“O nível dos reservatórios das hidrelétricas veio minguando aos poucos, mas o que surpreendeu mesmo foi o avanço veloz das queimadas espalhadas por boa parte do Brasil. Fogo sob linhas de transmissão é encrenca na certa.
E ao que tudo indica, esse pode ter sido um dos principais causadores do apagão que atingiu o sistema elétrico Acre/Rondônia e que, mais recentemente, deixou Roraima às escuras, pela enésima vez. Pelo sim, pelo não, o fato é que as redes estão sendo mais solicitadas devido ao calor intenso de um inverno incomum. A capital paulista e Guarulhos amargaram um desligamento de grandes proporções ao entardecer do penúltimo sábado, dia 31.
E por falar em linhas de transmissão de energia, está confirmado! Vamos ter um segundo leilão neste mês. Está agendado para o dia 27. A diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), superando o período marcado pelo movimento dos servidores por melhores condições de trabalho, conseguiu aprovar o edital a tempo de permitir a realização do certame na data originalmente prevista.
Correndo por fora, ainda tivemos o lançamento do Programa Nacional de Transição Energética, que chamou a atenção dos especialistas, aliás, por colocar um foco maior em gás de cozinha (GLP), gás natural e petróleo. O anúncio deu o que falar. Agradou o pessoal da indústria, já que o objetivo da iniciativa também é baratear o gás natural, mas pegou mal na indústria exploradora de combustíveis fósseis, que enxergam perdas consideráveis pela frente.
32ª reunião pública ordinária do ano de 2024 da diretoria da Aneel, destaques:
- Proposta de abertura de Consulta Pública destinada a colher subsídios e e informações adicionais par o estabelecimento das condições necessárias a transferência do controle societário nos termos do art. 2º da Medida Provisória nº 1.232/2024;
- Proposta de abertura de Consulta Pública destinada a colher subsídios e informações adicionais para conversão dos contratos originais em Contratos de Energia de Reserva (CER), nos termos do art. 1º da Medida Provisória nº 1.232/2024;
- Proposta de abertura de Consulta Pública destinada a colher subsídios para regulamentação das quotas extraordinárias dos recebíveis da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) cedidos e definição do fluxo de destinação dos recursos da CDE para as contas de escassez hídrica e Covid, de que tratam os artigos 6º e 7º da Portaria Interministerial MME/MF nº 1/2024.
Se alguém ainda estava com alguma dúvida sobre o cenário de abastecimento de energia elétrica no Brasil no curto prazo, a resposta definitiva veio com bandeira vermelha 2 ‘decretada’ pela Aneel. (...). O comportamento do PLD (Preço da Liquidação das Diferenças), referência para o mercado livre, deu sinais, embora pontuais, de algo não estava lá muito bem.
Vai doer no bolso e pesar no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de setembro. Aliás, em agosto, o IPCA-15 até que teve um comportamento mais ou menos camarada, fechando em 0,19%, justamente porque também o retorno da bandeira verde. Mas o cenário agora piorou. A previsão de chuvas abaixo da média, com expectativa de afluência nos reservatórios das hidrelétricas cerca de 50% abaixo da média, não teve como a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) não adotar a bandeira vermelha 2.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deve apresentar o estudo final sobre a usina inacabada de Angra 3. (...). A decisão final sobre se a obra vai ou não ser concluída é responsabilidade do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética).
Quando a Alupar resolve disputar leilões de sistemas de transmissão em países da América do Sul, a concorrência respira fundo. A empresa que há muito desenvolve várias operações no Brasil, venceu mais um certame, desta vez no Peru, onde arrematou cinco projetos de uma vez.
A grave situação financeira da Amazonas Energia se deve em grande parte, segundo apontam analistas e o próprio MME (Ministério de Minas e Energia), à falta de experiência da Oliveira Energia, atual controlador da companhia, na gestão de empresas de distribuição de energia elétrica. Por isso, o governo está empenhado em encontrar uma solução rápida para essa concessão eternamente problemática, antes que seja tarde demais. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, alertou recentemente que uma eventual intervenção custaria R$ 4 bilhões aos cofres públicos – leia-se contribuintes e consumidores de energia elétrica do mercado regulado. Acontece que a saída proposta, compreendendo uma triangulação com a Âmbar Energia, que daria também solução para usinas térmicas da empresa envolvidas no malfadado PCS (Procedimento Competitivo Simplificado), tende voltar a estaca zero. A área técnica da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) já está avisando que a empresa do Grupo JBS também não tem experiência anterior no ramo de distribuição de energia, o que a desqualificaria nesse processo.”
Fonte: Volts By Canal Energia