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Veja aqui as informações e notícias mais recentes sobre o setor elétrico. A curadoria do conteúdo é feita por nossos especialistas, considerando a importância do tema para o mercado.

O PAPEL DOS SISTEMAS DE ARMAZENAMENTO NA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

20/8/2025

Autores:
Nivalde de Castro
Igor Barreto Julião

GESEL

As mudanças climáticas suscitadas por ações antrópicas já causaram danos e perdas, em parte, irreversíveis aos ecossistemas, pois estes foram impactados além de sua capacidade de adaptação. Caso não sejam mitigados os impactos e reestruturados os sistemas produtivos, com foco na descarbonização, há consenso de que esse quadro tende a se agravar. Deste modo, são exigidas ações de rápida redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), considerando que a janela de oportunidade para garantir o cumprimento das metas estabelecidas em acordos internacionais é cada vez mais estreita. Nesse contexto, e agravado pela crescente demanda energética propulsionada pelo crescimento populacional, industrialização e eletrificação do consumo, a transição energética tem se tornado mais necessária e estratégica. De maneira geral, o processo de transição energética consiste na substituição progressiva de fontes fósseis por alternativas renováveis, com o objetivo de reduzir as emissões dos GEE e, só assim, combater as mudanças climáticas. Entretanto, esse processo demanda transformações estruturais em toda a cadeia energética e econômica, desde a forma de gerar e distribuir energia até os padrões das cadeias produtivas e de consumo lato sensu. Como ilustrado na Figura 1, a oferta global de eletricidade renovável vem crescendo constantemente, a fim de atender o crescimento de demanda e, em paralelo, reduzir as emissões de GEE. Todavia, a adoção em larga escala dessas novas tecnologias, notadamente das energias eólica e solar, está acompanhada de ingentes desafios, além das questões relacionadas às novas infraestruturas.

1Artigo publicado no Broadcast Energia. Disponível em: ttps://energia.aebroadcast.com.br/tabs/news/747/53186394. Acesso em: 13 de ago. 2025. 2Professor do Instituto de Economia da UFRJ e Coordenador-Geral do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (GESEL-UFRJ). 3Pesquisador Associado do GESEL-UFRJ. Figura 1: Geração global de eletricidade por tipo: 2000-2030. (em TWh) Fonte: IEA (2024).

Em escala mundial, as principais fontes de energia que cresceram nos últimos anos foram as energias solar fotovoltaica e eólica, que detêm como uma das suas principais características a intermitência na geração. Dessa maneira, essas fontes de energia apresentam problemas de "despachabilidade", uma vez que sua potência não pode ser controlada e modulada para atender às necessidades da demanda de energia elétrica, que é, de fato, a variável independente do modelo. Assim, no cenário exposto da transição energética, no qual o sistema elétrico avança cada vez mais em investimentos com base nessas tecnologias, em especial na fonte solar fotovoltaica por conta dos custos supercompetitivos, questiona-se como solucionar os desafios relacionados à sua intermitência. A solução crescente que muitos países vêm adotando é a utilização dos sistemas de armazenamento de energia. Como o nome sugere, esses sistemas são diferentes tecnologias que utilizam mecanismos eletroquímicos, mecânicos, térmicos, entre outros, para armazenar energia. Atualmente, o principal representante dos sistemas de armazenamento são os sistemas eletroquímicos, utilizando baterias. Os Sistemas de Armazenamento de Energia por Baterias (no inglês, Battery Energy Storage System, ou BESS) armazenam energia elétrica sob a forma de energia química para posteriormente reconvertê-la em eletricidade quando necessário. Os BESS são modulares, uma vez que são formados por células eletroquímicas individuais, interconectadas em módulos e packs, que possibilitam atender aos requisitos específicos de tensão e capacidade do sistema elétrico. Ademais, os sistemas de baterias melhoram a eficiência, a resiliência e a sustentabilidade do sistema elétrico, oferecendo controle rápido de potência ativa e reativa em grandes quantidades e sem restrições geográficas. Como ilustra a Figura 2, diferentes tecnologias de baterias podem ser aplicadas para esse fim, entretanto grande parte do mercado é dominado pela tecnologia de íon-lítio devido à sua alta densidade de energia, eficiência, escalabilidade, flexibilidade operacional e, obviamente, custos decrescentes por conta da escalabilidade industrial, comandada pela dinâmica economia chinesa. Apesar de amplamente adotada, essa tecnologia apresenta desafios relativos à operação em altas temperaturas, inclusive com riscos de incêndio, o que demanda um sistema de controle contra superaquecimento. Outras tecnologias também merecem destaque, como as baterias de chumbo-ácido, de íon-sódio e de fluxo redox.

As baterias de chumbo-ácido, por exemplo, são as tecnologias mais maduras dentre as demais, possuem uma eficiência moderada, utilizam eletrólitos corrosivos e apresentam um impacto ambiental considerável devido à sua composição. Todavia, permanecem viáveis em contextos em que o custo é um fator crítico e o espaço não é uma limitação. Em contrapartida, as baterias de íon-sódio são uma alternativa promissora ao lítio devido à grande abundância e baixo custo do sódio, sendo consideradas ainda opções mais sustentáveis. Contudo, enfrentam desafios significativos em relação à densidade de energia e à estabilidade dos eletrólitos, estando ainda em estágio de desenvolvimento. Por fim, além dessas baterias convencionais, as baterias de fluxo redox também vêm ganhando espaço. Diferentemente das tecnologias citadas anteriormente, esse tipo de conversor eletroquímico apresenta um esquema de armazenamento externo, com a separação física dos eletrólitos (em dois tanques) e da célula eletroquímica. Essa configuração confere uma grande modularidade e escalabilidade à bateria. Essa tecnologia ainda é relativamente recente, mas já apresenta grande perspectivas de crescimento nos próximos anos, em especial pelos investimentos que a China está realizando através da construção de cadeia produtiva, no duplo movimento de atender demanda interna para firmar a segurança e flexibilidade do crescimento das fontes renováveis não despacháveis, bem como para exportação. De maneira similar às baterias convencionais, as baterias de fluxo redox possuem diferentes composições, porém o tipo com maior grau de maturidade são as baterias de fluxo redox de vanádio (VRFBs). As VRFBs são estáveis, não-inflamáveis, com operação otimizada em temperaturas na faixa de 20-35°C, porém apresentam densidade energética inferior às baterias de íon-lítio. Além das tecnologias de armazenamento eletroquímico, outros sistemas são importantes e interessantes. Nesta direção, merece destaque especial os sistemas de armazenamento de energia mecânica das Usinas Hidrelétricas Reversíveis (UHRs), também denominados de Sistema de Armazenamento Hidrelétrico por Bombeamento. Esses sistemas convertem a energia elétrica excedente em energia potencial gravitacional ao bombear água de um reservatório inferior para um superior e, quando necessário, a água é liberada acionando as turbinas e gerando energia como em usinas hidrelétricas convencionais. Nesse tipo de armazenamento, o Brasil detém um potencial de crescimento muito grande e promissor, já que a base do sistema elétrico brasileiro é de usinas hidrelétricas, condição essencial para esta tecnologia, que são interligadas a um dos maiores sistemas de rede de transmissão mundial. As tecnologias de armazenamento aqui apresentadas são maduras e já possuem diversas aplicações reais no mundo, com foco na estabilização da rede, nos serviços ancilares, como regulação de frequência, reserva giratória e suporte de tensão, e na gestão hídrica.

Suas principais vantagens estão associadas à integração de fontes intermitentes no sistema elétrico, permitindo o aproveitamento de excedentes elétricos para o bombeamento e armazenamento, à alta eficiência e à resposta rápida, de modo a conferir maior despachabilidade ao sistema, e a baixos custos de operação, apesar dos altos CAPEX e tempo de construção. Contudo, mesmo já existindo diferentes sistemas passíveis de aplicação, como o armazenamento térmico com as baterias termoquímicas, os sistemas de sal fundido e o armazenamento subterrâneo de calor, a depender de características locais, é necessário destacar os chamados Sistemas Híbridos de Armazenamento de Energia. Esses sistemas são soluções que combinam diferentes tipos de dispositivos de armazenamento de energia, permitindo atender a requisitos de projeto que uma tecnologia isolada não conseguiria, como a otimização de parâmetros técnico-econômicos (massa, potência, energia armazenada e custo), a melhoria da eficiência e vida útil dos componentes. Dentre as possíveis combinações, duas tecnologias ganham proeminência: os supercapacitores e os volantes de inércia (flywheel). Ambas as tecnologias são mais adequadas para aplicações que exigem picos de potência, suavização de flutuações e recuperação de energia. Esses sistemas conferem respostas de curta duração, atendendo às demandas de potência, enquanto sistemas de baterias atuam no armazenamento de energia de longo prazo. De maneira geral, esses sistemas possibilitam otimizar o desempenho e prolongam a vida útil das baterias, assim como oferecem serviços ancilares relativos à qualidade da energia, porém apresentam altos custos de CAPEX. Portanto, e a título de conclusão deste pequeno, objetivo e didático artigo, garantir um futuro energético sustentável exige mais do que ampliar a geração renovável, requerendo, cada vez mais, torná-la estável, confiável e despachável. Nesse contexto, os sistemas de armazenamento são o elo vital e a variável de ajuste entre a intermitência das fontes solar e eólica e a segurança do suprimento elétrico. Ao combinar diferentes tecnologias e integrá-las de forma inteligente à rede, é possível transformar o desafio da variabilidade em uma oportunidade para acelerar a descarbonização e fortalecer a resiliência dos sistemas energéticos brasileiro e global.

OUTRAS NOTÍCIAS DE HOJE

5/2/2025

Aneel vai repassar R$ 570 mi à Amazonas Energia: https://bit.ly/3ErvzzN

“Valor será pago em parcela única, após determinação da Justiça Federal no Amazonas”.

Petrobras: Venda de gás cai e de energia sobe no 4º trimestre: https://bit.ly/3Q722ha

“Queda de 4% do insumo e aumento de 24,3% na eletricidade são comparadas com o mesmo período de 2023”.

Carga fecha dezembro com recuo de 0,8%: https://bit.ly/4hB4FUm

“Acumulado do ano apresenta elevação de 5,7%, aponta ONS”.

Fonte: Canal Energia

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BATERIAS (expansão)

5/2/2025

Estudo da consultoria americana Oliver Wyman prevê que o armazenamento de energias em sistemas de baterias poderá movimentar cerca de US$ 450 milhões já no primeiro leilão do segmento, previsto para acontecer no segundo semestre. De acordo com o estudo, o movimento é uma tendência global e a demanda por baterias para armazenagem de energia deve avançar cinco vezes até 2030, devendo girar cerca de US$ 148 bilhões em investimentos no período, segundo a consultoria global.

> Continue a leitura na matéria “Leilão de Armazenamento poderá movimentar US$ 450 milhões, aponta consultoria”: https://bit.ly/4137bNQ

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TARIFA DE ITAIPU (geração)

5/2/2025

A diretoria da Aneel deu prazo adicional de 15 dias para que o Ministério de Minas e Energia e a Enbpar apresentem uma solução concreta que viabilize a manutenção da tarifa de repasse de Itaipu no patamar atual, sem custo extra para o consumidor brasileiro. A estatal estimou um saldo negativo na Conta de Comercialização da usina de aproximadamente R$ 333 milhões ao final de 2024, o que pode levar a um acréscimo tarifário da ordem de US$ 120,9 milhões, com impacto estimado de 5,99% sobre a tarifa de repasse em dólar, além de impactar a inflação medida pelo IPCA.

> Saiba mais na notícia “Aneel pede solução do MME para evitar impacto de 6% na tarifa de Itaipu”: https://bit.ly/3Q6pueu

> Sobre o mesmo assunto, leia também “Aneel sugere uso do bônus de Itaipu para cobrir déficit na conta da usina”: https://bit.ly/4hmPQF3

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FRAGMENTOS EXTRAÍDOS DA 145ª EDIÇÃO, DA VOLTS BY CANALENERGIA – 04/02/2025

4/2/2025

Comentário de Alexandre Canazio

(...). “Sob nova direção, com presidentes recém-eleitos, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal retomam os trabalhos, com uma lista de vários projetos críticos para o setor de energia. Entre os quais, o recém-sancionado marco legal das eólicas offshore. O suspense todo gira em torno da possibilidade de os parlamentares reverterem – ou não – os vetos do presidente Lula à rumorosa família de jabutis que estava embutida no texto original da lei. (...).

(...). Trecho da interligação da hidrelétrica Belo Monte à região Sudeste foi atingida por uma forte tempestade, que resultou na queda de várias torres. O pessoal do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) fez das tripas coração para resolver mais esse desafio. (...).

Já na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a segunda reunião de diretoria do ano, realizada em 28 de fevereiro, foi marcada pela estreia da diretora interina, Ludimila Silva. Ela ocupa a vaga de Helvio Guerra, que deixou o colegiado do órgão regulador há cerca de oito meses. A nova integrante segue no cargo por 180 dias. A chegada de Ludimila foi celebrada pelo mercado, porque destravou diversos processos que estavam emperrados por falta de consenso.

Mas, bacana mesmo foi o primeiro MeetUp do ano realizado pela comunidade CanalEnergia. Sucesso total de audiência! Também, pudera, com um tema “da hora” e um time de especialistas de primeira linha, não tinha como ser diferente. A conclusão é que a reforma tributária e o setor elétrico nacional têm mais implicações do que podemos imaginar. (...).

Alexandre Canazio

Editor-chefe do Canal Energia

AGENDA DA SEMANA

Terça - 04/02

A 3ª reunião pública ordinária da diretoria da Aneel do ano de 2025, com início às 9h, em Brasília, tem em pauta 8 processos listados para potenciais debates e deliberações, entre os quais destacamos: Proposta de abertura de Consulta Pública destinada a colher subsídios e informações adicionais para a Revisão Tarifária Periódica de 2025 da Neoenergia Pernambuco; Proposta de abertura de Consulta Pública com destinada a colher subsídios e informações adicionais para a metodologia para análise do máximo esforço das transmissoras na cobrança de valores referentes aos encargos rescisórios dos Contratos de Uso do Sistema de Transmissão (CUST); Resultado da primeira fase e proposta de abertura da segunda fase da Consulta Pública nº 8/2024, destinada a colher subsídios e informações adicionais para o aprimoramento da minuta de Resolução Normativa voltada para a implementação de ações para aumentar a satisfação do consumidor com a prestação dos serviços de distribuição de energia elétrica; Resultado da Consulta Pública nº 28/2024, destinada a colher subsídios e informações adicionais para o aprimoramento do tratamento regulatório específico para os empreendimentos abarcados pela Medida Provisória nº 1.212/2024, no que diz respeito à postergação dos Contratos de Uso do Sistema de Transmissão (CUSTs) por período superior a 12 meses; Requerimento Administrativo protocolado pela Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) com vistas à dilação de prazo constante do Despacho nº 3.746/2024;

Agrupados em bloco, para aprovação, estão listados 54 outros processos, entre os quais destacamos: Recurso Administrativo interposto pela Azulão Geração de Energia em face do Auto de Infração nº 4/2023, que aplicou penalidade de multa em decorrência de não conformidades registradas em ação fiscalizadora na Usina Termelétrica Jaguatirica II; Administrativo interposto pela Âmbar Uruguaiana, em face do Despacho nº 2.586/2024, que suspendeu a operação comercial da unidade geradora UG 1 da Usina Termelétrica Candiota II; Pedido de Impugnação apresentado pela Aliança Geração de Energia, em face de decisão da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em sua 1.333ª Reunião, referente ao Termo de Notificação nº CCEE06659/2021; Prorrogação do prazo de pedido de vista referente ao Requerimento Administrativo protocolado pela Marlim Azul Energia, com vistas ao reconhecimento de excludente de responsabilidade e de alteração de cronograma referente à implantação da Usina Termelétrica Marlim Azul, localizada no município de Macaé, estado do Rio de Janeiro.

Quarta – 05/02

- 1º dia do EnergYear Brazil 2025, realização EnergYear & Technology | Networking & Events, no Sheraton São Paulo WTC Hotel, em São Paulo (SP);

-2º dia e último dia do EnergYear Brazil 2025, realização EnergYear & Technology | Networking & Events, no Sheraton São Paulo WTC Hotel, em São Paulo (SP);

Quinta – 06/02

- Primeira sessão da reunião de trabalho da PMO (Programação Mensal de Operação Energética), referente à semana que vai de 08/02 a 14/02, no ONS;

Sexta – 07/02

- G20 nas naves – “Geração de Energia e Consumo Consciente: Práticas Sustentáveis e Acessíveis para o Dia-a-Dia”, realização Nave Padre      Miguel, Rio de Janeiro (RJ);

- Previsão de divulgação do resultado do 4º trimestre de 2024 da companhia São Martinho.

- Segunda sessão da reunião de trabalho da PMO no ONS;

MEETUP DE 2025

(...), o primeiro MeetUp de 2025 foi show! Tema quente e participação massiva da comunidade garantiram o sucesso do evento. Aconteceu na última sexta-feira, 31, com participação de Leonardo Battilana, sócio da Veirano Advogados, e Anna Mattioli, Head de Tributação do Grupo EDP. A mediação ficou a cargo de Wagner Ferreira, do Caputo, Bastos e Serra Advogados.

Em pauta, a reforma tributária no setor elétrico gerou uma animada troca de informações, enriquecendo o conhecimento de todos. Os especialistas apontaram que a reforma, embora não seja perfeita, visa simplificar o sistema tributário e reduzir litígios. Um dos pontos principais é como realizar a revisão dos contratos regulados, dada a complexidade da cadeia produtiva do setor. A questão da precificação e os diferentes regimes de faturamento durante a transição foram apontados como algumas das preocupações centrais das empresas. Para quem ainda está se familiarizando, a reforma reorganiza os impostos sobre o consumo, substituindo os cinco tributos atuais pelo Imposto sobre Valor Agregado (IVA) de “natureza dual”, com uma parte administrada pela União (CBS) e outra por estados e municípios (IBS). Por isso, há dúvidas, por exemplo, quanto ao estorno de créditos de impostos sobre perdas de energia e a exclusão de encargos setoriais da base de cálculo do IBS e da CBS.

A reforma ainda traz mudanças no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi). Apesar dos desafios, a boa notícia é que as mudanças podem trazer benefícios para o setor elétrico, como a maior compensação dos tributos pagos nas cadeias anteriores.

ECONOMIA

A gente começa a retrospectiva da semana que passou com um alerta importante:  o Ministério de Minas e Energia (MME) alterou a Portaria Normativa GM/MME nº 92, que trata do Leilão de Sistemas Isolados. Agora o prazo para o protocolo dos pedidos de cadastramento, com a respectiva entrega de documentos, será até as 12 horas de 28 de fevereiro. Feito o aviso, vale lembrar que o finalzinho de janeiro foi marcado por um susto daqueles! No dia 22, vieram abaixo algumas torres de um trecho do bipolo de corrente contínua que traz energia da hidrelétrica Belo Monte até o Sudeste. Foi por causa de uma tempestade e isso limitou a transferência entre as regiões. Felizmente o ONS contornou rapidamente essa emergência e o abastecimento não foi prejudicado. A XRTE, operadora do bipolo, informou que até amanhã, dia 5 de fevereiro, o reparo deve estar concluído. Passando agora a um dos nossos assuntos mais recorrentes, sim, claro, a fonte solar continua bem cotada. Atingimos a marca de 53 GW de potência instalada operacional no Brasil, segundo balanço da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

E quem também está com um plano de investimento pesado é a Eletrobras. A ex-estatal informou que irá investir R$ 221 milhões em ativos localizados em Mato Grosso e Bahia. E essa iniciativa não é sem tempo, porque a EPE informou que o Mato Grosso, em especial, está precisando “pra ontem” de importantes reforços em instalações de transmissão. Coisa de uns R$ 370 milhões. Ainda sobre desembolsos, a GranBio, junto com parceiros, anunciou que investirá, nada mais, nada menos do que R$ 1,5 bi para produzir biocombustíveis sustentáveis em Alagoas. De volta ao setor elétrico, a consultoria Greener, em mais um estudo revelador, aponta que as soluções que envolvem baterias e armazenamento deverão acelerar em 2025, com outros modelos de negócios sendo incentivados. Outro estudo, desta vez da TR Soluções, também veio a público com novas informações bem bacanas. Segundo a empresa, os consumidores que migrarem para o mercado livre em 2025 devem obter uma economia ainda maior nos custos médios de energia, em comparação com o ano anterior. É isso. Não falta otimismo no setor, apesar dos desafios diários.

POLÍTICA

Estava tudo no limbo, meio que perdido na passagem de 2024 para 2025. Mas eis que o assunto emerge de novo. Sim, estamos falando do “encantado” processo de transferência da distribuidora Amazonas Energia para os domínios da Âmbar Energia, do grupo JBS. A novidade é que a juíza da 1ª Vara Cível da Justiça Federal no Amazonas, Jaiza Fraxe, rejeitou recurso apresentado pela Aneel e manteve a prorrogação, por mais 60 dias, do prazo para a mudança de controle da concessionária. A data limite expira agora, em fevereiro. Dá-lhe suspense! E quem não se saiu bem nessa história foi a Companhia de Gás do Amazonas (Cigás). A empresa também se achou no direito de questionar o processo. Só que juíza a condenou ao pagamento de multa. O motivo foi litigância de má-fé, por “haver faltado com a verdade ao afirmar não ter sido intimada regularmente acerca de decisão judicial” proferida no ano passado. E por falar na Âmbar Energia, outra história complicada que parecia sem fim, chegou a um desenlace positivo, digamos. Rola pra cá, rola pra lá, e a Aneel decidiu extinguir todos os processos administrativos envolvendo as usinas térmicas da controlada do grupo JBS, que foram contratadas durante a crise hídrica de 2021. A decisão foi aprovada no mesmo dia em que a Âmbar fez o pagamento de R$ 1,1 bilhão em multas aplicadas pela agência reguladora e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), por descumprimentos contratuais.

CONSUMO E COMPORTAMENTO

(...) a Aneel confirmou a continuidade da bandeira verde em fevereiro. O volume de chuvas e as boas condições dos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas garantem essa boa notícia. Não vamos precisar pagar nada a mais. Agora, como apontamos recentemente aqui na Volts, tá “assim” de gente querendo arrumar um jeito de dar um corte bacana no custo da conta de luz. Quem confirma é a consultoria Bube. Estudo da empresa mostra que em 2024, 80% brasileiros entrevistados sentiram o pesado impacto financeiro imposto pelo mercado cativo. E como a previsão para 2025 ainda não é nada favorável, diante dessa realidade muitos estão de olho em alternativas para aliviar o orçamento. Entre as estratégias tem um pessoal pensando na compra de eletrodomésticos mais eficientes (25%). Mas há uma parcela importante sonhando em aderir à energia solar (22%), entre outras possibilidades. (...).

PERSPECTVAS DO GÁS NO RIO 2024-2025

(...) a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) acaba de lançar a sétima edição do levantamento “Perspectivas do Gás no Rio 2024-2025”. Vale o registro porque as novidades são boas. Entre outras notícias positivas, o estudo destaca que as reservas provadas nacionais cresceram 46% em 2023, a partir de campos em águas fluminenses. O Rio representa agora 72% das reservas nacionais. Ou seja, dos 517 bilhões/m³ estimados no país, 372 bilhões/m³ estão por lá. Em novo recorde, o Rio representa ainda 74% da produção de gás natural no país! (...) a Petrobras anunciou que atingiu todas as metas de produção estabelecidas em seu Plano Estratégico 2024-2028+, dentro do intervalo de ±4%. Energia limpa é o alvo mundial, mas, convenhamos, é preciso valorizar também a riqueza fóssil nacional.

TANSIÇÃO ENERGÉTICA

A propósito de transição energética, há um clima de atenção para os lados da produção mundial de hidrogênio verde. De acordo com um relatório divulgado pela GlobalData, a demanda pelo combustível não estaria acompanhando a oferta, que vem aumentando pra valer. Para se ter uma ideia, cerca de 83% da capacidade de hidrogênio de baixo carbono que entrará em operação até 2030 deve vir de usinas de hidrogênio verde. Paradoxalmente, pelo que se prevê no momento, o consumo da indústria de O&G continuará sendo o principal impulsionador do hidrogênio no futuro. Isso porque o produto tem sido consumido pelas petroleiras como uma espécie de reagente nos processos utilizados pelo setor e também como matéria-prima na área petroquímica. (...).”

Fonte: 145ª EDIÇÃO, DA VOLTS BY CANALENERGIA – 04/02/2025

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OUTRAS NOTÍCIAS DE HOJE

4/2/2025

Eletrobras é autorizada a assumir controle da UHE Três Irmãos: https://bit.ly/4jGIopX

“Operação terá que ser concluída em 120 dias, segundo despacho publicado pela Aneel”.

UHE São Simão será ampliada em 310,5 MW para o LRCAP: https://bit.ly/40Yw3WR

“Usina localizada entre Minas e Goiás terá uma unidade geradora adicional”.

Wartsila elogia mudanças em LRCAP: https://bit.ly/411bFo0

“Para empresa, alterações permitirão oportunidade única para integrar flexibilidade ao sistema”.

Fonte: Canal Energia

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Credenciada na Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL para trabalhos de apoio ao órgão regulador

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