“A enviada especial para o setor de Energia na COP 30 falou sobre a interlocução entre a sociedade civil nessa que deverá ser conhecida como a COP da implementação”.
Bow-e deve triplicar faturamento e vê abertura de mercado ajudando a GD: https://bit.ly/4nuyrOk
“Depois de crescer 7,51 vezes no primeiro trimestre entendendo ao desafios de comunicação e educação com os clientes, negócio de gestão de créditos de energia do Grupo Bolt prevê expansão mesmo no cenário de sobreoferta de energia”.
Credenciada na Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL para trabalhos de apoio ao órgão regulador
Soluções no Setor Elétrico
Nossa expertise no Setor Elétrico é resultado de diversos projetos executados por nossos profissionais em empresas de Geração, Transmissão, Distribuição e Comercialização.
Auditoria Externa
Nossa auditoria externa combina metodologia global, análise estratégica, expertise no Manual de Contabilidade do Setor Elétrico (MCSE) e foco em normas regulatórias. Oferecemos serviços especializados para geração, transmissão, distribuição e comercialização, com abordagem proativa e relatórios precisos, assegurando qualidade e satisfação aos nossos clientes.
Auditoria Interna
Nossa auditoria interna integra governança e inovação com soluções como outsourcing, criação de comitês e avaliação de riscos. Planejamos e executamos auditorias estratégicas alinhadas ao negócio, utilizando análise de dados e indicadores de desempenho. Reavaliamos estratégias continuamente, garantindo eficiência, valor e melhoria nos processos organizacionais.
Controle Patrimonial
Oferecemos soluções completas em controle patrimonial com inventários, laudos de avaliação, unitização de ativos e gestão de estoques. Nossa equipe multidisciplinar une expertise técnica, contábil e regulatória para atender concessionárias e permissionárias do Setor Elétrico, garantindo precisão, padronização e suporte estratégico em obras e fiscalizações.
Revisão de Processos
Nossa revisão de processos integra confiabilidade, eficiência e melhoria contínua. Abrangemos governança, gestão de riscos e compliance em todos os níveis, com respostas ágeis e custo-efetivo. Atualizamos normas, diagnosticamos falhas e aplicamos as melhores práticas, garantindo controles internos robustos e alinhados às necessidades estratégicas do negócio.
Gestão de Riscos e Controles Internos
Nossa gestão de riscos e controles internos utiliza metodologia COSO-ERM e profissionais certificados para consolidar a baseline de riscos e garantir conformidade com legislações como Sarbanes-Oxley. Atuamos com governança integrada, alinhando estratégias, processos e tecnologia para identificar, avaliar e gerenciar riscos de forma eficiente, promovendo segurança e desempenho organizacional.
Compliance
O processo de Recuperação Judicial é um meio legal para preservação de empresas que, comprovadamente, cumprirem com os requisitos legais, de forma a manter sua função social, estimular a atividade econômica e garantir o pagamento de credores.
Gestão de Contratos
Nossa gestão de contratos abrange diagnóstico completo, avaliação de riscos e identificação de melhorias. Com inventário detalhado, análise de processos e matriz de critérios, aprimoramos controles internos, normas e procedimentos. Utilizamos tecnologia para monitoramento, garantindo eficiência, compliance e suporte estratégico em contratos existentes e futuros.
Centro de Serviços Compartilhados
Nosso Centro de Serviços Compartilhados (CSC) integra equipes, analisa custos e identifica gargalos para propor soluções eficientes. Desenvolvemos planos de centralização personalizados, com cenários estratégicos e cronogramas detalhados. Garantimos execução ágil, acompanhamento contínuo e suporte completo, otimizando serviços e promovendo eficiência operacional.
Revisão Tarifária Periódica – RTP e Base de Remuneração Regulatória – BRR
Com expertise em Revisão Tarifária Periódica (RTP) e Base de Remuneração Regulatória (BRR), oferecemos diagnósticos precisos, mapeamento de riscos e assessoria técnica para validação e ajustes. Atuamos na adequação ao MCPSE e PRORET, suporte em fiscalizações, projeções tarifárias e avaliações patrimoniais, garantindo eficiência, compliance e maximização de retornos para nossos clientes.
CVA e Itens Financeiros / DCF
Gestão e auditoria de itens financeiros e tarifários no setor elétrico, incluindo CVA, DCF, CDE, CCC, PROINFA, encargos setoriais e tarifas de Itaipu e rede básica. Abrange descasamentos tarifários, penalidades, compensações, garantias financeiras, recalculo tarifário e suprimento, promovendo neutralidade e conformidade regulatória.
Auditoria e Assessoria para Obras de Geração, Transmissão e Distribuição
Auditoria e consultoria para obras de geração, transmissão e distribuição no setor elétrico, com equipe multidisciplinar. Atuamos no controle físico-financeiro, gerenciamento de riscos, verificação de requisitos, licenciamento ambiental, segurança, e atendimento legal. Presença em projetos de usinas, linhas e subestações, garantindo eficiência e conformidade.
Programas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação – PDI e Eficiência Energética – PEE
Auditoria e suporte em PDI e PEE, incluindo análise de contratos, notas fiscais, registros contábeis e limites de gastos. Atuação regulatória com revisão de dados enviados à ANEEL, controle financeiro, verificação de saldos e otimização de processos. Foco no cumprimento de obrigações, diagnósticos, indicadores e acompanhamento técnico, contábil e financeiro.
Assessoria especializada na preparação, revisão e auditoria de relatórios socioambientais, alinhados ao padrão GRI e exigências da ANEEL. Experiência com empresas do setor elétrico e suporte na implementação de controles internos, garantindo conformidade e dados completos para sustentabilidade e relato integrado.
Auditoria do Programa Luz Para Todos – PLPT e Programa Mais Luz para a Amazônia - PMLA
Auditoria independente dos Programas Luz Para Todos e Mais Luz para a Amazônia, com foco em conformidade aos manuais de operacionalização. Inclui análise de planilhas, contratos, notas fiscais e registros contábeis, revisão de processos e controle financeiro, garantindo transparência no repasse e aplicação de recursos e na execução de projetos técnicos.
Sistema de Inteligência Analítica do Setor Elétrico - SIASE
Apoio completo para garantir a integridade das informações no SIASE, com validação de dados conforme o Submódulo 10.6 do PRORET, verificação de consistência de descontos tarifários e alinhamento com normativos. Implementação de monitoramento contínuo e geração de relatórios para identificar e corrigir inconsistências de forma proativa.
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