News Portal about the
Electrical Sector

See here for the information and tidings latest about the electricity sector. The content is curated by our specialists, considering the importance of the topic for the market.

O PAPEL DOS SISTEMAS DE ARMAZENAMENTO NA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

20/8/2025

Autores:
Nivalde de Castro
Igor Barreto Julião

GESEL

As mudanças climáticas suscitadas por ações antrópicas já causaram danos e perdas, em parte, irreversíveis aos ecossistemas, pois estes foram impactados além de sua capacidade de adaptação. Caso não sejam mitigados os impactos e reestruturados os sistemas produtivos, com foco na descarbonização, há consenso de que esse quadro tende a se agravar. Deste modo, são exigidas ações de rápida redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), considerando que a janela de oportunidade para garantir o cumprimento das metas estabelecidas em acordos internacionais é cada vez mais estreita. Nesse contexto, e agravado pela crescente demanda energética propulsionada pelo crescimento populacional, industrialização e eletrificação do consumo, a transição energética tem se tornado mais necessária e estratégica. De maneira geral, o processo de transição energética consiste na substituição progressiva de fontes fósseis por alternativas renováveis, com o objetivo de reduzir as emissões dos GEE e, só assim, combater as mudanças climáticas. Entretanto, esse processo demanda transformações estruturais em toda a cadeia energética e econômica, desde a forma de gerar e distribuir energia até os padrões das cadeias produtivas e de consumo lato sensu. Como ilustrado na Figura 1, a oferta global de eletricidade renovável vem crescendo constantemente, a fim de atender o crescimento de demanda e, em paralelo, reduzir as emissões de GEE. Todavia, a adoção em larga escala dessas novas tecnologias, notadamente das energias eólica e solar, está acompanhada de ingentes desafios, além das questões relacionadas às novas infraestruturas.

1Artigo publicado no Broadcast Energia. Disponível em: ttps://energia.aebroadcast.com.br/tabs/news/747/53186394. Acesso em: 13 de ago. 2025. 2Professor do Instituto de Economia da UFRJ e Coordenador-Geral do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (GESEL-UFRJ). 3Pesquisador Associado do GESEL-UFRJ. Figura 1: Geração global de eletricidade por tipo: 2000-2030. (em TWh) Fonte: IEA (2024).

Em escala mundial, as principais fontes de energia que cresceram nos últimos anos foram as energias solar fotovoltaica e eólica, que detêm como uma das suas principais características a intermitência na geração. Dessa maneira, essas fontes de energia apresentam problemas de "despachabilidade", uma vez que sua potência não pode ser controlada e modulada para atender às necessidades da demanda de energia elétrica, que é, de fato, a variável independente do modelo. Assim, no cenário exposto da transição energética, no qual o sistema elétrico avança cada vez mais em investimentos com base nessas tecnologias, em especial na fonte solar fotovoltaica por conta dos custos supercompetitivos, questiona-se como solucionar os desafios relacionados à sua intermitência. A solução crescente que muitos países vêm adotando é a utilização dos sistemas de armazenamento de energia. Como o nome sugere, esses sistemas são diferentes tecnologias que utilizam mecanismos eletroquímicos, mecânicos, térmicos, entre outros, para armazenar energia. Atualmente, o principal representante dos sistemas de armazenamento são os sistemas eletroquímicos, utilizando baterias. Os Sistemas de Armazenamento de Energia por Baterias (no inglês, Battery Energy Storage System, ou BESS) armazenam energia elétrica sob a forma de energia química para posteriormente reconvertê-la em eletricidade quando necessário. Os BESS são modulares, uma vez que são formados por células eletroquímicas individuais, interconectadas em módulos e packs, que possibilitam atender aos requisitos específicos de tensão e capacidade do sistema elétrico. Ademais, os sistemas de baterias melhoram a eficiência, a resiliência e a sustentabilidade do sistema elétrico, oferecendo controle rápido de potência ativa e reativa em grandes quantidades e sem restrições geográficas. Como ilustra a Figura 2, diferentes tecnologias de baterias podem ser aplicadas para esse fim, entretanto grande parte do mercado é dominado pela tecnologia de íon-lítio devido à sua alta densidade de energia, eficiência, escalabilidade, flexibilidade operacional e, obviamente, custos decrescentes por conta da escalabilidade industrial, comandada pela dinâmica economia chinesa. Apesar de amplamente adotada, essa tecnologia apresenta desafios relativos à operação em altas temperaturas, inclusive com riscos de incêndio, o que demanda um sistema de controle contra superaquecimento. Outras tecnologias também merecem destaque, como as baterias de chumbo-ácido, de íon-sódio e de fluxo redox.

As baterias de chumbo-ácido, por exemplo, são as tecnologias mais maduras dentre as demais, possuem uma eficiência moderada, utilizam eletrólitos corrosivos e apresentam um impacto ambiental considerável devido à sua composição. Todavia, permanecem viáveis em contextos em que o custo é um fator crítico e o espaço não é uma limitação. Em contrapartida, as baterias de íon-sódio são uma alternativa promissora ao lítio devido à grande abundância e baixo custo do sódio, sendo consideradas ainda opções mais sustentáveis. Contudo, enfrentam desafios significativos em relação à densidade de energia e à estabilidade dos eletrólitos, estando ainda em estágio de desenvolvimento. Por fim, além dessas baterias convencionais, as baterias de fluxo redox também vêm ganhando espaço. Diferentemente das tecnologias citadas anteriormente, esse tipo de conversor eletroquímico apresenta um esquema de armazenamento externo, com a separação física dos eletrólitos (em dois tanques) e da célula eletroquímica. Essa configuração confere uma grande modularidade e escalabilidade à bateria. Essa tecnologia ainda é relativamente recente, mas já apresenta grande perspectivas de crescimento nos próximos anos, em especial pelos investimentos que a China está realizando através da construção de cadeia produtiva, no duplo movimento de atender demanda interna para firmar a segurança e flexibilidade do crescimento das fontes renováveis não despacháveis, bem como para exportação. De maneira similar às baterias convencionais, as baterias de fluxo redox possuem diferentes composições, porém o tipo com maior grau de maturidade são as baterias de fluxo redox de vanádio (VRFBs). As VRFBs são estáveis, não-inflamáveis, com operação otimizada em temperaturas na faixa de 20-35°C, porém apresentam densidade energética inferior às baterias de íon-lítio. Além das tecnologias de armazenamento eletroquímico, outros sistemas são importantes e interessantes. Nesta direção, merece destaque especial os sistemas de armazenamento de energia mecânica das Usinas Hidrelétricas Reversíveis (UHRs), também denominados de Sistema de Armazenamento Hidrelétrico por Bombeamento. Esses sistemas convertem a energia elétrica excedente em energia potencial gravitacional ao bombear água de um reservatório inferior para um superior e, quando necessário, a água é liberada acionando as turbinas e gerando energia como em usinas hidrelétricas convencionais. Nesse tipo de armazenamento, o Brasil detém um potencial de crescimento muito grande e promissor, já que a base do sistema elétrico brasileiro é de usinas hidrelétricas, condição essencial para esta tecnologia, que são interligadas a um dos maiores sistemas de rede de transmissão mundial. As tecnologias de armazenamento aqui apresentadas são maduras e já possuem diversas aplicações reais no mundo, com foco na estabilização da rede, nos serviços ancilares, como regulação de frequência, reserva giratória e suporte de tensão, e na gestão hídrica.

Suas principais vantagens estão associadas à integração de fontes intermitentes no sistema elétrico, permitindo o aproveitamento de excedentes elétricos para o bombeamento e armazenamento, à alta eficiência e à resposta rápida, de modo a conferir maior despachabilidade ao sistema, e a baixos custos de operação, apesar dos altos CAPEX e tempo de construção. Contudo, mesmo já existindo diferentes sistemas passíveis de aplicação, como o armazenamento térmico com as baterias termoquímicas, os sistemas de sal fundido e o armazenamento subterrâneo de calor, a depender de características locais, é necessário destacar os chamados Sistemas Híbridos de Armazenamento de Energia. Esses sistemas são soluções que combinam diferentes tipos de dispositivos de armazenamento de energia, permitindo atender a requisitos de projeto que uma tecnologia isolada não conseguiria, como a otimização de parâmetros técnico-econômicos (massa, potência, energia armazenada e custo), a melhoria da eficiência e vida útil dos componentes. Dentre as possíveis combinações, duas tecnologias ganham proeminência: os supercapacitores e os volantes de inércia (flywheel). Ambas as tecnologias são mais adequadas para aplicações que exigem picos de potência, suavização de flutuações e recuperação de energia. Esses sistemas conferem respostas de curta duração, atendendo às demandas de potência, enquanto sistemas de baterias atuam no armazenamento de energia de longo prazo. De maneira geral, esses sistemas possibilitam otimizar o desempenho e prolongam a vida útil das baterias, assim como oferecem serviços ancilares relativos à qualidade da energia, porém apresentam altos custos de CAPEX. Portanto, e a título de conclusão deste pequeno, objetivo e didático artigo, garantir um futuro energético sustentável exige mais do que ampliar a geração renovável, requerendo, cada vez mais, torná-la estável, confiável e despachável. Nesse contexto, os sistemas de armazenamento são o elo vital e a variável de ajuste entre a intermitência das fontes solar e eólica e a segurança do suprimento elétrico. Ao combinar diferentes tecnologias e integrá-las de forma inteligente à rede, é possível transformar o desafio da variabilidade em uma oportunidade para acelerar a descarbonização e fortalecer a resiliência dos sistemas energéticos brasileiro e global.

EXCLUSIVO

19/8/2025

EXCLUSIVO

Com o curtailment tirando o sono dos executivos das companhias de geração renovável e os alertas insistentes sobre a questão da escassez de potência, o SIN (Sistema Interligado Nacional) é o foco da vez. Em meio a esse climão, a corresponde Sueli Montenegro foi atrás de ouvir não só quem acompanha de perto esse cenário, como também quem tem a “faca e o queijo na mão” para tentar melhorá-lo. O resultado está na ampla reportagem especial desta semana do CanalEnergia. A boa notícia é que há uma franca expansão pela frente. Novos leilões estão previstos para 2026/2027. Thiago Prado, presidente da EPE, ressalta a urgência de infraestrutura para conectar fontes variáveis e assegurar a potência necessária, além de atender as grandes cargas que entram na rede. Projetos foram antecipados para sincronizar com eólicas e solares. Já, Mário Miranda, presidente da Abrate, destaca que o fluxo do Nordeste deve dobrar até 2030, exigindo um significativo incremento de capacidade de transmissão e apoio na mitigação do curtailment. Tudo bem, tudo bacana, mas o duro mesmo, segundo especialistas, é resolver a falta de carga.

ECONOMIA

Falando um pouco do passado, porque no Brasil até isso é incerto, o STF (Supremo Tribunal Federal) resolveu que as distribuidoras de energia precisam devolver aos consumidores de energia os valores pagos a mais pela incidência de ICMS na base de cálculo de PIS e Cofins. Isso vem de longe e a decisão demorou anos. A restituição vai levar anos também: uma década se nada mudar. Mas as concessionárias ainda estão lutando pela posse de uma fatia maior desse bilionário bolo tributário embolorado, porque o que já prescreveu a elas pertence, defendem. É sentar e esperar mais um pouco pra ver no que vai dar.

Em outra instância, a do TCU (Tribunal de Contas da União), a ordem foi para validar a liquidação financeira do leilão do GSF. Houve cautelar para suspender etc., mas a corte mandou deixar pra lá a história da taxa de desconto. Isso porque, “ao fim e ao cabo” como dizem os juristas, o resultado – de R$ 1,34 bilhão - acabou revelando índices de WACC inferiores aos previstos na MP 1300 e na Portaria do MME. Sim, ok, ambos eram divergentes, e, portanto, passíveis de questionamento. O que interessa agora é que já a bola volta para a Aneel, onde as extensões das concessões serão definidas.

Em outra decisão, o TCU, sem maior cerimônia, mandou que o MME faça uma reestruturação na Nuclep. Isso, aquela estatal criada originalmente para fabricar reatores. O prazo é de 360 dias para cumprir a ordem ou então justificar o atual perfil da empresa, o que terminar antes. Na visão do TCU, a Nuclep não está alinhada com os objetivos estratégicos do Brasil. Sem se falar que o controle da custos é considerado ineficiente.  Bem preocupante.

Já para os lados da State Grid é só alegria. O Ibama emitiu a licença prévia para o mega linhão de 1.600 km, que será construído entre Graça Aranha (MA) e Silvânia (GO). A obra é a “menina dos olhos” do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Não é para menos. O projeto, em corrente contínua (800 kV), está orçado em R$ 18 bilhões e deve dar uma boa aliviada no escoamento da energia renovável gerada no Nordeste. Mas, só lá pra 2027/2029, se tudo der certo.

POLÍTICA

O mercado está à base de Rivotril nos últimos dias. Tudo por causa do clima de tensão e incerteza criado em torno dos repetidos adiamentos na instalação da comissão mista que deve analisar a Medida Provisória 1300/2025 no Congresso Nacional. Com prazo de validade até 17 de setembro, a MP, que tem a justiça tarifária e abertura de mercado como alguns dos pontos críticos, enfrenta menos de um mês útil para debate e votação. Entidades como o Inel (Instituto Nacional de Energia Limpa) criticam a falta de tempo hábil, alertando para o risco iminente de caducidade e suas graves consequências. O senador Marcos Rogério (PL-RO) e o presidente do FASE, Mário Menel, também expressam preocupação com a complexidade das quase 600 emendas e a necessidade de mobilização do governo.

CONSUMO E COMPORTAMENTO

Não deu outra. Com Bandeira Amarela, seguida da Bandeira Vermelha Patamar 1, o resultado da inflação no Brasil nos primeiros 7 meses de 2025 só podia dar ruim. Em julho, o IPCA subiu um pouquinho, com registro de 0,26% em relação a 0,24%, em junho. Mas foi a tarifa de energia elétrica que, decididamente desequilibrou a balança no período, segundo análise do IBGE. Com alta de 10,18% no ano, a energia elétrica residencial tem, claro, pesado no bolso das famílias. E pra quem ainda tem alguma dúvida, a Aneel alterou de 3,5% para 6,3% a projeção de efeito médio sobre as tarifas de energia no Brasil.

ENERGIA SOLAR

E apesar da falta de carga e do curtailment comendo solto, o pessoal da energia solar ainda tem o que comemorar.  A fonte acaba de atingir a marca de 60 GW de potência operacional no Brasil. De acordo com balanço da Absolar, o resultado soma geração própria, via pequenos e médios sistemas (42,1 GW), e as grandes usinas (17,9 GW). Assim, a representação na matriz elétrica sobe para 23,5%, consolidando-se como a segunda maior.

DESCRUZAMENTO DE PARTICPAÇÕES

Foco de uma recente operação de descruzamento de participações, entre Copel e Eletrobras, a situação física da usina Colíder (MT-300 MW) é preocupante. A Eletrobras mudou para “Alerta” o nível de segurança da barragem, devido ao rompimento de um dos drenos. Segundo a agência reguladora, não há risco para a estabilidade da estrutura. O nível do reservatório teve que ser rebaixado para uma melhor avaliação da situação. A Eletrobras, atual controladora, informou que essa operação está em curso.

Fonte: Canal Energia

Gostou deste conteúdo?

Resumo das Notícias de Hoje

19/8/2025

- CARREGAMENTO PARA VEÍCULOS ELÉTRICOS (expansão)

Um estudo da Wood Mackenzie aponta que a infraestrutura de carregamento para Veículos Elétricos (VEs) deve atingir 206,6 milhões de pontos em todo o mundo até 2040. De acordo com a previsão, o incremento anual pode acontecer numa taxa de 12,3%, a partir de 2026.

> Saiba mais na matéria “Pontos de carga para VEs devem subir para 206,6 mi até 2040”: https://bit.ly/45ELh4f

- MERCADO DE TRABALHO DA GD (geração)

As empresas que atuam no mercado de Geração Distribuída (GD) no Brasil devem contratar cerca de 109 mil novos profissionais em 2025. A perspectiva aparece num estudo da consultoria RH Renováveis, que aponta as áreas comerciais, de vendas e marketing angariando os principais cargos em oferta.

> Continue a leitura em “GD deve contratar 109 mil profissionais ainda esse ano”: https://bit.ly/45HMGY7

- EVENTOS (canalenergia)

MEETUP | Resgatando a racionalidade: Como organizar o setor elétrico 20 anos após a última reforma

Data: 27 de agosto

Local: Online via Teams

Horário: 10h

Inscrições: https://bit.ly/12meetup-canalenergia”

- OUTRAS NOTÍCIAS DE HOJE

Cemig vê renovação de UHEs por cotas com bons olhos: https://bit.ly/45mUfEC

Modelo de concessão proposto e encaminhado ao Ministério de Minas e Energia pela Aneel poderá acontecer com Sá Carvalho e outras duas usinas da empresa.

CPFL destaca renovação de concessões e desafio do curtailment como prioridades: https://bit.ly/4mmHekf

Gustavo Estrella foi enfático ao classificar o curtailment como o grande tema do setor hoje.

White Martins aposta em H2V e mira expansão no Sudeste: https://bit.ly/4oIXHkt

Empresa investe em nova unidade em SP, com parte da produção destinada à indústria de vidro e o restante voltado ao mercado regional.

White Martins investe em renováveis e prepara planta de biometano: https://bit.ly/45otMGF

Empresa já conta com 42% da energia consumida no Brasil vinda de fontes limpas.

Fonte: CanalEnergia

Gostou deste conteúdo?

FRAGMENTOS EXTRAÍDOS DO ELECTRA ENERGY/CLIPPING – edição 16/2025 de 15/08/2025

18/8/2025

Leilão da CCEE destrava R$ 793 mi no mercado, mas mantém passivo de R$ 340 mi

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) informou que arrecadou R$ 1,34 bilhão na quarta-feira (13) com a liquidação financeira extraordinária do Mercado de Curto Prazo (MCP), resultado do leilão feito no início do mês para negociar o passivo de usinas hídricas relativo ao risco hidrológico. Apesar dessa arrecadação, o leilão destrava R$ 793 mi no mercado, mas mantém passivo de R$ 340 mi.

Demora para instalar comissão da MP da reforma do setor elétrico preocupa Ministério de Minas e Energia

A instalação da comissão mista da MP 1.300/2025 foi cancelada e não há nova data. A MP, válida até 17 de setembro e com 598 emendas, prevê Tarifa Social ampliada, Programa Luz do Povo, mudanças no rateio de encargos, abertura total do mercado livre e criação do supridor de última instância. O setor teme caducidade e alerta para risco de instabilidade regulatória caso seja aprovada sem debate técnico.

Secretaria do MME define garantia física para PCHs e solares

A Secretaria de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME) definiu os montantes de garantia física de energia para CGHs e PCHs do leilão A-5, marcado para 25 de agosto, além de solares. O certame promoverá contratação de energia para entrega em 1º de janeiro de 2030 e tem 3 GW cadastrados. São 184 projetos de PCHs (2.592 MW), 50 de CGHs (138 MW) e sete hidrelétricas (269 MW). Em MG, foram definidos 7,9 MW médios (UFVs GSII Solar 1 e 2), 9,7 MW médios (UFV GSII Solar 3) e 13,7 e 13,8 MW médios para as UFVs Boa Sorte 9 e 23, respectivamente.

Uso de energia renovável nas residências brasileiras foi de 71.86% em 2024

Em 2024, o setor residencial brasileiro atingiu um índice de renovabilidade de 71,8% em sua matriz energética, conforme o Balanço Energético Nacional (BEN) 2025, divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). As residências foram responsáveis por quase 80% do consumo nacional de energia solar térmica, enquanto o setor comercial respondeu por 17,4% e a indústria por 3,1%. O Ministério de Minas e Energia (MME) considera esse resultado como evidência do avanço do país na adoção de fontes limpas, reforçando o compromisso com a transição energética.

Aneel eleva projeção e estima que tarifas de energia devem subir 6,3% em média em 2025

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) elevou a projeção de reajuste médio da energia em 2025 de 3,5% para 6,3%, acima da inflação. O aumento reflete o orçamento da CDE de R$ 49,2 bilhões, incluindo subsídios para geração distribuída, despesas da CCC e Tarifa Social. A devolução de créditos do PIS/Cofins e decisões do STF podem afetar futuros reajustes. A bandeira tarifária segue vermelha, patamar 2, no mês de agosto.

Combate à ‘cultura do furto de energia’ é um dos principais desafios do setor, diz Abradee

O furto de energia gerou R$ 10,3 bilhões de custo aos consumidores em 2024 e atingiu 16,02% do mercado de baixa tensão, segundo a Abradee. As perdas incluem ligações irregulares, fraudes e erros de medição, e dependem da ação do poder público para fiscalização e aplicação de sanções. A associação alerta que a falta de conscientização mantém a cultura do “gato”. O furto de energia inviabiliza a prestação adequada do serviço público, especialmente em algumas regiões do Brasil.

Nosso comentário

À época, quando estivemos na Aneel, foi cogitado dada à gravidade da questão, que o poder executivo interagisse com o judiciário para viabilizar a criação junto aos tribunais de justiça dos Estados, de Câmaras Especializadas no combate aos furtos de energia, mas infelizmente a ideia não prosperou.

ANTONIO ARAÚJO DA SILVA

Migração por CPF ao mercado livre de energia cresce 91% em 2025, aponta CCEE

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) registrou aumento de 91% nas migrações por CPF ao mercado livre de energia no 1º semestre de 2025, passando de 117 para 223 migrações. O crescimento reflete a adesão de consumidores residenciais em busca de fornecimento personalizado e tarifas mais competitivas. O uso de modelos simplificados e tecnologias como APIs tem facilitado o processo, tornando-o ágil e seguro. A expectativa é que as migrações continuem crescendo, ampliando o acesso ao mercado livre de energia e pro smovendo maior competitividade.

Curtailment de solar atinge 40% na Bahia e Pernambuco em julho

Em julho de 2025, os cortes de energia solar e eólica no Brasil atingiram níveis recordes, com a Bahia e Pernambuco registrando até 40% de curtailment. A geração solar foi a mais afetada, com cortes de 29,7%, e a eólica teve 17,6%, devido ao excesso de produção em relação ao consumo. Estados como Minas Gerais e São Paulo também registraram perdas significativas, de 30% e 14%, respectivamente.

Migração ao ACL superam 13 mil UCs até junho

Até junho de 2025, 13,8 mil unidades consumidoras (UCs) migraram para o Ambiente de Contratação Livre (ACL), segundo a CCEE. A maioria das migrações é de pequenas e médias empresas, buscando melhores condições contratuais e redução de custos. O crescimento reflete a tendência de maior adesão ao mercado livre de energia no Brasil. A abertura do mercado também incentiva eficiência energética e sustentabilidade no setor elétrico.

Preço de energia para setembro cresce quase R$ 60/MWh após carga superar expectativas

A BBCE – Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia registrou, em 4 de agosto, alta de 24% nos contratos de energia com vencimento em setembro, subindo R$ 58,84/MWh, chegando a R$ 331,42/MWh. Os contratos de outubro também aumentaram 19,86%, saindo de R$ 276,51/MWh atingindo R$ 331,42/MWh, enquanto os de novembro subiram 17,85%, para R$ 324,73/MWh. A revisão quadrimestral da carga indicou crescimento médio de 3,5% entre 2025 e 2029, superando a previsão anterior de 3,4%. Esse ajuste nas expectativas impactou os preços futuros de energia, refletindo no aumento observado.

Carga deve avançar 3,5% ao ano até 2029

A carga de energia no SIN deve crescer 3,5% ao ano até 2029, atingindo 94.958 MW médios, segundo a EPE. O aumento é impulsionado por expansão econômica, eletrificação, geração distribuída e crescimento residencial, especialmente no Norte e Nordeste. A geração renovável, principalmente solar e eólica, será fundamental para atender à demanda. A modernização da transmissão e integração regional são essenciais para garantir a estabilidade do sistema.

Menos da metade da geração de energia no Brasil estará sob controle do ONS em 2029

A rápida expansão das fontes renováveis intermitentes e da micro e minigeração distribuída (MMGD) está transformando o sistema elétrico brasileiro. Segundo o ONS, em 2029 apenas 45% da capacidade instalada estará sob seu controle direto, rompendo o modelo centralizado do SIN. A MMGD, majoritariamente solar, cresce com subsídios e queda nos custos, gerando energia próxima ao consumo. Esse avanço traz o paradoxo da sobra de energia ao meio-dia e escassez no fim da tarde, exigindo soluções como baterias e programas de resposta da demanda. Em 2024, subsídios ao setor superaram R$ 12,5 bilhões, custo repassado a consumidores sem geração própria. Especialistas defendem redes mais inteligentes, revisão dos incentivos e incentivo ao armazenamento, que deve ganhar espaço na agenda do setor nos próximos anos.

Abertura do mercado livre de energia deve gerar R$ 20bi em investimentos, projeta Thymos

A abertura total do mercado livre de energia no Brasil deve gerar R$ 2 bilhões por ano durante dez anos, segundo a consultoria Thymos Energia. Os investimentos serão destinados à modernização da infraestrutura elétrica, medidores inteligentes, automação e plataformas digitais. Desde janeiro de 2024, consumidores de média e alta tensão já podem migrar para o mercado livre. A MP 1.300/2025 prevê que a abertura total, incluindo consumidores de baixa tensão, comece em 2026.

EPE, ONS e CCEE reduzem projeção de crescimento de consumo de energia em 2025 para 1,9%

A demanda de energia no Brasil deve encerrar 2025 com 81.542 MW médios, ante 80.006 MW médios em 2024, segundo a 2ª Revisão Quadrimestral PLAN 2025-2029. O crescimento médio anual projetado entre 2025 e 2029 é de 3,5%, atingindo 94.958 MW médios em 2029, com maior alta em 2026 (4,7%). O PIB estimado para 2025 é 2,3%, e a revisão inclui MMGD e a integração de Roraima ao Subsistema Norte do SIN. A atualização ajusta para baixo a previsão de consumo em 2025, mas revisa para cima o crescimento nos próximos anos.”

Fonte: ELECTRA ENERGY/CLIPPING – edição 16/2025 de 15/08/2025

Gostou deste conteúdo?

Resumo das Notícias de Hoje

18/8/2025

- NÍVEL DE SEGURANÇA DA BARRAGEM DA UHE COLÍDER (geração)

A Eletrobras alterou o nível de segurança da barragem da UHE Colíder (MT, 300 MW) para o nível de “alerta”. Este é o penúltimo nível de uma escala com 4 estágios. A usina já operava em nível de “atenção” o segundo nível de classificação de segurança. Contudo, ocorreu o rompimento de um dos drenos do sistema da usina. São 70 drenos que a integram, porém, quatro sofreram danos desde a compra do ativo, em maio.

> Saiba mais na notícia “Eletrobras eleva alerta de segurança na UHE Colíder”: https://bit.ly/4oFfN71

> Sobre o mesmo assunto, leia também “Aneel diz que acompanha situação em Colíder”: https://bit.ly/4oFfN71

- ARMAZENAMENTO (geração)

O Sistema Interligado Nacional (SIN) deve chegar ao fim de janeiro de 2026 com armazenamento entre 46,8% e 56%. A perspectiva, em cenário pessimista e otimista foi apresentada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em reunião ordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) na última quarta-feira (13).

> Continue a leitura na matéria “ONS prevê armazenamento entre 46,8% e 56% no começo de 2026”: https://bit.ly/47xMZXM

- 3ª REVISÃO SEMANAL DO PMO (geração)

A terceira revisão semanal do Programa Mensal de Operação de agosto mostra aumento dos despachos térmicos na próxima semana. Conforme os dados apresentados, o volume programado é de 10.950 MW médios antes 9.923 MWm dessa semana. Desse montante, 7.112 MWm por inflexibilidade declarada pelas UTEs e 3.838 MWm por ordem de mérito.

> Leia mais na notícia “Despachos térmicos sobem para 11 mil MWm na semana”: https://bit.ly/3JmhlCQ

- EVENTOS (canalenergia)

MEETUP | Resgatando a racionalidade: Como organizar o setor elétrico 20 anos após a última reforma

Data: 27 de agosto

Local: Online via Teams

Horário: 10h

Inscrições: https://bit.ly/12meetup-canalenergia

Gostou deste conteúdo?

PARA LER COM CALMA

18/8/2025

Para quem está na correria e não conseguiu acompanhar os assuntos da semana passada, aqui vai um resumo:

Política e Regulação

- MP 1300 em risco: A comissão responsável por analisar a Medida Provisória 1300 foi cancelada sem nova data definida, aumentando preocupações sobre sua possível caducidade antes do prazo de 17/09. Há discussões sobre a possibilidade de um texto misto com a MP 1304 (validade até novembro).

- Subsídios da MP 1300: O custo anual dos subsídios para baixa renda pode chegar a R$ 13,5 bilhões, com impacto significativo nas tarifas dos demais consumidores.

- Licenciamento Ambiental: O presidente Lula sancionou a Lei Geral do Licenciamento Ambiental (Lei 15.190) com 63 vetos. O governo anunciou que enviará um novo projeto de lei para ajustar os pontos vetados.

- Armazenamento de Energia: A Aneel adiou a votação da regulação de sistemas autônomos de armazenamento devido a divergências sobre modelos de tarifação.

- Nuclep: O Tribunal de Contas da União recomendou que o MME reestruture a empresa ou justifique sua manutenção no modelo atual.

Mercado, operação e Investimento

- Transmissão: A EPE revisou a previsão de investimentos no setor para R$ 39,1 bilhões no PET/PELP, com um leilão agendado para outubro.

- Geração: O ONS alertou que o SIN precisará de despacho termelétrico mais intenso e flexibilização de regras operativas para atender à demanda nos próximos meses.

- Leilão do GSF: A taxa média de desconto ficou em 7,5%, abaixo do WACC de referência (10,94%). A liquidação financeira extraordinária do MCP arrecadou R$ 1,34 bilhão.

Outras Notícias Relevantes

- Cortes de Geração: Em julho, as fontes eólica e solar tiveram 2,7 milhões de MWh cortados, um aumento de 38% em relação a junho.

- Enel SP: A Prefeitura de São Paulo entrou com ação para impedir a renovação antecipada do contrato da distribuidora, acusando-a de má qualidade no serviço.

- Aquisições: A Engie concluiu a compra de UHEs da CTG e EDP no Brasil, enquanto a Equatorial dobrou seu lucro líquido no 2º trimestre.

Fique Atento:

- Acompanhe as sabatinas dos indicados para agências reguladoras (Aneel, ANP, etc.) nos dias 19 e 20/08 no Senado.”

Fonte: CanalEnergia

Gostou deste conteúdo?

Accredited by the National Electric Energy Agency — ANEEL to support the regulatory body

Soluções no Setor Elétrico

Nossa expertise no Setor Elétrico é resultado de diversos projetos executados por nossos profissionais em empresas de Geração, Transmissão, Distribuição e Comercialização.

Por que escolher a TATICCA?

O objetivo de nosso time é apresentar insights relevantes para o seu negócio e apoiá-lo em seu crescimento!

  • Equipe personalizada para cada projeto

  • Adequação caso a caso

  • Abordagem flexível

  • Envolvimento de Executivos Sêniores nos serviços

  • Expertise

  • Independência

  • Recursos locais globalmente interconectados

  • Equipe multidisciplinar

  • Capacitação contínua

  • Métodos compartilhados com os clientes

  • Amplo conhecimento dos setores

  • Mais modernidade, competência, flexibilidade, escalabilidade e foco no cliente

Our team

Professional specialists in the electrical sector
Do you have any questions?

Send us a message

por favor, preencher o campo.

Thank you for getting in touch! We received your message and will be back soon!
Unfortunately we were unable to submit your request, please try again later.